Por que os idosos engasgam e por que isso pode ser perigoso
“Ih,
vovó engasgou de novo!” – a frase pode soar familiar em almoços de
domingo, mas é para ser levada a sério. Dificuldades para engolir podem
estar associadas a doenças graves ou apenas ao processo de
envelhecimento, mas em ambos os casos há necessidade de uma investigação
mais aprofundada sobre o que está acontecendo, porque é possível tomar
providências para corrigir ou atenuar o problema. Para
trazer um pouco mais de luz sobre a questão, conversei com Márli
Borborema, mestre em Fonoaudiologia, especialista em disfagia pelo
Conselho Federal de Fonoaudiologia e presidente de Gerontologia na
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia-RJ.
O que é a disfagia e quais são suas causas mais frequentes?
Márli Borborema:
Disfagia é uma dificuldade na sequência dos movimentos da boca até o
estômago ao engolir alimento, líquido, comprimido, ou mesmo a saliva. E
isso pode acontecer por problema neurológico, câncer, algum trauma em
região de cabeça e pescoço, transtorno emocional, próteses dentárias mal
adaptadas.
Por que é comum que os idosos se engasguem, mesmo que não tenham uma doença grave? Quais os riscos?
Márli Borborema:
Se as pessoas idosas engasgam, alguma coisa está errada, e elas devem
ser avaliadas por profissional especialista na área. Com o processo do
envelhecimento, o indivíduo fica propenso a perder massa muscular,
consequentemente perde força na musculatura responsável pela deglutição.
O engasgo é como um aviso ao corpo: "Opa! Alguma coisa não está
descendo certo!". Aí vêm as tosses ou espirros para proteger as vias
respiratórias. Os riscos estão relacionados ao comprometimento de vias
respiratórias, levando a pneumonias ou outras complicações.
De que forma a fonoaudiologia pode prevenir ou corrigir o problema?
Márli Borborema:
Normalmente, é importante fazer uma avaliação detalhada dos órgãos
fonoarticulatórios, que são as mesmas estruturas da fala e da
deglutição, assim como da funcionalidade dessas estruturas, responsáveis
pela respiração, fonação, articulação, mastigação, deglutição. Após a
avaliação é traçado um plano de tratamento para o restabelecimento da
função de deglutição, minimizando riscos de complicações respiratórias.
Muitas vezes são necessários ajustes nas consistências alimentares, quer
dizer, mudanças na “grossura” do que a pessoa come, associados aos
exercícios de motricidade orofacial.
É comum que pessoas com dificuldade para engolir troquem alimentos sólidos por pastosos. Isso é um erro?
Márli Borborema:
Sim, é bem comum a mudança de consistência da comida por conta própria.
Só que, se por um lado a pessoa melhora dos engasgos, por outro corre o
risco de desnutrição. Uma mudança de consistência alimentar requer
parecer de nutricionista, para que a dieta não perca em valores
calórico-proteicos importantes para aquela pessoa. Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/por-que-os-idosos-engasgam-e-por-que-isso-pode-ser-perigoso.html
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