sábado, 12 de setembro de 2015


PUCRS cria Biobanco e estimula pesquisas

Amostras com material biológico humano estão sendo organizadas

Por Ana Paula Acauan | Revista PUCRS


 


Biobanco: conjunto organizado de amostras com material biológico humano e dados associados (identidade, diagnóstico de doença e resultados de exames laboratoriais, entre outros). 
 
Pioneira na criação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) no Brasil, em 1990, a PUCRS também está à frente na instalação do Biobanco. Foi a primeira instituição do Rio Grande do Sul a ter o projeto aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). A catalogação organizada de tecidos, fluidos e células que estão na Universidade garantirá proteção à pessoa que cedeu o material e permitirá a realização de pesquisas futuras com integridade ética assegurada. Serão organizados nesse sistema, por exemplo, dentes extraídos nos atendimentos da Faculdade de Odontologia e tumores retirados em cirurgias no Hospital São Lucas. A legislação brasileira proíbe o patenteamento e o uso comercial desses materiais.
Atendendo à Constituição, nos anos 1990, o Ministério da Saúde regulamentou o uso de material biológico humano para transplantes e tratamento, assim como para projetos de pesquisas. Até 2011, amostras humanas apenas poderiam ser coletadas e armazenadas via estudo de execução imediata. Naquele ano, foi publicada a resolução que prevê os biobancos, permitindo a montagem de coleções, para que o material possa ser armazenado para investigações futuras. A medida visa garantir o uso eticamente correto dos materiais, segundo a professora da Faculdade de Biociências Clarice Alho, responsável pela implantação do órgão na PUCRS, que está ligado ao Escritório de Humanidades e Ética, da Pró-Reitoria de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (Propesq).
A primeira sugestão para abrir o Biobanco na PUCRS foi feita pelo professor Antônio Carlos Araújo de Souza, do Instituto de Geriatria e Gerontologia, morto no acidente da TAM, em 2007. O trabalho teve continuidade com o obstetra Caio Coelho Marques, então coordenador do CEP e vinculado à Conep. A proposta foi enviada em 2013 e, no ano seguinte, já com Clarice coordenando o processo, houve reformulações, até a aprovação do projeto.
As amostras humanas organizadas no Biobanco terão unicamente a finalidade de pesquisa futura e estarão sob responsabilidade da PUCRS e serão oriundas de duas fontes: materiais estocados na Universidade que não estão vinculados a alguma pesquisa em vigência e recentes, provenientes da montagem coordenada de novas coleções. Todas as amostras serão mapeadas, identificadas, catalogadas e mantidas nos seus locais de origem e/ou coleta.
Será possível o empréstimo para outras instituições em pesquisas conjuntas. A identificação deverá garantir o sigilo, o respeito à confidencialidade e a recuperação dos dados das pessoas que cederam seu material. Os voluntários poderão retirar o consentimento quando desejarem.
Fonte: http://www.pucrs.br/portal/?p=noticias&n=1439929852.html

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