8/9/2015 às 08h53 (Atualizado em 8/9/2015 às 14h46)
Rastreamento de câncer é oferecido somente em oito Estados brasileiros
Tecnologia começou a ser oferecida na rede pública no ano passado para quatro tipos de tumor
Exames para tumores de câncer de pulmão, colorretal, linfoma hodgkin e não hodgkin são oferecidos na rede pública
Reprodução/DailyMail
Exame importante para rastreamento e acompanhamento de pacientes com
câncer, o PET-CT só está disponível hoje em oito Estados brasileiros,
conforme os dados do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de
Saúde) do Datasus. A tecnologia começou a ser oferecida na rede pública
no ano passado para quatro tipos de tumor - pulmão, colorretal, linfoma
hodgkin e não-hodgkin - e com a promessa do Ministério da Saúde de que o
equipamento estaria disponível em 21 Estados.
O número de aparelhos do tipo existentes hoje no SUS até chega perto desse número, mas a distribuição desigual pelo País faz com que o exame esteja disponível para poucos. São 19 equipamentos distribuídos entre Bahia, Minas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, onde estão localizadas oito máquinas. Nenhum Estado de Norte e Centro-Oeste tem a tecnologia.
Presidente da Oncoguia, organização não-governamental de apoio a pacientes com câncer, Luciana Holtz explica que os próprios gestores de saúde de localidades sem o exame não sabem lidar com o paciente que precisa passar pelo procedimento.
— Já teve secretaria de saúde ligando para a gente para saber o que fazer. Não adianta dizer que está disponível na rede pública e não garantir o acesso universal e igualitário.
Moradora de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a dona de casa Rosemeire Alves Campos de Oliveira, de 48 anos, foi informada pelo próprio médico que, embora ela tenha a necessidade de um PET, o SUS local não poderia oferecê-lo. Diagnosticada com câncer de pulmão em março deste ano, a paciente recebeu o encaminhamento para pagar o exame em uma clínica particular.
— O médico me disse que, se me desse um encaminhamento do SUS, eu entraria na Justiça, obrigando o hospital a pagar, e ele ficaria 'queimado' lá. Foi quando minha família e uns conhecidos fizeram uma vaquinha.
Eduardo Nóbrega Pereira Lima, diretor do serviço de medicina nuclear e PET do A.C. Camargo Cancer Center, primeiro hospital a oferecer o procedimento no Brasil, em 2001, afirma que o PET é importante porque consegue não só ver o tamanho do tumor, mas a sua atividade metabólica, ou seja, sua agressividade, além de fazer um rastreamento no corpo inteiro para ver possíveis metástases. Hoje, a unidade faz 350 exames do tipo por mês, dos quais 10% são pacientes do SUS, atendidos por meio de convênio com a rede pública.
O Ministério da Saúde informou que o SUS oferece outras tecnologias de imagem utilizadas para diagnóstico do câncer e para definição de sua localização e extensão (estadiamento), entre eles radiografia, mamografia, cintilografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A pasta não informou como um paciente com indicação de PET deve proceder se o aparelho não estiver disponível em seu Estado.
Sobre o caso de Rosemeire, a Secretaria Estadual da Saúde de Mato Grosso do Sul informou que Campo Grande está habilitada pelo ministério para a realização de PET-CT por meio de um convênio entre a secretaria municipal e uma instituição particular, mas disse que o caso de Rosemeire está sendo acompanhado pelo município. A Secretaria da Saúde de Campo Grande não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/rastreamento-de-cancer-e-oferecido-somente-em-oito-estados-brasileiros-08092015
O número de aparelhos do tipo existentes hoje no SUS até chega perto desse número, mas a distribuição desigual pelo País faz com que o exame esteja disponível para poucos. São 19 equipamentos distribuídos entre Bahia, Minas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, onde estão localizadas oito máquinas. Nenhum Estado de Norte e Centro-Oeste tem a tecnologia.
Presidente da Oncoguia, organização não-governamental de apoio a pacientes com câncer, Luciana Holtz explica que os próprios gestores de saúde de localidades sem o exame não sabem lidar com o paciente que precisa passar pelo procedimento.
— Já teve secretaria de saúde ligando para a gente para saber o que fazer. Não adianta dizer que está disponível na rede pública e não garantir o acesso universal e igualitário.
Moradora de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a dona de casa Rosemeire Alves Campos de Oliveira, de 48 anos, foi informada pelo próprio médico que, embora ela tenha a necessidade de um PET, o SUS local não poderia oferecê-lo. Diagnosticada com câncer de pulmão em março deste ano, a paciente recebeu o encaminhamento para pagar o exame em uma clínica particular.
— O médico me disse que, se me desse um encaminhamento do SUS, eu entraria na Justiça, obrigando o hospital a pagar, e ele ficaria 'queimado' lá. Foi quando minha família e uns conhecidos fizeram uma vaquinha.
Eduardo Nóbrega Pereira Lima, diretor do serviço de medicina nuclear e PET do A.C. Camargo Cancer Center, primeiro hospital a oferecer o procedimento no Brasil, em 2001, afirma que o PET é importante porque consegue não só ver o tamanho do tumor, mas a sua atividade metabólica, ou seja, sua agressividade, além de fazer um rastreamento no corpo inteiro para ver possíveis metástases. Hoje, a unidade faz 350 exames do tipo por mês, dos quais 10% são pacientes do SUS, atendidos por meio de convênio com a rede pública.
O Ministério da Saúde informou que o SUS oferece outras tecnologias de imagem utilizadas para diagnóstico do câncer e para definição de sua localização e extensão (estadiamento), entre eles radiografia, mamografia, cintilografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. A pasta não informou como um paciente com indicação de PET deve proceder se o aparelho não estiver disponível em seu Estado.
Sobre o caso de Rosemeire, a Secretaria Estadual da Saúde de Mato Grosso do Sul informou que Campo Grande está habilitada pelo ministério para a realização de PET-CT por meio de um convênio entre a secretaria municipal e uma instituição particular, mas disse que o caso de Rosemeire está sendo acompanhado pelo município. A Secretaria da Saúde de Campo Grande não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/rastreamento-de-cancer-e-oferecido-somente-em-oito-estados-brasileiros-08092015
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