14/12/2016 13h31
- Atualizado em
14/12/2016 13h38
Grupo une látex e barbatimão e cria membrana cicatrizante de R$ 0,20
Composto foi desenvolvido por pesquisadores da Unesp em Araraquara.
Produto foi testado em postos e clínicas e resultados são animadores.
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Araraquara
desenvolveram uma membrana cicatrizante, com propriedades
anti-inflamatórias e antioxidantes, que previnem o envelhecimento da
pele.O composto é feito com substâncias encontradas na casca do barbatimão, árvore típica do cerrado, e o látex extraído da seringueira. Os primeiros resultados dos testes em humanos são animadores e cada membrana custa R$ 0,20.
Cada membrana custa cerca de R$ 0,20, segundo pesquisadores (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
Testes
Ao todo, 45 pessoas passaram pelos testes em postos de saúde e clínicas de repouso em Assis.
No primeiro grupo, de pacientes que usaram só a membrana de látex, uma ferida de quatro anos foi cicatrizada em três meses.
No segundo grupo, o tratamento foi feito apenas com gel de barbatimão. Depois de três meses, uma ferida de seis anos não ficou totalmente cicatrizada.
Produto foi desenvolvido por pesquisadores de Araraquara (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
O professor Rondinelli Herculano explicou o porquê da diferença. "Há a formação de vasos sanguíneos, a angiogênese, e esses capilares vão irrigar as novas células para que haja a proliferação e a regeneração da pele", disse.
"Comparando com o grupo controle, que seria o látex sozinho, com a associação a gente teve uma melhora em torno de 50% a 60% na regeneração", completou.
Segundo ele, o produto pode ser usado em vários tipos de ferimentos. "Escaras de decúbito, que são aquelas feridas no cóccix, as úlceras de pressão, que são as úlceras devido ao contato que a pessoa tem na cama ou na cadeira de rodas, também as úlceras de diabetes, que em muitos casos levam até à amputação de membros, e queimaduras".
E a membrana tem ainda outra vantagem. "O látex natural também pode ser usado para regeneração óssea.
Ele funcionaria como uma barreira para o tecido ósseo que estimularia a regeneração dele, impedindo que as células do tecido em volta invadam a ferida", disse o pesquisador Felipe Azevedo Borges.
Expectativa
Segundo os pesquisadores, ainda vão ser realizados outros testes clínicos e a previsão é de que o novo curativo chegue ao mercado em cinco anos.
Novo curativo deve chegar ao mercado em cinco anos (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
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