sábado, 24 de dezembro de 2016

Os clichês sobre o orgasmo feminino derrubados pela ciência

Cada mulher tem um número diferente de terminações nervosas em cinco zonas erógenas - e é por isso que, segundo especialistas, dicas genéricas geralmente contidas em revistas femininas são inúteis.

Costuma ser mais comum ler sobre o orgasmo das mulheres em revistas femininas do que receber informações dos cientistas, mas aos poucos os pesquisadores estão começando a estudá-lo mais - e suas conclusões geralmente contradizem as das publicações populares. 

Parte do problema, dizem os especialistas, é porque o corpo da mulher tem sido bem menos estudado que o masculino e também é - de longe - bem menos compreendido. 

Exemplo disso é o caso de Callista Wilson, uma estilista que mora em San Francisco, nos Estados Unidos. 

"Eu chamo de círculo de fogo. Parecia que tinha um círculo de fogo no meio das pernas e essa era uma sensação constante - era uma queimação, um comichão e, então, durante o sexo ou mesmo com um absorvente interno era como se uma faca de churrasco estivesse me cortando, era muito doloroso." 

Ela teve essa sensação pela primeira vez quando tentou usar um absorvente interno, aos 12 anos. E apenas aos 20 anos finalmente foi a uma médica. 

'Deve ser coisa da sua cabeça'.

"Ela (a médica) pareceu muito cética que algo pudesse estar errado", lembra Callista. 

"E disse: 'você parece perfeitamente normal, por isso recomendo que procure um terapeuta para falar sobre o que está causando esta dor. Deve ser coisa da sua cabeça'." 

E se passaram mais 10 anos até que Callista tivesse um diagnóstico. 

Os problemas sexuais nesse período atingiram cada aspecto da sua vida, conta ela, causando desde depressão até o fim do seu relacionamento amoroso. 

Finalmente, depois de ir a 20 médicos, ela chegou ao consultório de Andrew Goldstein, diretor do Center for Vulvovaginal Disorders (Centro de Transtornos Vulvovaginais, em inglês), em Washington. 

O médico disse que ela havia nascido com 30 vezes mais terminações nervosas na entrada da vagina - o que significava que quando o local era tocado ela sentia dores fortes, como se estivesse sofrendo queimaduras. 

A solução foi uma cirurgia que removeu parte da área ao redor da abertura vaginal, procedimento que retira as terminações nervosas hipersensíveis. 

Depois disso, Callista soube pela primeira vez o que era fazer sexo sem dor.

A importância do nervo pudendo

O problema da estilista, chamado de vestibulodinia ou vestibulite vulvar, não é comum. Mas uma coisa os pesquisadores entenderam recentemente: o sistema nervoso pélvico varia imensamente de uma mulher para outra. 

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