sábado, 5 de setembro de 2015

4/9/2015 às 14h54

Dengue no inverno e larvas apontam para nova epidemia em SP

 
Secretaria vai dobrar número de agentes de combate à dengue Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
A ocorrência de casos de dengue no inverno em centenas de municípios paulistas e a presença de larvas do mosquito Aedes aegypti mesmo no período mais frio do ano indicam que o Estado de São Paulo poderá viver uma nova epidemia da doença no próximo verão, com explosão do número de doentes três meses antes do período esperado.

Dados apresentados ontem pela Secretaria Estadual da Saúde mostram que mais de 200 das 645 cidades paulistas estão registrando transmissão do vírus durante o inverno. Outro levantamento, que mostra o índice de infestação de larvas do mosquito Aedes aegypti em imóveis de 373 municípios, revelou que sete cidades já estão em situação de risco por causa da presença do vetor e outras 86, em condição de alerta.

O quadro de infestação, feito com base em dados de julho deste ano, é similar ao observado no levantamento de outubro do ano passado, o que indica que a proliferação do mosquito está ocorrendo mesmo no período mais frio do ano.
Dalton Pereira da Fonseca Junior, superintendente da área de Controle de Endemias da secretaria disse que a elevação da infestação está se antecipando. Em um ano normal, a partir de janeiro ou fevereiro é que se inicia a elevação no número de casos. — Com a infestação antecipada, temos o risco de o aumento de casos acontecer a partir de outubro, novembro.

Diante do quadro, a secretaria anunciou, na quinta-feira (3), que vai dobrar o número de agentes de combate à dengue, com a contratação temporária de 500 desses profissionais para atuar nos próximos três meses.

A pasta também realizou uma reunião com mais de 350 prefeitos de cidades paulistas para apresentar o cenário de transmissão e definir estratégias de combate, como medidas de eliminação dos criadouros e capacitação de profissionais.

"(No último verão) todo mundo fez o que podia fazer e claramente não foi suficiente. Temos de fazer mais e melhor. Em razão das mortes, vamos aprimorar muito a capacitação, a formação dos profissionais de saúde, desde a atenção básica até o setor de emergência", afirmou o secretário da Saúde, David Uip. Neste ano o Estado de São Paulo bateu o recorde do número de mortos pela doença, com 372 óbitos.

Tipo 2

Outro alerta feito pela secretaria aos prefeitos está relacionado ao aumento de casos do sorotipo 2 da dengue. Como o tipo predominante no Estado é o 1, a maioria das pessoas não está imune ao tipo 2. "Essa é uma preocupação ainda porque o novo sorotipo pode causar na população que já teve dengue formas mais graves da doença. Ribeirão Preto, que não teve epidemia no verão deste ano, pode ter uma epidemia de dengue tipo 2", ressaltou Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde.

O município do interior paulista foi o que registrou o maior número de casos da doença em julho (86), seguido por Jales, Campinas, Presidente Prudente e São Paulo.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/dengue-no-inverno-e-larvas-apontam-para-nova-epidemia-em-sp-04092015

6/10/2015 às 08h39 (Atualizado em 6/10/2015 às 12h34)

Com 693 mortes e 5 casos graves por dia, País bate recorde de vítimas por dengue

Número de óbitos em 2015 é 70% maior do que o registrado no mesmo período de 2014
6/10/2015 às 08h39 (Atualizado em 6/10/2015 às 12h34)
http://img.r7.com/images/2015/09/09/6tb834sd27_6sje0kjh8p_file?dimensions=460x305
Dengue no inverno e larvas apontam para nova epidemia em SP Agência Estado.
Com 693 mortes por dengue confirmadas, o Brasil já registrou no ano recorde de vítimas da doença, revela o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. É o número mais alto desde 1990, o dado mais antigo disponível. O recorde anterior havia sido registrado em 2013, com 674 óbitos.
As estatísticas consolidadas só consideram os registros de 4 de janeiro até o dia 29 de agosto, o que indica que o balanço final do ano pode ser maior. Ainda de acordo com o boletim, nos oito primeiros meses de 2015, houve 1,4 milhão de casos da doença, dos quais 1.284 foram classificados como quadros graves. O número de óbitos em 2015 é 70% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 407 pessoas morreram.
O recorde de mortes foi alavancado pela epidemia no Estado de São Paulo, onde 667,5 mil pessoas foram infectadas. Do total de brasileiros que morreram neste ano por causa da doença, 58% viviam em cidades paulistas, o equivalente a 403 óbitos. Goiás foi o segundo Estado com o maior número de mortes: 67, seguido por Ceará (50), Minas (47) e Paraná (24). Só quatro Estados não registraram nenhuma morte: Acre, Roraima, Sergipe e Santa Catarina.
Agravamento
As mortes por complicações da dengue são divididas em dois tipos mais comuns: a febre hemorrágica e a síndrome do choque da dengue. No primeiro caso, o vírus ataca órgãos como o fígado, o que reduz a produção de plaquetas, células responsáveis pela coagulação, causando sangramentos internos e externos.
No segundo caso, o organismo passa a produzir células de defesa em excesso para tentar combater a infecção. A reação, no entanto, pode ser tão exagerada que o sistema imunológico passa a atacar o próprio corpo. "O número elevado de mortes está associado ao alto número de casos que tivemos neste ano. Mas o recorde levanta um alerta de que a população precisa estar melhor informada para não banalizar os sintomas", diz Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto Emílio Ribas. Ele lembra que a atenção deve ser ainda maior para os grupos considerados mais vulneráveis ao agravamento da doença: idosos, crianças, gestantes e pacientes com doenças crônicas ou com baixa imunidade. "Não é preciso esperar os sintomas se agravarem. Febre alta, dor no corpo e nos olhos já indicam a necessidade de procurar um médico."
O especialista afirma que, para evitar que o próximo verão tenha uma epidemia ainda mais severa de dengue, o trabalho de combate aos criadouros do mosquito Aedes aegypti deve ser feito desde agora. "Não devemos esperar a chegada do fim do ano para fazer alguma coisa. Já há cidades mais quentes do interior de São Paulo que já estão tendo transmissão da doença", diz o médico. O governo do Estado já convocou secretários municipais para debater o tema.
Ações
O Ministério da Saúde alegou que o número de mortes por dengue abrange um número maior de municípios do que nos outros anos e, em sua maioria, teve como vítimas pacientes "acima dos 60 anos, com comorbidades e fatores de risco para complicação de dengue". A pasta diz que sua coordenação nacional de controle de dengue está trabalhando em conjunto com os Estados e municípios para "análise técnica e conclusão das investigações de todos os casos".
O órgão federal disse ainda que manteve, durante todo o ano, as ações para o controle da dengue, como realização de curso para profissionais de saúde e visitas técnicas de monitoramento.
Ressalta que, como fez nos anos anteriores, vai realizar o Levantamento Rápido de Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), que mostrará as localidades mais críticas para a doença.
Chikungunya
O boletim epidemiológico do ministério também mostra avanço da febre chikungunya, doença similar à dengue, transmitida pelo mesmo mosquito, mas que raramente leva à morte.
Desde janeiro, já foram notificados 12.170 casos da doença, dos quais 3.948 foram confirmados e o restante está em investigação. Casos autóctones (de transmissão interna no País) já foram registrados em cinco Estados brasileiros: Bahia, Amapá, Roraima, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/com-693-mortes-e-5-casos-graves-por-dia-pais-bate-recorde-de-vitimas-por-dengue-06102015

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