14/10/2015 às 00h20
Mulheres exibem corpos deformados por doença que afeta sistema respiratório e digestivo
Fotógrafo faz ensaio para mostrar jovens que lutam contra fibrose cística
Um grupo de mulheres que sofrem com fibrose cística
descrevem as experiências de como convivem com a doença fatal, que atinge
pulmões e o pâncreas, formando uma mucosa, que causa infecções, falta de ar,
tosse frequente, e a dificuldade de ganhar peso. De acordo com informações do
site DailyMail, elas participaram do ensaio para mostrar que toda mulher
continua bonita, mesmo enfrentando a doença, e para ligar o alerta contra a
fibrose cística.
Ian Pettigrew, fotógrafo de 46 anos quem também luta contra
a fibrose cística, fotografou 77 mulheres para o livro Salty Girls (mulheres
salgadas, na sigla em inglês) com o objetivo de mostrar como elas podem continuar
bonitas, mesmo se esforçando para sobreviver à doença letal que afeta os
sistemas respiratório e digestivo.
O profissional começou as sessões de fotografia há um ano, e
conta que quatro das mulheres já morreram.
Uma das pessoas que participou, Erin Phillips, já havia
passado por transplante de pulmão nos dois órgãos e não sobreviveu à infecção
em julho deste ano.
— Infelizmente ela não conseguiu mais lutar. Os pulmões
estavam muito infeccionados.
Pettigrew conta que, para que a foto entrasse no livro, a
família de Erin escreveu um texto detalhando o combate da mulher contra a
fibrose cística.
— As cicatrizes que ela mostra aqui [no livro] são símbolo
da luta pela sobrevivência. Ela sempre se desafiou e aproveitou a vida ao máximo.
É o que recomendamos a todos.
A ideia do nome do livro veio da explicação de que pessoas
com essa doença possuem mais sal no suor.
O fotógrafo decidiu fazer o livro quando viu uma entrevista
na televisão, de uma pessoa que tinha vitiligo e estava chamando atenção para a
doença.
— A partir disso decidi ajudar pessoas com alguma outra
doença a mostrarem que é possível continuar bonitas e ainda lutar contra a
fibrose cística. As mulheres já nascem com uma cobrança por aparência, e essa
doença as deixa muito magras. Muitas delas são até taxadas como anoréxicas, o
que é algo muito ruim para ouvir quando se luta contra uma doença letal.
Outra mulher, Kaela, conta que viva com o medo da morte até
que realizou um transplante de fígado em 2006 e outros dois transplantes, dos
pulmões, em 2014.
— Parecia que minha vida estava pausada. Eu não fazia nada
porque não sabia o que seria o meu dia seguinte.
De acordo com o fotógrafo, o livro não quer chamar a atenção
para a doença, mas para unir as mulheres na luta contra a fibrose cística.
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