segunda-feira, 25 de julho de 2016

23/7/2016 às 09h34 (Atualizado em 23/7/2016 às 17h55)

Estado Islâmico reivindica responsabilidade por ataques que deixaram dezenas de mortos em Cabul

Homens-bomba mataram pelo menos 80 pessoas e deixaram mais de 230 feridas
 
Evento abrigava vários membros da minoria hazara Reuters
 
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade neste sábado (23) por um ataque suicida em Cabul.
De acordo com a agência de notícias do grupo, o alvo dos ataques eram membros da minoria muçulmana xiita do país.

"Dois combatentes de Estado Islâmico detonaram explosivos em um encontro de xiitas na cidade de Cabul, no Afeganistão," disse em um alerta a agência.

Os homens-bomba mataram pelo menos 80 pessoas e feriram 231 neste sábado em um ataque contra uma grande manifestação da minoria hazara do Afeganistão, um grupo de maioria xiita que abranje aproximadamente cerca de 9% da população afegã.

Grande parte do centro da cidade tinha sido fechada com pilhas de contêineres e outros obstáculos, conforme a marcha começava mais cedo no sábado, e a segurança havia sido reforçada com helicópteros.

Imagens de televisão do local do ataque mostraram muitos corpos em uma rua ensanguentada perto de onde milhares de pessoas da minoria hazara estavam se manifestando contra a rota de uma milionária linha de energia elétrica.

"Dois soldados do Estado Islâmico detonaram cintos com explosivos em uma reunião de xiitas na cidade de Cabul, no Afeganistão", disse um breve comunicado da agência de notícias Amaq, que opera em território controlado pelo Estado Islâmico.

Ataque pode representar escalada do EI no Afeganistão
Se confirmada a autoria do Estado Islâmico, o ataque — que está entre os mais mortíferos desde o início da campanha liderada pelos EUA contra o Talibã em 2001 — representaria uma escalada do grupo, que até agora estava confinado à província de Nangarhar, no leste.

A referência explícita à religião xiita dos hazara também representa uma ameaça para o Afeganistão, onde a rivalidade sanguinária entre sunitas e xiitas, típica do Iraque, era relativamente rara, apesar de décadas de guerra.

Oficiais da principal agência de inteligência do Afeganistão, o Diretório Nacional de Segurança (DNS), disseram que o ataque foi planejado por um indivíduo chamado Abu Ali, um militante do Estado Islâmico supostamente baseado no distrito de Achin, em Nangarhar.

Os oficiais disseram que três bombas foram envolvidas no ataque.

Estima-se que os hazaras, que falam persa, representem 9% da população e são a terceira maior minoria do Afeganistão, mas há tempos a minoria sofre discriminação. Milhares foram mortos durante o período de governo do Talibã.

Fonte: http://noticias.r7.com/internacional/estado-islamico-reivindica-responsabilidade-por-ataques-que-deixaram-dezenas-de-mortos-em-cabul-23072016

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