04/08/2016 15h00
- Atualizado em
04/08/2016 15h00
Vacina dos EUA contra a zika é eficiente em macacos, diz estudo
Testes em humanos devem começar ainda este ano.
Resultados foram publicados na revista 'Science'.
Instalação piloto da WRAIR para fabricação de um lote de vacina para estudos clínicos (Foto: WRAIR)
A segunda etapa de estudos pré-clínicos da vacina contra o vírus da zika do Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed (WRAIR, na sigla em ingês), nos EUA, demonstrou que sua proteção contra a doença é efetiva em macacos.Recentemente, os pesquisadores já haviam relatado a eficácia da vacina ZIKV com o vírus inativado (ZPIV) em ratos. Os resultados dessa nova pesquisa em macacos demonstram uma proteção mais robusta, já que esses animais desenvolvem respostas imunitárias similares aos seres humanos. O estudo, que tem a colaboração do Hospital Beth Israel Deaconesss e da Harvard Medical School foi publicado nesta quinta-feira (4) na revista “Science”.
O ZPIV, que foi desenvolvido por pesquisadores do WRAIR, induz à criação de anticorpos neutralizantes da doença duas semanas após a vacinação inicial. Uma segunda dose de reforço é dada na quarta semana após a primeira aplicação.
Após receberem a vacina, os macacos mostraram proteção completa para os tipos de vírus da zika encontrados no Brasil e em Porto Rico, o mesmo encontrado nos Estados Unidos. O vírus não foi encontrado no sangue, urina e secreção dos primatas.
"Os resultados tanto dos testes com ratos quanto com macacos são encorajadores e estimulam a decisão de avançar com o governo dos Estados Unidos, a indústria e os parceiros de regulamentação para a nossa vacina candidata ZPIV a testes em humanos", disse o coronel Stephen Thomas, médico do exército especializado em doenças infecciosas e em flavivírus, que incluem zika e dengue.
"Baseia-se em uma tecnologia do WRAIR desenvolvida e aplicada com sucesso a outras vacinas contra flavivírus. Esperamos que, aproveitando essa tecnologia comprovada, aumentem nossas chances de desenvolver uma vacina da zika segura e eficaz", completou.
Os pesquisadores também avaliaram a eficácia do gene utilizado em vacinas contra a zika criadas pela Universidade Harvard. Elas também protegeram contra o vírus os primatas não-humanos. Além disso, os investigadores não observaram efeitos adversos em nenhum dos testes.
Os pesquisadores esperam que a fase 1 de testes clínicos em humanos dessa vacina comece ainda neste ano. Recentemente, o WRAIR assinou um acordo para desenvolver a tecnologia ZPIV com a produção e fabricação do laboratório francês Sanofi Pasteur, responsável pela primeira vacina contra a dengue em circulação no Brasil.
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