quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Técnicos da Saúde do DF criticam cortes no orçamento de 2017

Servidores alertam que redução de 38% na verba para o ano que vem pode afetar gastos necessários. Secretaria de Planejamento diz que cortes são apenas previsão.

 
Técnicos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal argumentam que o corte de 38% na orçamento da pasta para 2017 pode prejudicar o andamento dos serviços públicos. A pasta pediu liberação de R$ 9,567 bilhões, mas a área econômica do governo só aprovou o montante de R$ 5,9 bilhões. O valor é menor inclusive que orçamento da pasta no ano de 2016. 

Neste ano, a Secretaria de Saúde teve orçamento de 6,2 bilhões, incluindo recursos do GDF e da União. Ainda assim, foram feitos remanejamentos em mais de R$ 450 milhões para cobrir as despesas e manter os atendimentos.

A previsão para 2017 era destinar R$ 3,5 bilhões para custos de manutenção como remédios, limpeza, comida, mas o valor aprovado foi 46% menor, de R$ 1,9 bi. Já o orçamento previsto para despesas com pessoal (salários, horas extras, reajustes e contratação de servidores) teve um corte de 79%: a secretaria previu R$ 5,6 bi e o GDF liberou 65 milhões. Num contexto geral, a diferença entre o que a secretaria orçou e o que o governo aprovou é R$ 3,6 bilhões a menos. 

O relator do orçamento da Saúde, prof. Israel (PV), afirmou que está analisando apenas os valores do GDF, sem contar os repasses da União, mas entende que o valor está baixo. Por isso, sugere um aumento de pelo menos R$ 200 milhões. 

Em nota, a Secretaria de Planejamento afirma que há o orçamento previsto é na verdade de R$ 6,7 milhões. 

Segundo a pasta, os cortes refletem apenas uma previsão de gastos e os recursos disponibilizados também dependem da receita que o governo conseguir arrecadar. 

Por causa das reduções, os técnicos da Saúde afirmam que investimentos que estavam previstos para o ano que vem devem ser cancelados. Um deles é o projeto do segundo hospital do Gama, que provavelmente não será executado. Também destacam que nos últimos anos foram abertas UPAs, centros de tratamento e novos leitos de UTI que devem ser mantidos com dificuldade. 

O alerta dos funcionários é de que também pode haver atrasos nos pagamentos de fornecedores, nas compras emergenciais e na realização de licitações regulares para manutenção de prédios e equipamentos. 

A expectativa da pasta é de que sejam aprovadas emendas parlamentares da bancada federal, que poderão incrementar o orçamento de 2017 em R$ 220 milhões. 

Diretora de Planejamento e Orçamento da Saúde, Christiane Braga disse que além de contar com as emendas dos deputados federais, uma equipe da Secretaria de Saúde vai buscar explicar os números e as necessidades da pasta para os deputados distritais na tentativa de conseguir um suplemento orçamentar também por parte da Câmara Legislativa do DF. 

Nenhum comentário :

Postar um comentário