'Aylan' de Myanmar, foto de bebê morto choca o mundo
Bebê de 16 meses da etnia rohingya fugia de violência policial
Mohammed Shohayet, 16 meses, estava fugindo com sua família
Reprodução/ obakbepar.com
Dessa vez, trata-se do pequeno bebê Mohammed Shohayet, 16 meses, que pertence à etnia rohingya e que estava fugindo com sua família de policiais de Myanmar, acusados constantemente de promover uma "limpeza étnica" no país.
Imagem do menino sírio Aylan Kurdi gerou protestos no undo inteiro em 2015
Reuters
Apenas o pai sobreviveu. Em entrevista à CNN, Zafor Alam, falou sobre a perda dos filhos e da esposa.
"Quando vejo essa foto, sinto vontade de morrer. Não tem mais nenhum motivo para eu viver neste mundo", contou. Alam ainda explicou que a família fugiu de sua vila "após helicópteros dispararem contra nós e soldados de Myanmar dispararem contra nós".
"Não podíamos ficar na nossa casa. Precisamos fugir e nos esconder na floresta. Meu avô e minha avó foram queimados vivos. A nossa vila foi incendiada por militares. Não sobrou nada. Nós caminhamos por seis dias. [...] Precisávamos mudar de local porque os soldados estão procurando pelos rohingya".
Alam atravessou o rio nadando e encontrou pescadores bengaleses que o ajudaram. De lá, pediu que fosse resgatar sua família. Nesse tempo, no entanto, soldados começaram a disparar contra eles — e outros membros da etnia que estavam tentando a travessia. Quando entraram no barco apressadamente, houve excesso de pessoas e a embarcação naufragou.
Tal qual Aylan, Mohammed foi encontrado em um terreno arenoso, de bruços e já sem vida pelos socorristas.
O povo rohingya é perseguido em diversos países e é considerado pelas Nações Unidas uma das minorias mais perseguidas do mundo.
Segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), ligado à ONU, 34 mil rohingya fugiram nos últimos meses de Myanmar para Bangladesh através do rio Naf.
Revolta tomou conta das redes sociais
Twitter/ @jaan_alisha
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