Família na BA celebra volta para casa de bebê que foi sequestrada por pai após separação; vídeo
Mãe, que mora no oeste do estado, ficou sem notícias da criança por quase 30 dias. Bebê foi encontrada com o pai no Ceará.
A bebê de 10 meses que foi levada da casa da mãe, em Luís Eduardo Magalhães, pelo próprio pai,
retornou para na cidade do oeste da Bahia, neste sábado (6). Yankka
Avelino Martins foi recebida com muita emoção, e até fogos de artifício,
pelos familiares maternos. Ela foi localizada na última quinta-feira (4), em Fortaleza, com o pai.
A bebê voltou para casa com a mãe, Safira Dementino Avelino, 19 anos,
que viajou para buscar a filha em Fortaleza. Um vídeo feito pela família
de Safira, mostra o momento em que as duas chegam em Luís Eduardo
Magalhães. Um carro que trouxe as duas se aproximou buzinando para
anunciar o retorno da bebê. Todos os familiares encostaram no carro, e
emocionados, falavam: "Deu certo, a vitória é nossa".
Enquanto todos queriam segurar a pequena Yankka no colo, outros
soltavam fogos de artifício. Ao sair do carro, emocionada, Safira também
foi abraçada pelos familiares que receberam ela e a filha.
O pai da criança, quando foi encontrado com a bebê, foi levado para a
delegacia, em Fortaleza. Ele assinou um Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC) e foi liberado. Carlos Henrique Martins de Araújo, de 36 anos, vai
responder pelo crime de sequestro. O inquérito corre na Delegacia de
Luís Eduardo Magalhães.
Em depoimento, ele disse à polícia que levou a menina por achar que
tinha o direito de sair com ela sozinho e que queria ficar com a
criança. Carlos Henrique e a mãe da bebê estão separados há quatro
meses.
Investigações
Segundo o delegado Joaquim Rodrigues, titular da Delegacia de Luís
Eduardo Magalhães, e que está à frente do caso, a polícia baiana recebeu
denúncias de que Carlos Henrique teria sido visto com a filha em
Fortaleza. Na terça-feira (2), Rodrigues e agentes da Polícia Civil, que
viajaram para a capital cearense, localizaram o pai da menina em um
apartamento do Residencial Vila Verde, situado na Rua Capitão Hermínio,
bairro Messejana.
A polícia, então, apurou que o imóvel havia sido alugado por Carlos
Henrique e solicitou apoio da Delegacia de Combate à Exploração da
Criança e do Adolescente (Dececa), em Fortaleza, para conduzir o
suspeito à unidade policial.
Ainda segundo Joaquim Rodrigues, o pai da bebê não tem familiares ou
vínculos em Fortaleza e escolheu a cidade para se esconder com a filha
por considerar que não seria facilmente localizado.
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Pai da criança diz na carta que levará filha para longe de tudo e de todos (Foto: Safira Avelino / Arquivo Pessoal)
Caso
Conforme a polícia, a mãe da bebê, Safira Benetino Avelino, denunciou à
Delegacia de Luís Eduardo Magalhães, no dia 6 de abril, que a filha
havia sido levada pelo ex-marido e pai da criança. Conforme Safira,
Carlos Henrique Martins deixou um bilhete dizendo que não seria mais
encontrado. “Sei que você vai me procurar, mas não vai me encontrar.
Estaremos bem longe de tudo e de todos”, dizia o recado.
Safira contou que morava com Carlos Henrique no município de Gurupi, no
estado do Tocantins. Após a separação, decidiu voltar para a cidade
natal, no oeste da Bahia. Ela não deu detalhes sobre a causa da
separação.
“Ele já tinha vindo visitar a nossa filha outras vezes. Dessa vez, ele
chegou dizendo que ia embora para África. Pediu para tirar umas fotos
com ela na praça antes da viagem. Ele é o pai e eu não queria tirar dele
esse direito de sair com ela. Ele me pediu para eu arrumar uma bolsa
com algumas peças de roupa. Eu fiz e ele saiu", contou a mãe da criança
ao G1, logo após o desaparecimento.
Na carta deixada para a ex-mulher, Carlos alega que a menina não estava
tendo os cuidados que merecia.
“Ela adoece aí por falta de cuidados,
por não se importar de vestir ela de acordo com a temperatura. Não
alimenta minha filha adequadamente, banhos fora de hora”, diz um trecho.
Em outro momento ele diz: "Esqueça a minha filha e nos deixe em paz". A
mãe, no entanto, negou que a filha não seja bem cuidada.
Conforme Safira, no dia seguinte ao desaparecimento, Carlos Henrique
chegou a responder uma mensagem dela encaminhada por meio de um
aplicativo de celular. “Ele me respondeu às 4h. Eu disse para ele trazer
minha filha, que ela estava com fome. Ele disse apenas que ela estava
bem”.
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