Uso incorreto de antibiótico estimula superbactérias
Uso correto de antibióticos é importante para garantir o tratamento adequado e evitar que bactérias se tornem mais fortes.
Por: Ascom/Anvisa
Publicado: 17/05/2017 09:53
Última Modificação: 17/05/2017 16:46
O
termo superbactéria não é o mais correto tecnicamente, mas define bem o
que pode acontecer quando os antibióticos são utilizados de forma
inadequada e acabam provocando uma seleção das bactérias mais
resistentes. O processo é simples, mas perigoso: bactérias que
sobrevivem aos antibióticos podem gerar outras bactérias que também são
resistentes. Tecnicamente essas bactérias são chamadas
de multirresistentes, ou seja, resistem a vários tipos de medicamentos.
Resistência
microbiana é o nome deste processo, que é uma das maiores
preocupações de profissionais e autoridades da área de saúde no mundo
inteiro. Os antibióticos são necessários para combater as infecções,
mas seu uso incorreto também pode piorar o quadro do paciente. O uso
incorreto pode ser a utilização por um período inadequado ou a
utilização de um medicamento que não é o recomendado para o tipo
de bactéria que está causando a infecção, por exemplo.
Por isso, um
controle maior sobre o uso de antibióticos tem sido adotado por vários
países para evitar que a banalização desses medicamentos deixe médicos e
pacientes sem opção de tratamento.
Antibiótico sem receita de jeito nenhum
Uma
das medidas para frear a resistência microbiana é racionalizar o uso de
antibióticos e evitar tratamentos errados ou incompletos. Por isso, a
receita especial em duas vias é obrigatória para a compra desse tipo de
medicamento no Brasil desde 2010. O objetivo é fazer com que o paciente
só utilize antibióticos após uma avaliação profissional que defina o
tipo e a duração necessários. Como qualquer medicamento, os antibióticos
só podem ser prescritos por médicos, dentistas e veterinários. Além
disso, quando as receitas fazem parte de programas estabelecidos pelo
Ministério da Saúde, como os programas de Tuberculose e Hanseníase, os
medicamentos também podem ser prescritos por enfermeiros.
O
uso incorreto de medicamentos traz outro prejuízo aos pacientes
que, sem uma cura completa, poderão voltar a adoecer de forma mais grave
no futuro. Esse problema ocorre, por exemplo, quando o
paciente não faz o tratamento completo, tomando todas as doses
prescritas.
No
Brasil, a venda de antibióticos é acompanhada via internet pela Anvisa e
pelas vigilâncias sanitárias de estados e municípios. Semanalmente as
farmácias informam pelo sistema SNGPC todas as aquisições e vendas de
antibióticos.
O problema é mundial, dados de pesquisas mostram que entre os anos 2000 e 2010 o consumo de antibióticos no mundo aumentou 36%.
Além
do monitoramento das vendas, a Anvisa também acompanha a qualidade dos
antibióticos, por meio de avaliação em laboratório e define limites para
a presença de resíduos de medicamentos veterinários em alimentos.
Principais erros no consumo de antibióticos
- Aceitar a recomendação de qualquer pessoa que não seja médico, dentista ou enfermeiro (caso dos programas do SUS).
- Tomar antibióticos quando estiver gripado ou com a garganta inflamada.
- Usar um
medicamento que foi recomendado para outra pessoa. Os sintomas podem
ser parecidos, mas a doença e necessidade de tratamento podem ser
outras.
- Tomar os antibióticos que sobraram de um tratamento anterior, sem passar por avaliação profissional.
- Fazer o tratamento por um período menor que o indicado pelo seu médico ou dentista.
Conheça as principais causas da resistência microbiana
- Uso indevido de antibiótico, sem necessidade ou por um período diferente do recomendado.
- Falhas no controle de infecções em hospitais e clínicas.
- Capacitação
insuficiente de alguns profissionais de saúde para a prescrição correta
de antibióticos para os pacientes internados ou nos ambulatórios.
- Falhas
nas medidas de prevenção e controle de infecções em hospitais e
clínicas, principalmente a higiene das mãos pelos profissionais de
saúde.
- Falta de higiene, por exemplo lavagem das mãos após o uso do banheiro e antes das refeições.
- Ausência de novos tratamentos pela indústria farmacêutica.
- Excesso de antibióticos em animais destinados à alimentação humana.
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