Domingo, 04/06/2017, às 06:00,
Os melhores amigos em qualquer idade
Normalmente,
quando se pensa num bicho de estimação, a primeira imagem que vem à
cabeça é a de uma criança abraçada a seu cachorro. No entanto, ter um
pet na terceira idade pode trazer inúmeros benefícios à saúde física e
mental da pessoa. De acordo com a Associação Americana do Coração
(American Heart Association), ter um animal, especialmente um cão, pode prevenir doenças cardiovasculares.
Somente o fato de sair para passear com o totó já obriga o indivíduo a
se exercitar mais; e, além de funcionarem para “quebrar o gelo” e
aumentar o convívio social, os bichos são um poderoso antídoto contra a
solidão e a depressão.
Iza
de Menezes Tavares, de 89 anos, e Aurora, uma ágil gata vira-lata de
presumidamente sete anos, são um bom exemplo dessa sintonia. “Onde eu
vou, ela vai atrás”, diz Iza, cuja filha, Flavia, resgatou Aurora da rua
no dia do aniversário da mãe, em janeiro de 2011. Ela resume o
relacionamento da mãe com a gatinha: “Aurora é uma companheira que faz
os dias ficarem mais animados e a mamãe se sentir útil e importante,
pois precisa cuidar dela”. Há evidências científicas de como eles
melhoram o bem-estar emocional dos idosos: interagir com um pet melhora
os níveis de serotonina, neurotransmissor que regula o humor (para o
bem). A chamada “terapia assistida por animais”, que leva bichos a
hospitais e asilos, já mostrou isso.
Em casa, a convivência alimenta o
sentimento de que a pessoa é querida e necessária. No entanto, é
importante se fazer algumas perguntas antes de decidir se tornar dono de
um:
1) 1)
Você está disposto a se adaptar às inevitáveis mudanças que vão ocorrer
em sua rotina? Quem viaja muito terá que levar isso em conta.
2) 2)
Você se sente bem disposto para ser responsável por um animal, ainda
que de pequeno porte? Gatos, por exemplo, são mais independentes, mas
também necessitam de cuidados.
3) 3) Você tem como sustentar um pet? Além de ração, é preciso considerar os custos com vacinação e idas ao veterinário.
4) 4) Se não puder mais cuidar dele, terá amigos ou parentes dispostos a acolhê-lo?
É
claro que é preciso bom senso na hora de escolher uma companhia canina
ou felina para um idoso. Um filhote cheio de energia certamente não é o
mais indicado: nos Estados Unidos, estima-se que cerca de 86 mil quedas por ano sejam
causadas por cães (88% dos casos) e gatos (12%). Em compensação,
animais mais velhos que precisam de adoção podem se tornar uma excelente
opção. Nos EUA, há diversos serviços, como o “Senior pets for senior
people” (“Bichos idosos para pessoas idosas”), que poderiam ser
replicados no Brasil. A propósito, cães velhinhos também sofrem de
distúrbio cognitivo e seus donos têm que ficar atentos aos primeiros
sinais de senilidade...
Foto: Iza e Aurora, companheiras inseparáveis / Crédito: Mariza Tavares
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