Secretaria de Saúde apura 'ataque' de carrapatos a visitantes do Zoo do DF
Suspeita é de que praga seja transmitida por capivaras, que circulam livremente no espaço. Uma só família relata que retirou 100 carrapatos após passeio no Zoológico.
A Secretaria de Saúde informou neste sábado (3) que vai investigar
casos de visitantes que “pegaram” carrapato durante passeio no Zoológico
de Brasília. A suspeita é de que os parasitas venham carregados por
capivaras que circulam livremente pelo Zoo. Em uma só família, três
membros disseram que retiraram do corpo um total de cem carrapatos.
De acordo com o diretor de Vigilância Ambiental, Denilson Magalhães, o
Zoo precisa fazer o controle de carrapatos na região. “Não tomamos
conhecimento de surto de carrapato, mas esta semana já estivemos no
parque e vamos iniciar uma investigação pra saber se está acontecendo
algum problema em relação a carrapato.”
A servidora pública Liza Gomes não esperava que passaria por um
pesadelo quando foi ao Zoo com o marido e a filha no último domingo. “A
gente continuou caminhando e se coçando, e quando chegou até o carro que
a gente foi retirar o tênis que viu que eram os carrapatos”, afirmou.
Para ela, a situação é preocupante porque há crianças circulando pelo
local. “O que a gente observou lá é que tem muita capivara solta em todo
o gramado. Em todo momento, a gente vê fezes, e elas transitam o tempo
todo.”
“Estava coçando e parecia que era pernilongo”, contou a filha, Maria
Clara, de 7 anos, que está tomando corticóide e antibiótico. Além da
coceira, ela também teve febre e dor no corpo e na cabeça. A família
sofreu por três dias. Há também relatos de outras pessoas que passaram
pela mesma situação no Zoológico.
Segundo o diretor Denilson Magalhães, é importante que todas as
famílias entrem em contato com a Secretaria de Saúde. “Precisamos
conhecer o caso para fazer a investigação e confirmar quais doenças
foram transmitidas pelo carrapato”, disse. A preocupação é de que haja
transmissão de febre maculosa, que pode levar à morte. Nos últimos 17
anos, o DF registrou três casos – o último foi em 2016.
Apesar do livre trânsito de capivaras, existe uma determinação do
Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) que manda a administração
do parque a manter a área cercada para evitar a transmissão de
carrapatos.
Carrapatos são parasitas da família dos ácaros, assim como pulgas e
piolhos. Alguns são minúsculos e podem medir 0,25 milímetro. Eles se
alimentam de sangue humano e animal, e podem transmitir doenças como
viroses, febre maculosa e tifo.
Segundo a médica infectologista Joana D’Arca Gonçalves, quando se trata
de transmissão de doenças, carrapatos só perdem para mosquitos. “Os
sintomas começam a aparecer entre 2 e 14 dias. Aí esse sintoma tem que
ser observado, tem que coletar os exames adequados para se fazer o
tratamento o correto. Então tem que ficar atento sim porque o tempo
neste caso é vida.”
Questionado, o Zoológico declarou que é a primeira vez que recebe
relatos do tipo sobre carrapatos e que, durante o período de seca, é
comum que apareçam em áreas verdes. Também afirmou que vem constatando a
visita de capivaras e gatos na região – animais que podem espalhar
carrapatos. Por isso, o zoo disse que está articulando ações de manejo
com o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) na área da Candangolândia.
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