Sobe para 47,4 mil número de desabrigados e desalojados devido às enchentes em Pernambuco
Balanço da sexta (2) mostrava 46.131 pessoas fora de casa. Defesa Civil do estado segue fazendo buscas em áreas de difícil acesso.
Até o fim da noite da sexta-feira (2), Pernambuco registrou 3.482
desabrigados e outros 43.995 desalojados devido às enchentes que levaram
transtornos à Mata Sul e ao Agreste do estado.
Ao todo, 47.477 pessoas que precisaram deixar as residências. O número
representa um aumento em relação à estatística divulgada na quinta (1º),
quando havia 46.131 pessoas fora de casa devido aos transtornos causados pela chuva. Ao todo, seis pessoas morreram.
De acordo com o coordenador executivo de Defesa Civil de Pernambuco,
tenente coronel Luiz Augusto, os números podem oscilar porque as equipes
do órgão permanecem fazendo vistorias em áreas de difícil acesso. “A
ideia é identificar se há mais casas que oferecem risco de desabamento e
direcionar as pessoas para abrigos”, explica.
Em relação à ajuda humanitária prestada às vítimas das enchentes
prestada durante seis dias, já foram entregues 80 toneladas de alimentos,
66 mil litros de água e outras 24,5 toneladas de roupas. Também foram
entregues 1.540 kits de limpeza e 5.935 colchões às pessoas que estão em
abrigos.
Questionado sobre o início da reconstrução das residências, o
coordenador executivo da Defesa Civil de Pernambuco informou que o
objetivo das ações, num primeiro momento, é dar assistência aos que
estão fora de casa.
“Esse não é o momento de pensar na reconstrução e, por isso, não há um
prazo para iniciar o trabalho. O trabalho agora é de prestar ajuda
humanitária e restabelecer o fornecimento de água e energia das cidades”, explica, mencionando, ainda, o hospital de campanha instalado no município de Rio Formoso para prestar atendimento médico aos desabrigados.
As famílias direcionadas aos abrigos já foram cadastradas por
assistentes sociais do governo estadual para, futuramente, receberem
assistência no período de reconstrução das casa. “Estamos fazendo todos
os esforços necessários para que as cidades voltem à sua normalidade”,
frisa o tenente-coronel Luiz Augusto.
Entenda o caso
Desde o final de semana dos dias 27 e 28 de maio, chuvas fortes atingem
várias regiões do estado, provocando enchentes de rios e deslizamentos
de barreiras. Seis pessoas morreram, sendo duas no Recife, duas em Caruaru e duas em Lagoa dos Gatos. De acordo com dados do governo do estado, o número de desabrigados e desalojados chegou a 55,1 mil pessoas no dia 31 de maio.
Na terça-feira (30), o governo do estado decretou emergência em 24 cidades pernambucanas. No domingo (28), o presidente da República, Michel Temer, veio ao Recife
e autorizou o envio de ajuda humanitária. Ele ainda se comprometeu com a
liberação de uma linha de crédito de R$ 600 milhões, junto ao BNDES,
para obras no estado.
Diante das enchentes, o governo estadual decretou estado de emergência em 24 municípios de Pernambuco.
Na quarta (31), o governador Paulo Câmara visitou as cidades de Catende e Ribeirão,
na Zona da Mata Sul, para acompanhar o planejamento de ajuda
humanitária às famílias desalojadas e de limpeza das áreas atingidas
pela água, feito por 'gabinetes de crise' instalados nos dois
municípios.
Solidariedade
Para ajudar as famílias que perderam praticamente tudo nas enchentes, diversas instituições e entidades realizam arrecadação de alimentos não perecíveis e objetos de higiene pessoal. Há pontos de coleta no Recife, em Olinda e nos 15 campi do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE).
Entenda as fortes chuvas
No Nordeste, as chuvas ocorrem por causa de um fluxo de vento que vem do oceano
carregado de ar úmido, formando nuvens carregadas na costa e na Zona da
Mata. De acordo com o meteorologista Celso Oliveira, da Somar
Meteorologia, trata-se de um sistema chamado onda de leste, comum nesta
região no outono e inverno.
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