sexta-feira, 17 de abril de 2015

Dermatose acantolítica transitória, Doença de Grover

O que é?

Doença de causa desconhecida que acomete principalmente homens acima de quarenta anos. Alguns fatores são relacionados com o seu surgimento ou com a sua exacerbação, como: calor, exposição ao sol, febre e sudorese.
No entanto, alguns pacientes apresentam piora no inverno, o que pode estar relacionado com o ressecamento da pele nesta época do ano, já que a dermatose acantolítica transitória parece ocorrer mais frequentemente em pacientes com dermatite atópica ou dermatite asteatósica, doenças caracterizadas pelo ressecamento cutâneo.

Manifestações clínicas da doença de Grover

A doença, geralmente, tem um curso benigno e auto-limitado, mas pode ser persistente em alguns casos. O início pode ser súbito ou começar de forma insidiosa, como outras doenças que provocam coceira.
O principal sintoma da dermatose acantolítica transitória é a coceira, que pode ser intensa mesmo na presença de poucas lesões. Na pele, surgem lesões avermelhadas, pouco elevadas, que podem ser lisas ou ásperas e apresentar vesículas (pequeninas bolhas) na superfície que, em geral, são rompidas pelo ato de coçar, deixando apenas crostículas residuais.
O local mais afetado é o tronco, principalmente na região do tórax anterior e parte superior do abdômen, porém, em casos mais extensos, as lesões podem afetar também o pescoço e a raiz dos membros.

Tratamento

Deve ser evitado o calor e atividades que provoquem sudorese. Para alívio da coceira, é indicado o uso de antihistamínicos. Corticosteróides tópicos podem ser aplicados nas lesões e, em casos extensos, o uso de corticoterapia oral também pode ser indicado. Altas doses de vitamina A ou o uso de retinóides como a isotretinoína podem ser uma opção terapêutica para casos refratários ao tratamento, que deve ser determinado de acordo com cada caso pelo médico dermatologista.
Fonte: http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/grover.shtml 

RELATO DO CASO
Paciente do sexo masculino, etnia oriental, 53 anos de idade. Em outubro de 2007, entrou em contato com uma paciente portadora de escabiose (Sarcoptes scabiei). Adquiriu essa parasitose apresentando lesões papuloeritematosas de aproximadamente 3 mm, acompanhadas de intenso prurido, em todo o tronco e porções proximais de membros superiores e inferiores. Fez tratamento com ivermectina 15 mg (dose única) e permetrina loção tópica 50 mg/mL, ocorrendo resolução parcial dos sintomas.
Após duas semanas, houve piora do quadro dermatológico. As lesões confluíram e formaram placas eritematosas, com diâmetros variando entre 2 e 4 cm, em todo o tronco e regiões proximais de membros superiores e inferiores (Figuras 1 e 2). Essas lesões eram acompanhadas de intenso prurido e sensação dolorosa. Como fatores de piora, relatou calor e suor; e de melhora, banho com água fria.
 
Figura 1 - Lesões no tronco.

 
Figura 2 - Lesões no tronco.

Ao exame físico, o paciente apresentava apenas as lesões cutâneas. Os exames laboratoriais realizados foram normais. Fez uso de prednisona 20 mg/dia e hidroxizina 75 mg/dia, sem melhoras. Fez biópsia das lesões cutâneas e os achados histopatológicos são compatíveis com doença de Grover.
Foi iniciado tratamento com metotrexato, na dose de 15 mg por semana durante 10 semanas, e houve remissão rápida do quadro. Após seis meses, porém, ocorreu recidiva das lesões. Optou-se por reiniciar o tratamento com metotrexato, na mesma dose, durante 12 semanas, associado a acetato de retinol (50.000 UI/dia) e a suspensão de atividade física aeróbica, tendo as lesões regrediram prontamente.
Atualmente, o paciente continua com o uso diário de acetato de retinol (50.000 UI/dia), apresentando lesões dermatológicas compatíveis com doença de Grover em pequeno número no tronco (Figura 3).
 
Figura 3 - Lesões remanescentes.
Fonte: http://www.rmmg.org/artigo/detalhes/1611 

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