1/4/2016 às 00h40 (Atualizado em 1/4/2016 às 14h36)
Desespero leva famílias a encarar horas na fila, e clínicas não dão conta de demanda por vacina do H1N1
Embora vacinação seja importante, especialista diz que não há motivo para pânico
Vacina é melhor maneira de se proteger contra gripe
Fotos públicas
Sol a pino, nenhuma cadeira ou banco para se sentar, e a gestante
Tatiana Sannan já completava uma hora na fila de uma clínica de vacinas
na zona sul de São Paulo. Segurando pela mão o filho Gabriel, de sete
anos, e grávida de nove semanas, ela era apenas uma entre a centena de
pessoas que aguardavam ser chamadas para tomar a vacina contra o vírus
H1N1, que já matou oito pessoas só na capital paulista desde o início do
ano.
Tanto em frente à clínica em que Tatiana esperava quanto em outros pontos de vacinação da rede particular, o quadro geral é de pânico entre a população. Na Humana, na região de Moema, também na zona sul, as 200 doses disponibilizadas nesta quinta-feira (31) acabaram em menos de uma hora. De acordo com um dos manobristas do local, antes mesmo de as portas da clínica serem abertas, uma fila já se formava na calçada.
Situação parecida acontecia na Clinivac, no Itaim — às 5h30 da manhã, duas horas e meia antes do início do expediente, pessoas já guardavam lugar na porta. Depois de passar em outras quatro clínicas e não encontrar mais doses disponíveis, Tatiana chegou ali às 11h, e pegou a senha de número 457. Ao meio-dia, ouvia as enfermeiras chamarem o paciente número 312.
— Estou aqui primeiro porque sou do grupo de risco, segundo porque, no trabalho do meu marido, está cheio de casos de H1N1. Essa semana veio um recado na agenda do meu filho avisando que houve um caso na escola, a mãe da menina está desesperada. Vou ficar aqui até conseguir, mas tem hora que a gestante se cansa, a gente sente fome, dor.
Tanto em frente à clínica em que Tatiana esperava quanto em outros pontos de vacinação da rede particular, o quadro geral é de pânico entre a população. Na Humana, na região de Moema, também na zona sul, as 200 doses disponibilizadas nesta quinta-feira (31) acabaram em menos de uma hora. De acordo com um dos manobristas do local, antes mesmo de as portas da clínica serem abertas, uma fila já se formava na calçada.
Situação parecida acontecia na Clinivac, no Itaim — às 5h30 da manhã, duas horas e meia antes do início do expediente, pessoas já guardavam lugar na porta. Depois de passar em outras quatro clínicas e não encontrar mais doses disponíveis, Tatiana chegou ali às 11h, e pegou a senha de número 457. Ao meio-dia, ouvia as enfermeiras chamarem o paciente número 312.
— Estou aqui primeiro porque sou do grupo de risco, segundo porque, no trabalho do meu marido, está cheio de casos de H1N1. Essa semana veio um recado na agenda do meu filho avisando que houve um caso na escola, a mãe da menina está desesperada. Vou ficar aqui até conseguir, mas tem hora que a gestante se cansa, a gente sente fome, dor.
Na mesma clínica, Fabiana Righi aguardava atendimento com o filho
Phelipe no colo. Quando nasceu, o menino, que hoje tem um ano e nove
meses, ficou 40 dias internado por conta de uma cardiopatia e
hipertensão pulmonar.
— Ontem minha prima passou cinco horas aqui na fila. Quando chegou perto da nossa vez, as vacinas acabaram e fui embora. Voltei hoje, minha amiga chegou aqui às 8h e guardou lugar para a gente. Preciso vaciná-lo porque ele teve estas complicações. Agora falta pouco, só mais sete pessoas na frente.
— Ontem minha prima passou cinco horas aqui na fila. Quando chegou perto da nossa vez, as vacinas acabaram e fui embora. Voltei hoje, minha amiga chegou aqui às 8h e guardou lugar para a gente. Preciso vaciná-lo porque ele teve estas complicações. Agora falta pouco, só mais sete pessoas na frente.
Com brinquedos, água e biscoitos na bolsa, Maria Fernanda Kruppa também
esperava ser chamada para imunizar o filho Felipe, de três anos. Há 45
minutos na fila, ainda estava do lado de fora da clínica, na calçada
geralmente usada como estacionamento, mas que, dada a quantidade de
pacientes, foi esvaziada e liberada pelos manobristas para ser usada
como sala de espera.
— Acho que o problema está muito grave para esperar mais dias. Ontem recebi um email da escola falando do caso de uma criança que pegou (o vírus). Pelo que sei, a situação vai se complicar já em abril, então é preciso tomar logo.
Babá de uma criança de um ano e cinco meses, Rosângela dos Santos, que chegou à clínica às 10h30, havia acabado de mandar uma mensagem pelo celular aos patrões para avisar que a vez deles serem chamados para a sala de vacinação chegaria em breve.
— Vejo na TV que já tem pessoas morrendo, adultos, crianças. Vamos todos tomar a vacina. Ontem passamos aqui e estava muito cheio, voltamos hoje. Acho que deveria ser uma coisa acessível a todos. Eu tenho a sorte de a minha patroa estar patrocinando para mim, mas e os outros, como fazem? Devia ser uma coisa mais acessível, porque a prevenção é a melhor arma.
— Acho que o problema está muito grave para esperar mais dias. Ontem recebi um email da escola falando do caso de uma criança que pegou (o vírus). Pelo que sei, a situação vai se complicar já em abril, então é preciso tomar logo.
Babá de uma criança de um ano e cinco meses, Rosângela dos Santos, que chegou à clínica às 10h30, havia acabado de mandar uma mensagem pelo celular aos patrões para avisar que a vez deles serem chamados para a sala de vacinação chegaria em breve.
— Vejo na TV que já tem pessoas morrendo, adultos, crianças. Vamos todos tomar a vacina. Ontem passamos aqui e estava muito cheio, voltamos hoje. Acho que deveria ser uma coisa acessível a todos. Eu tenho a sorte de a minha patroa estar patrocinando para mim, mas e os outros, como fazem? Devia ser uma coisa mais acessível, porque a prevenção é a melhor arma.
De dentro de um táxi, junto com dois filhos pequenos, uma mulher que preferiu não se identificar rodava a cidade atrás de clínicas onde ainda houvesse doses da vacina para as crianças. Na terceira tentativa, o taxímetro do veículo já marcava mais de R$ 50.
Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai explica que a vacinação é importante, sim, mas que não deve ser motivo de pânico.
— Estamos vendo a sazonalidade começar mais cedo este ano, e é uma doença potencialmente grave, mas recomendamos o que é recomendado todos os anos. Acho que a prioridade é vacinar os grupos de risco, como grávidas, idosos e crianças, e os doentes com comorbidades, com doenças crônicas e problemas pulmonares. É importante não esquecer de que quem faz tratamento de diabetes também tem uma indicação importante para vacinar.
Na rede pública de saúde, apenas os grupos de risco têm direito a receber a vacina, que protege, entre outras cepas do influenza, contra o vírus H1N1, responsável por um surto atualmente no Estado de São Paulo. Na primeira fase da vacinação, a partir do dia 11 de abril, serão imunizados gratuitamente nos postos crianças maiores de seis meses e menores de cinco anos, gestantes e idosos.
Em seguida, as vacinas serão oferecidas, a partir do dia 30 de abril, a doentes crônicos, puérperas, indígenas e funcionários e população carcerária.
Àqueles que não fazem parte de nenhum destes grupos, resta a opção da vacinação na rede particular, composta por laboratórios, hospitais e clínicas especializadas.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/desespero-leva-familias-a-encarar-horas-na-fila-e-clinicas-nao-dao-conta-de-demanda-por-vacina-do-h1n1-01042016
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