sexta-feira, 30 de setembro de 2016

27/09/2016 08h36 - Atualizado em 27/09/2016 09h14

Unicamp cria exame de sangue para identificar doenças mentais

Material analisado permite identificação de esquizofrenia e transtorno bipolar.
Pesquisadores analisaram o soro do sangue com ressonância magnética.

O Instituto de Química (IQ) da Unicamp, em Campinas (SP), desenvolveu um exame de sangue que pode detectar dois tipos de doenças mentais: a esquizofrenia e o transtorno bipolar. Para isso, os pesquisadores analisaram o soro do sangue de pessoas que possuem um dos tipos de doença e o de pessoas que não apresentam os problemas.

O diagnóstico de doenças mentais é feito através da investigação do médico. Segundo o psiquiatra Geraldo José Balone, o problema está em identificá-las, já que os sintomas se assemelham. No entanto, os tratamentos se diferem.

"O transtorno bipolar grave tem sintomas muito parecidos com a esquizofrenia, mas o tratamento é completamente diferente. A gente se baseia no que o paciente sente ou no que os outros percebem nele. O que a gente observa é que há muitos que passaram vários anos com diagnósticos falhos, portanto, com tratamento falho também (...) a confiabilidade é muito maior, inclusive para fins até documentais", explica.
Exame de sangue desenvolvido pela Unicamp identifica esquizofrenia e transtorno bipolar (Foto: Reprodução / TV Globo) 
Exame de sangue identifica esquizofrenia e transtorno bipolar (Foto: Reprodução / TV Globo)

Procedimento
O trabalho foi realizado por meio de equipamentos de ressonância magnética, que identificam alterações nas moléculas de pacientes com essas doenças, em comparação aos pacientes saudáveis.

"Nós chamamos essas moléculas de biomarcadores. Eles são presentes em um grupo investigado e ausentes no outro, ou estão presentes em concentrações diferentes (...) Nós gostaríamos que isso fosse usado no dia a dia para a prática clínica, na psiquiatria", afirma a pesquisadora da Unicamp Ljubica Tasic.
Sem exame, médicos precisam acompanhar os pacientes para identificar as doenças (Foto: Reprodução/EPTV) 
Sem exame, médicos precisam acompanhar os
pacientes (Foto: Reprodução/EPTV)

Vários médicos e diagnósticos
Durante um ano e meio, o empresário Marcos Meloto conta que enfrentou dificuldades para descobrir a doença de sua mãe. Foram vários médicos e diagnósticos diferentes, como mal de Alzheimer, compulsividade, depressão e transtorno bipolar.

"Você vai ao médico e ele te dá um monte de diagnósticos, vários remédios diferentes, mas nada resolve, nada dá certo, a pessoa só piora. Ela chegou até a ter intoxicação por excesso de remédios", relata.

France Presse27/09/2016 16h30 - Atualizado em 27/09/2016 20h02

América é a primeira zona livre de sarampo endêmico, diz Opas

Campanhas contra a doença ocorrem há 22 anos no continente.
Doença chegou a matar meio milhão de crianças. 

Sesau realiza campanha de vacinação contra o Sarampo no estado  (Foto: Reprodução/TV Gazeta) 

Vacina contra doença é distribuída no Brasil (Foto: Reprodução/TV Gazeta)

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) declarou nesta terça-feira (27) que a região da América é uma zona livre de sarampo endêmico, a primeira em todo o mundo, ao final de uma batalha que se estendeu durante 22 anos.

O governo do Brasil recebeu da Opas o certificado da eliminação da doença. O último caso relatado no país ocorreu no Ceará, em julho de 2015. Os últimos registros autóctones de sarampo ocorreram no ano 2000 e, desde então, todos os casos confirmados no Brasil foram importados.

"Esta data marca um momento histórico. Adeus ao sarampo na região americana!", comemorou Carissa Etienne, presidente da organização, em entrevista à AFP.

Trata-se, disse Etienne à agência, de "uma das doenças mais infecciosas conhecidas na humanidade e uma das principais mortais entre as doenças que são prevenidas com vacinas".

Há 25 anos, recordou a especialista, o sarampo "matava mais de meio milhão de crianças por ano, mundialmente. Por isso, é verdadeiramente um momento histórico".

A decisão da região de inciar os esforços para erradicar o sarampo data de 1994, recordou Etienne. "É uma façanha notável que não teria sido possível sem o compromisso dos países da região".

Margaret Chan, diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), parabenizou os países da região pelo esforço que permitiu a erradicação da doença.

"A transmissão endêmica do sarampo foi eliminada da região!", disse diante do Conselho Diretor da Opas.

As próximas metas
Merceline Dahl-Regis, presidente do Comitê Internacional de Especialistas que fez a verificação do processo, relatou que desde 2007 os especialistas compilavam dados sobre os resultados do esforço continental.

"Em 2007 começou o processo de documentação da eliminação do sarampo, da rubéola e da rubéola congênita. Agora temos que nos concentrar na eliminação mundial do sarampo", expressou Dahl-Regis.

Com relação ao futuro, os especialistas da Opas concordaram em assinalar que a prioridade é manter as estruturas de atenção à saúde para impedir que doenças erradicadas voltem a aparecer na população.

O subdiretor da Opas, Francisco Becerra, expressou sua esperança de que a região possa se ver livre do tétano neonatal em um curto prazo.

"Temos que verificar a situação no Haiti, e é possível que no final deste ano possamos considerar que a região erradicou o tétano neonatal", disse o especialista mexicano.

Em um prazo maior, acrescentou, os países da região estão fazendo um enorme esforço coletivo para erradicar a hepatite tipo B, e esperam ver resultados positivos nos próximos anos.

Esforço de duas décadas
O último caso de sarampo endêmico na América Latina foi notificado em 2002, ainda que nos anos seguintes tenham sido verificados casos importados, como ocorreu na Califórnia em 2015.

Trata-se da quinta doença que pode ser prevenida com vacina a ser eliminada da América, sendo que a última foi a rubéola congênita, em 2015. Antes, haviam erradicado a varíola (1971), a polio (1994) e a rubéola endêmica (também em 2015).

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, especialmente entre as crianças, que dá irritações na pele. Algumas complicações podem resultar em casos fatais de infecções pulmonares e graves problemas cerebrais.

A vacina contra o sarampo está disponível desde 1963, mas diversas regiões do mundo não conseguiram até agora obter sucesso na erradicação.

De acordo com a Opas, entre 1971 e 1979 cerca de 101.800 pessoas morreram na América por causa do sarampo.

Um estudo sobre a efetividade da eliminação do sarampo na América Latina e no Caribe considerou que, com a vacinação, 3,2 milhões de casos de sarampo e 16.000 mortes terão sido prevenidos na região entre 2000 e 2020.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/america-e-primeira-zona-livre-de-sarampo-endemico-diz-opas.html
28/09/2016 11h47 - Atualizado em 28/09/2016 12h09

Judicialização da saúde atrapalha planejamento do governo, diz ministro

Ricardo Barros comentou julgamento no STF sobre remédios de alto custo.
Supremo terá que 'garantir a harmonia' entre direitos constitucionais, disse.

Gabriel LuizDo G1 DF

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, afirmou nesta quarta-feira (28) que o Supremo Tribunal Federal (STF) terá que “garantir a harmonia” entre direitos constitucionais na votação prevista para esta quarta na Corte, que deve decidir sobre o fornecimento gratuito de remédios de alto custo não previstos na política de assistência do Sistema Único de Saúde.

Segundo o ministro Ricardo Barros, decisões judiciais em saúde custam R$ 7 bilhões para o Brasil e a judicialização da área "desestrutura" o planejamento do governo federal.

“De um lado, o cidadão precisa de assistência, e de outro, [está] o cidadão que paga imposto”, afirmou o ministro, ao destacar que os recursos do Estado são limitados.

“Os processos [judicializados] deslocam um recurso de uma atividade programada de vacinação, por exemplo, para outra atividade que foi priorizada pelo Judiciário. Ou seja, desestrutura o planejamento para os estados, os municípios e a União", disse Ricardo Barros.

Até julho deste ano, o Ministério da Saúde já cumpriu 16,3 mil ações que tratam do fornecimento de medicamentos. De 2010 a 2015, houve aumento de 727% nos gastos referentes à judicialização dos medicamentos.

No dia 15 de setembro, o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, votou favoravelmente ao fornecimento, pelo poder público, de medicamentos não previstos na política de assistência do SUS. No entanto, ele votou contra o fornecimento de remédios ainda não registrados na Anvisa.

Sessão no STF
A sessão no supremo discute a responsabilidade dos 26 estados e do Distrito Federal de prestar assistência no fornecimento de medicamentos de alto custo para pacientes de doenças raras e graves. O recurso extraordinário que deu origem à discussão no Supremo foi interposto pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte.

O tribunal do estado nordestino determinou o fornecimento de medicamento de alto custo e o “financiamento solidário” de 50% do valor pela União para uma paciente potiguar que tinha hipertensão pulmonar e dependia de um remédio que não estava na lista de medicamentos fornecidos pelo SUS.

O Estado alega ao STF os recursos do estado seriam o limite para a concessão de medicamentos; que o direito à saúde se mostraria como direito social, que deve ser apartado dos direitos fundamentais por depender de concessão particularizada do legislador infraconstitucional, dependendo de reserva orçamentária; e que no caso do medicamento requerido não estar previsto na relação do Programa de Dispensação de Medicamentos em Caráter Excepcional, o ônus recairia unicamente sobre o ente da federação demandado, entre outros argumentos.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/judicializacao-da-saude-atrapalha-planejamento-do-governo-diz-ministro.html

SUICÍDIO: é preciso falar sobre esse problema

Assunto pouco discutido, o suicídio tem crescido nas mais diferentes faixas etárias, e os índices entre jovens e idosos chamam a atenção dos especialistas. A depressão é a principal causa. 

Por Carolina Dantas, do G1
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Enquanto o suicídio segue sendo um assunto sobre o qual se fala pouco, o número de pessoas que tiram a própria vida avança silenciosamente. No Brasil, o índice perde apenas para homicídios e acidentes de trânsito entre as mortes por fatores externos (o que exclui doenças). Em todo o mundo, entre os jovens, a morte por suicídio já é mais frequente que por HIV. Entre idosos, assim como entre pessoas de meia-idade, os índices também avançam. 

Falar de suicídio, na maioria das vezes, é falar de depressão. Falar de depressão, no entanto, não necessariamente é falar de suicídio. O G1 ouviu dois psiquiatras e uma psicóloga especializados para ajudar a esclarecer um assunto que, segundo eles, ainda é negligenciado:

Qual é o perfil do suicida?

Um dos estudos mais completos sobre o tema, feito pelos pesquisadores Daiane Borges Machado e Darci Neves dos Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), analisou dados do Sistema de Informações sobre a Mortalidade Brasileira (SIM), Datasus e IBGE entre os anos 2000 e 2012 no Brasil. As pessoas que mais se suicidaram foram as menos escolarizadas, indígenas (132% mais casos que na população em geral) e homens maiores de 59 anos (29% a mais que as outras faixas etárias). 

O Mapa da Violência de 2014 (levantamento mais recente) também aponta uma alta de 15,3% entre jovens e adolescentes no Brasil, de 2002 a 2012. O suicídio é predominante no sexo masculino, com exceção da Índia e China. Os homens brasileiros têm 3,7 vezes mais chances de se matar que as mulheres, de acordo com o estudo da UFBA.

Tem sido registrado um aumento no número de suicídios em todas as faixas etárias: crianças, jovens, adultos e idosos, como afirma o Mapa: "Os suicídios no país vêm aumentando de forma progressiva e constante: a década de 1980 praticamente não teve crescimento (2,7%); na década de 1990 o crescimento foi de 18,8%, e daí até 2012, de 33,3%". Os especialistas entrevistados pelo G1 demonstraram especial preocupação com os jovens, que tem se suicidado cadas vez mais, e os idosos que são a faixa com o maior índice - 8 suicídios para cada 100 mil habitantes, a maior do Brasil, segundo o Mapa da Violência. 

Neste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou a cartilha anual de recomendação para a prevenção do suicídio. Nela, são apontadas 15 causas frequentes que influenciam na retirada da própria vida, como o uso de álcool e drogas, perda ou luto e outros transtornos mentais, como a esquizofrenia. A maior parte dos casos são executados por pessoas com depressão, independente de sexo, faixa etária ou qualquer outra característica.

Por que homens?

“A diferença [de taxas] entre os gêneros é geralmente atribuída a maior agressividade, maior intenção de morrer e uso de meios mais letais entre os homens”, concluiu o estudo da UFBA. Ainda segundo o texto, as mulheres “são mais religiosas, o que pode se tornar um fator de proteção”.

O psiquiatra Rubens Pitliuk, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, diz que a principal razão para os homens conseguirem efetivamente tirar a própria vida é a forma como eles tentam se matar. "Suicídio em homem é mais violento que em mulher. As mulheres em geral tentam [se matar] tomando comprimidos. É mais difícil a mulher se jogar de uma janela", explica. 

Uma pesquisa de uma universidade do Canadá, de 2008, encontrou a associação da mortalidade por suicídio com a tendência de expor sentimentos. A taxa era menor nas regiões onde os homens eram mais propensos a falar sobre o que sentiam. 

Por que jovens?

O relatório da OMS afirma que "as tentativas de suicídio de adolescentes estão muitas vezes associadas a experiências de vida humilhantes, tais como fracasso na escola ou no trabalho ou conflitos interpessoais com um parceiro romântico.” 

Já para o psiquiatra José Manoel Bertolote, consultor da OMS e autor do livro “O Suicídio e sua Prevenção”, o aumento das taxas entre jovens e adolescentes já está bem documentado, mas ainda são necessários mais estudos para entender as causas. 

“Estudos feitos na cidade de São Paulo sugerem que a falta de perspectivas de vida para muitos jovens -- insegurança física e econômica, desemprego ou falta de acesso -- aliada à desatenção e ao despreparo do sistema público de saúde agravam ainda mais a situação”, avalia. 

A psicóloga Karen Scavacin, uma das revisoras do documento "Preventing Suicide - A Global Imperative", elaborado pela OMS, considera que há, também, características do perfil dos jovens que devem ser levadas em consideração. “Tanto a criança quanto o jovem tem uma impulsividade alta (...), ele ignora a irreversibilidade da morte”. 

O acesso fácil a meios de incentivo também foi apontado pela psicóloga, que vê uma alta nos casos de cyberbullying -- bullying feito pelas redes sociais e internet -- e que é fator contribuinte para o aumento das taxas entre adolescentes. “Hoje em dia é muito fácil você pesquisar como cometer um suicídio em qualquer mídia social. As pessoas não levam em consideração quando um adolescente ou uma criança fala que pretende se matar e isso deve ser uma das coisas que mais influencia”. 

Todos os especialistas entrevistados avaliam que, neste caso, os pais e amigos tendem a achar que um comportamento agressivo pode ser confundido com uma fase difícil, como um comportamento clássico de adolescente. 

“Um adolescente às vezes tem uma depressão não diagnosticada que vai aparecer como agressividade. Não é aquela depressão que as pessoas imaginam de ficar na cama, de não fazer mais nada. O adolescente sente muita dificuldade de pedir ajuda”, completa Scavacin. 

Por que os idosos?

De acordo com Bertolote, o aumento do suicídio entre idosos ocorre em maior parte também entre o sexo masculino. “Nessa idade observamos o acúmulo de problemas de saúde, em sua maioria doenças crônicas e incuráveis, muitas vezes dolorosas ou de tratamento penoso, associado a um isolamento social progressivo, causados pela viuvez, separações, distanciamento de filhos e netos, por exemplo”. 

Para Scavacin, há o fato de que os idosos planejam por mais tempo e por isso conseguem concluir o ato. 

“Para cada quatro tentativas do idoso, temos um suicídio completo. Se a gente pensar em um adolescente, são 200 tentativas para cada um suicídio completo. Ou seja: o adolescente tenta mais, mas o idoso chega a cometer mais o suicídio”. disse. 

Como salvar alguém?

Bertolote é objetivo na hora de “aconselhar” como ajudar: “Para o leigo é, sobretudo, se dispor a se aproximar de alguém que demonstra estar sofrendo ou que apresenta mudanças acentuadas e bruscas do comportamento, ouví-lo e, se não se sentir capaz de lidar com o problema apresentado, ir junto em busca de quem possa fazê-lo mais adequadamente, como um médico, enfermeiro, psicólogo ou até um líder religioso”. 

De acordo com os médicos, o ideal é que a pessoa seja encaminhada a um psiquiatra e seja medicada. E, no mundo ideal, que tenha um acompanhamento de um terapeuta e o apoio da família. 

Outro fator importante é que os medicamentos levam um certo tempo para surtir efeito. Por isso, os primeiros 30 dias após uma tentativa de suicídio e o início do tratamento são os que precisam de mais atenção. 

Para Pitliuk, uma boa campanha de conscientização, como ocorreu com a da Aids no Brasil, deve ser feita para a depressão. "A população precisa ser mais bem informada de que depressão é uma doença e tem tratamento. Boa parte das vezes, a pessoa se sente mal e não sabe que tem depressão. Se soubesse o nome da doença, talvez procurasse ajuda. E muitas vezes a família não percebe que ela está deprimida", explica. 

O psiquiatra diz que é importante quebrar o medo dos antidepressivos que, em casos de suicídio, são fundamentais. “O remédio é necessário se o paciente tem uma depressão clínica, em que já existem os sintomas físicos - queda de energia, dores no corpo, dores de cabeça, boca seca - ou seja, o organismo inteiro está depressivo. Agora, se você puder juntar o remédio com a ida a uma terapia, é melhor do que só o remédio. Se só puder escolher um, é melhor receitar o antidepressivo", considera. 

Na rede pública, os psiquiatras e a psicólogoa apontam que o caminho é procurar os Centros de Apoio Psicossocial (CAPS). Por lá, é possível marcar uma consulta com um psiquiatra ou psicólogo. O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em 1962 em São Paulo, faz um apoio emocional e preventivo do suicídio pelo número 141.

Veja mitos comuns sobre o suicídio

  • 'Quem fala, não faz' - Não é verdade. Muitas vezes, a pessoa que diz que vai se matar não quer "chamar a atenção", mas apenas dar um último sinal para pedir ajuda. Por isso, os especialistas pedem que um aviso de suicídio seja levado a sério. 

  • 'Não se deve perguntar se a pessoa vai se matar' - É importante, caso a pessoa esteja com sintomas da depressão, ter uma conversa para entender o que se passa e ajudar. Não tocar no assunto só piora a situação. 

  • 'Só os depressivos clássicos se matam' - Não. Existe o depressivo mais conhecido, aquele que fica deitado na cama e não consegue levantar. Mas outras reações podem ser previsões de um comportamento suicida, como alta agressividade e nível extremo de impulsividade. Os médicos, inclusive, pedem para a família ficar atenta ao momento em que um depressivo sem tratamento diz estar bem: muitas vezes ele pode já ter decidido se matar e tem o assunto como resolvido. 

  • 'Quando a pessoa tenta uma vez, tenta sempre' - A maior parte dos pacientes que levam a sério o tratamento com medicamentos e terapia não chegam a tentar se matar uma segunda vez. O importante é buscar a ajuda.
Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/suicidio-e-preciso-falar-sobre-esse-problema.ghtml
28/09/2016 14h55 - Atualizado em 28/09/2016 15h00

Como drama pessoal levou advogado a largar carreira para criar a 1ª maconha medicinal brasileira

Após perder mãe, vítima de câncer agressivo e doloroso, Caio Abreu reúne investidores, parceiros e pesquisadores de ponta de olho em potencial de mercado e demanda reprimida de pacientes.

Produção na Bedrocan Canadá, subsidiária da Canopy, maior companhia licenciada para produção de maconha do país, que fechou acordo com firma de Abreu para atuação no Brasil (Foto: Divulgação) 

Produção na Bedrocan Canadá, subsidiária da Canopy, maior companhia licenciada para produção de maconha do país, que fechou acordo com firma de Abreu para atuação no Brasil (Foto: Divulgação)

Aos 35 anos, Caio Abreu tinha a vida profissional ganha: passagem por grandes escritórios de advocacia, faturamento alto na própria empresa e dois filhos pequenos crescendo com conforto ao lado da mulher em São Paulo.

Ele resolveu, contudo, largar a carreira e se reinventar no mundo dos negócios com uma missão ousada: criar a primeira indústria brasileira de medicamentos à base de maconha.

O projeto não está para brincadeira: reúne investidores, cientistas de ponta e parceiros em países que já regulamentaram a cannabis medicinal, como Canadá e Holanda.

Já possui autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar 20 kg de matéria-prima e desenvolver o primeiro "candidato a medicamento", que ainda precisará passar por testes em humanos para uma eventual liberação comercial.

A empresa tenta avançar com cautela, já que o uso medicinal da maconha ainda dá seus primeiros passos legais no Brasil.

A empreitada de Abreu mira, naturalmente, o potencial econômico desse mercado, que já movimenta bilhões de dólares em países como EUA, Reino Unido, Israel, Canadá e França.

Só nos Estados Unidos as vendas legais de cannabis para fins médicos e recreativos somaram US$ 2,6 bilhões (R$ 8,4 bilhões) em 2014, segundo a revista britânica The Economist.

Primeiro alerta
Foi um drama pessoal, contudo, que chamou a atenção do advogado para o potencial terapêutico da planta.
Em 2005, Sueli, mãe dele, começou a reclamar de dores na base da coluna. Passou por um sem-número de médicos até uma amiga enfermeira sugerir um proctologista, que detectou um agressivo câncer no reto.

Na mesma semana, Abreu hospedou a mãe em sua casa, em São Paulo, para assisti-la durante o tratamento duro que viria pela frente.

O câncer atingiu o útero e passou a provocar dores excruciantes - causadas pela compressão dos nervos pelo tumor -, amenizadas à base de morfina.
Caio Abreu com a mulher e os filhos (à esq.), e com a mãe e a irmã (à dir.): episódio de câncer na família chamou atenção de advogado sobre potencial medicinal da maconha (Foto: Arquivo pessoal) 
Caio Abreu com a mulher e os filhos (à esq.), e com a mãe e a irmã (à dir.): episódio de câncer na família chamou atenção de advogado sobre potencial medicinal da maconha (Foto: Arquivo pessoal)

Foi quando Sueli, uma pedagoga que ganhara a vida em agências de publicidade, quis tentar uma alternativa - sabe-se que o efeito da quimio pode ser intolerável para certas pessoas, com prejuízo ao tratamento.

Abreu se desdobrou e conseguiu maconha para a mãe - recorrendo, claro, ao mercado ilegal. O uso, diz o filho, ajudou a minimizar a dor da compressão dos nervos pelo tumor e efeitos da quimioterapia, como náuseas, vômitos e falta de apetite.

"Aquela foi a semente que me despertou para o fato de que aquilo funcionava. Hoje acredito que poucos usos da cannabis são efetivamente recreativos (dada a variedade de usos medicinais)", afirma ele, que prefere sempre citar a planta pelo nome científico.

Sueli sucumbiu ao câncer em dezembro de 2009, aos 58 anos. Desde então o filho conheceu sua atual mulher, teve dois filhos e continuou a tocar seu escritório de direito societário e mercado de capitais, que lhe rendeu uma vida confortável em um bairro nobre de São Paulo.

Mobilização
Em 2014, o debate sobre os efeitos medicinais da maconha ganhou peso no Brasil, na mídia e na comunidade médica.

O impulso foi o documentário Ilegal, que mostrava a realidade de pacientes que precisam da maconha medicinal e enfrentavam a lentidão da burocracia estatal para importar produtos e medicamentos derivados da planta.

Um dos personagens do filme era a menina Anny, então com cinco anos e portadora de um tipo incurável de epilepsia. A criança sofria de oito a dez convulsões por dia, e o único remédio que reduzia os ataques era o CBD, componente da maconha sem efeito psicoativo (ou seja, não "dá barato").

O tema já estava no radar de Abreu, que aparece em uma das cenas mais tensas do filme, uma reunião em maio de 2014 na qual a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) adiou a reclassificação do CBD - o que acabou ocorrendo meses depois.

"Todo o processo das mães e do Ilegal fez o Brasil entender a cannabis e a epilepsia. Dada a gravidade dos problemas gerados por crises epilépticas, todo mundo apoiou a causa. Acho que não tinha ninguém contra no país, seria muito desumano esse sentimento. Acho que possibilitou o debate menos preconceituoso pela primeira vez", diz ele.
Caio Abreu (ao centro) conversa com familiares de pacientes em cena do documentário 'Ilegal': mobilização levou a mudanças regulatórias no país (Foto: Divulgação) 
Caio Abreu (ao centro) conversa com familiares de pacientes em cena do documentário 'Ilegal': mobilização levou a mudanças regulatórias no país (Foto: Divulgação)
Mudanças na regulação

A política em relação à cannabis medicinal no Brasil começou, portanto, a mudar aos solavancos - retrato da falta de consenso sobre como separar a maconha que pode curar e aliviar sofrimento daquela associada ao vício e ao tráfico.

Em dezembro de 2014, o Conselho Federal de Medicina autorizou médicos brasileiros a prescrever o CBD, mas a liberação foi limitada: somente neurologistas e psiquiatras receberam o aval, e apenas para crianças e adolescentes com casos graves de epilepsia.

No mês seguinte, a Anvisa passou a enquadrar o CBD como substância controlada, e não mais proibida - podendo, portanto, ser adquirida com receita médica e laudo de responsabilidade assinado por médico e paciente.

O CBD já é usado com sucesso nos EUA e em países da Europa contra epilepsias de difícil tratamento. Foi a primeira vez que a Anvisa reconheceu o efeito terapêutico de uma substância derivada da cannabis - desde então, já autorizou cerca de 1,5 mil pedidos de importação de produtos com o componente.

Em março deste ano, por determinação judicial, a agência liberou a prescrição e importação de medicamentos com demais derivados da maconha, incluindo o THC (tetrahidrocanabinol), que tem efeito psicoativo. Também autorizou a prescrição de flores de cannabis in natura para uso vaporizado.

A autorização, no entanto, só veio em resposta a uma decisão judicial, e a própria agência informou que irá recorrer da determinação.

Mas todas essas mudanças ainda têm efeitos restritos para os pacientes.

Como nenhum medicamento à base de cannabis possui registro no Brasil, as famílias dependem de importações burocráticas, caras (doses podem valer de R$ 1,5 mil a R$ 15 mil) e produtos sem qualidade farmacêutica - nos EUA, por exemplo, o CBD é classificado como suplemento alimentar e não tem produção controlada como no caso dos remédios.

Oportunidade
Foi aí que Abreu, hoje com 37 anos, viu uma oportunidade. Fechou o escritório de advocacia e saiu em busca de parceiros, consultores e colaboradores para a empreitada.

"Quando comecei a pensar em trabalhar com isso, vi que não existia uma empresa fazendo extrato (de componentes da maconha) de forma farmacêutica. Não que os óleos (importados) que estejam chegando não ajudem - ainda bem que há algo para crianças tomarem -, mas é importante saber o que está usando quando você vai se tratar de qualquer coisa", afirma.

Um passo chave nesse processo foi atrair uma das principais empresas internacionais de maconha medicinal, a Canopy Growth Corp.

A Canopy é a maior firma licenciada para produção de cannabis do Canadá, país em que o consumo de maconha receitada por médicos é legal desde 2001.

Por meio da Bedrocan, subsidiária da Canopy especializada em produção para uso terapêutico, fornecerá as flores de cannabis para o desenvolvimento do primeiro remédio planejado pela empresa de Abreu, batizada Entourage Phytolab.

O primeiro objetivo da Entourage é desenvolver, testar e aprovar um extrato fitoterápico à base de maconha, com presença dos dois principais compostos: CBD (não psicotrópico) e THC (psicotrópico).

Efeito 'entourage'
O nome da empresa vem de uma aposta no chamado "efeito entourage", referência a associado, conjunto. Estudos indicam - mas não há consenso a respeito - que o efeito combinado de moléculas de CBD e THC pode ajudar a ação medicinal.

Com isso, a empresa quer utilizar a seu favor algo que a Anvisa e parte dos estudos tendem a ver como problema: o fato de ser difícil produzir um remédio "puro", apenas com determinados componentes da maconha, como CBD ou THC.

"Nós acreditamos que o uso de extratos com alto CBD e baixo THC é uma estratégia mais acertada do que o CBD puro", diz, citando estudos recentes, o diretor científico da Entourage, Fabrício Pamplona, farmacologista que estuda aplicações terapêuticas da cannabis há 15 anos.
Laboratório no Canadá da Bedrocan, empresa especializada em produção de maconha para uso terapêutico e que fechou parceria com a Entourage para produção no Brasil (Foto: Divulgação) 
Laboratório no Canadá da Bedrocan, empresa especializada em produção de maconha para uso terapêutico e que fechou parceria com a Entourage para produção no Brasil (Foto: Divulgação)

Por meio da assessoria de imprensa, o Conselho Federal de Medicina informou que "geralmente estudos têm que ser analisados caso a caso", levando em conta fatores como dimensão da pesquisa e qualidade da publicação científica.

Segundo o conselho, ao analisar cerca de 120 estudos para a decisão de 2014 que liberou, com limitações, a prescrição de CBD, o órgão disse que chegou a apenas cerca de dez estudos com "consistência" científica.

Próximos passos
A Entourage deverá receber as flores in natura de cannabis em outubro, e a extração dos compostos será feita usando tecnologia brasileira numa universidade pública de ponta - Abreu prefere ainda não mencionar o nome da instituição.

Espera realizar ensaios clínicos até meados de 2017 e começar a vender ao Brasil no mesmo ano.

O primeiro extrato deverá ter várias formas de apresentação, como uma específica para crianças e comprimidos para adultos. Um segundo produto deverá ser um extrato com maior concentração de THC.

Em um segundo momento, a empresa também espera ter autorização para produzir a cannabis no Brasil.
Um desafio chave no processo será o diálogo com a classe médica.

"A proposta é construir um diálogo dentro dos padrões que médicos já trabalham com quaisquer medicamentos: doses, efeitos colaterais, demonstrar todas informações técnicas para que possam trabalhar", afirma Abreu.

"Médicos não têm preconceito, o que importa é a pesquisa estruturada, até para poderem entender porque um remédio pode ir não ir bem. Médicos que tratam dor, por exemplo, têm limitação no arsenal (de tratamentos disponíveis), e cannabis é uma alternativa. Muitos médicos não veem a hora de poder prescrever", diz, confiante, o empresário.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/como-drama-pessoal-levou-advogado-a-largar-carreira-para-criar-a-1a-maconha-medicinal-brasileira.html
28/09/2016 16h33 - Atualizado em 28/09/2016 18h37

Pedido de ministro adia decisão do STF sobre fornecimento de remédios

Teori Zavascki pediu tempo para estudar caso, e julgamento foi suspenso.
Com isso, não há previsão de quando será retomado pelo Supremo.

Os ministros do STF interromperam nesta quarta julgamento que discute a liberação por parte da administração pública de medicamentos não fornecidos pelo SUS (Foto: Carlos Humberto / STF) 

Os ministros do STF interromperam nesta quarta julgamento que discute a liberação por parte da administração pública de medicamentos não fornecidos pelo SUS (Foto: Carlos Humberto / STF)

O ministro Teori Zavascki pediu vista (mais tempo para estudar a ação), e com isso o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu nesta quarta-feira (28) o julgamento que decidirá se o poder público tem obrigação de fornecer medicamentos que não constam da lista do Sistema Único de Saúde (SUS).

Antes da suspensão do julgamento, já tinham votado os ministros Marco Aurélio Mello (relator do caso), Luís Roberto Barroso e Edson Fachin. O julgamento começou na semana passada, com o voto do relator. Com o pedido de vista de Teori Zavascki, não há previsão de quando  será retomado.

O Supremo analisa duas ações propostas pelos governos do Rio Grande do Norte e de Minas Gerais contra decisões judiciais que obrigaram os dois estados a fornecer medicamentos de alto custo a pacientes individuais, que reivindicam o direito à saúde.

No primeiro caso, o remédio não está na lista fornecida pelo SUS; no segundo, não possui sequer registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Marco Aurélio Mello
Para o relator Marco Aurélio Mello, o remédio deve ser fornecido nos seguintes casos:
- se for imprescindível para o tratamento do paciente;
- se não puder ser substituído por outro já disponibilizado pelo SUS;
- se a família do paciente não tiver condições de pagar.

Além desses requisitos, no entendimento do ministro, o medicamento deveria ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Na retomada do julgamento, na tarde desta quarta, Marco Aurélio alterou seu voto, abrindo a possibilidade da importação de remédios que, mesmo não registrados na Anvisa, não sejam fabricados ou comercializados no Brasil.

“Nessas situações, o produto somente é encontrado em país de desenvolvimento técnico-científico superior, sendo que, à mingua, não deve e não pode ficar o paciente, com ou sem autorização da Anvisa, tendo em vista no seu caso de industrialização ou comercialização no território, e sim de importação excepcional, para uso próprio individualizado. Ao Estado, cumpre viabilizar a aquisição”, declarou o magistrado ao modificar seu voto.

Luís Roberto Barroso
Ao votar na sessão desta quarta-feira, o ministro Luís Roberto Barroso defendeu uma atuação mais restritiva do Judiciário.

Ele defendeu como regra geral o não fornecimento de medicamentos não listados pelo SUS. A liberação por decisão judicial, sustentou, só deve ser possível numa situação excepcional.

Barroso, então, propôs uma série de requisitos a serem observados pelo juiz para obrigar o governo a fornecer o remédio:
-  incapacidade financeira do paciente
- prova de recusa do órgão técnico em incorporar o medicamento no SUS
- inexistência de substituto terapêutico na rede pública
- eficácia do fármaco para tratar a doença
- que o custo seja imposto à União, por ser o ente responsável por incorporar o medicamento ao SUS.

Barroso atacou ainda a judicialização da saúde no país, sob o argumento de que o atendimento a demandas individuais compromete a política voltada para o público geral.

Até julho deste ano, o Ministério da Saúde já cumpriu 16,3 mil ações que tratam do fornecimento de medicamentos. De 2010 a 2015, houve aumento de 727% nos gastos referentes à judicialização dos medicamentos. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, decisões judiciais em saúde custam R$ 7 bilhões para o Brasil.

“A vida e a saúde de quem tem condições de ir a juízo não tem mais valor do que as dos muitos que são invisíveis para o sistema de Justiça”, enfatizou.

O ministro admitiu ainda o fornecimento de remédio sem registro na Anvisa sob certas condições:
- o fármaco não deve estar em análise pela agência;
- deve estar em avaliação por mais de um ano;
- já tenha registro em agências de Estados Unidos, Europa ou Japão.

Edson Fachin
Terceiro a votar, o ministro Edson Fachin também propôs parâmetros mais rígidos para o fornecimento dos medicamentos fora do SUS. O magistrado sugeriu, no entanto, parâmetros diferentes dos mencionados por Barroso.

Para Fachin, a liberação, também excepcional, só deve ocorrer nas seguintes situações:
1) houver prévio pedido ao próprio SUS
2) haver receita por médicos da rede pública com indicação do remédio
3) ter justificativa da inadequação de outro tratamento na rede pública
4) laudo do médico que indique necessidade, estudos e vantagens do tratamento.

Diante das diferentes propostas dos colegas, Marco Aurélio disse que os votos de Barroso e Fachin dificultariam o fornecimento por decisão judicial. “Os cidadãos que vieram ao Judiciário buscarem lã, sairão tosquiados”, ironizou.

Vigília em frente ao STF
Na noite desta terça (27), véspera da retomada do julgamento, pacientes com doenças graves e raras fizeram uma vigília em frente ao prédio do Supremo para pressionar o tribunal a obrigar o poder público a fornecer gratuitamente medicamentos de alto custo não previstos na política de assistência do SUS.
Os manifestantes vestiam camisetas pretas e gritavam que as vidas deles "não têm preço”.

Os integrantes da vigília também acenderam velas e penduraram faixas e um mural na grade que limita o acesso ao prédio da Suprema Corte.

Duas macas foram colocadas no espaço, e participantes se deitaram sobre o equipamento para simular a longa espera pela decisão.

“Nós só queremos viver e pedimos a cada ministro que olhe por nós e que se coloque no lugar de cada um de nós aqui, das famílias dos pacientes. E que votem a favor das pessoas com doenças raras e graves, a favor das pessoas que necessitam do medicamento para viver. Nós só queremos isso”, reivindicou o estudante Patrick Teixeira Dornelles Pires, de 19 anos.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/pedido-de-ministro-adia-decisao-sobre-fornecimento-de-remedios.html
Edição do dia 29/09/2016
29/09/2016 10h46 - Atualizado em 29/09/2016 11h48

Obesidade: entenda a relação com os hormônios e a influência no câncer

Cinco tipos de câncer estão mais associados à obesidade.
São eles: esôfago, intestino, reto, mama e útero.

O Bem Estar desta quinta-feira (29) explica a origem da obesidade. Você sabia que existem mais de 50 causas? O endocrinologista João Salles fala sobre isso.

Uma das explicações está nos hormônios porque quando o indivíduo tem uma resistência à leptina, fica mais difícil controlar a fome e a saciedade.

Dr. João Salles lembra que é muito importante ressaltar que obesidade é doença e que precisa haver tratamento específico, que pode envolver medicamentos e, obrigatoriamente, mudança no estilo de vida (dieta e exercícios).

E por que emagrecer ajuda a combater o câncer? Dr. Samuel Aguiar Junior, oncologista, explica.

A gordura em excesso tem sido apontada como uma das responsáveis pelo desenvolvimento de tumores.

Acredita-se que o tecido adiposo, que funciona como um órgão do sistema endócrino, seja capaz de produzir hormônios e proteínas inflamatórias, que podem levar à doença.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/obesidade-entenda-relacao-com-os-hormonios-e-influencia-no-cancer.html 
29/09/2016 14h14 - Atualizado em 29/09/2016 14h14

Ter acne pode ser sinal de pele mais jovem no futuro, diz estudo

Pessoas com acne têm cromossomos caraterísticos, segundo estudo.
Cientistas da Inglaterra analisaram células de 1.205 gêmeos.

Bem Estar Interatividade - Acne (Foto: CHASSENET / BSIP) 

Sinais de envelhecimento chegam mais tarde (Foto: CHASSENET / BSIP)

Cientistas do King's College Londres, na Inglaterra, descobriram que pessoas que tiveram espinhas quando mais jovens podem ter uma pele que envelhece mais lentamente.

A pesquisa, publicada nesta quarta-feira (28) no “Journal of Investigative Dermatology”, diz que quem enfrentou o problema na juventude está mais suscetível a ter telômeros maiores (parte da estrutura dos cromossomos) em seus glóbulos brancos. Isso ajudaria a proteger melhor as células contra os efeitos da idade.

Os telômeros quebram e encolhem com o tempo, levando à morte das células - o que é parte natural do envelhecimento humano. Estudos anteriores já haviam comprovado que o comprimento dos telômeros dos glóbulos brancos está ligado ao processo de mudança da pele - quanto maior, mais devagar ocorrerá.
A pesquisa mediu os telômeros de 1.205 gêmeos. Um quarto deles relataram ter espinhas durante a vida. Os resultados foram analisados de acordo coma idade, parentesco, peso e altura, e chegaram ao resultado.

De acordo com o artigo, dermatologistas já haviam notado e descrito em estudos que os sinais de envelhecimento, como rugas e afinamento da pele, aparecem mais tarde para pessoas que passaram por problemas com espinhas.

“Por muitos anos, dermatologistas têm identificado que a pele de quem sofreu com a acne parece envelhecer mais devagar do que a pele de aqueles não tiveram”, disse Simone Ribero, principal autora do estudo.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/ter-acne-pode-ser-sinal-de-pele-mais-jovem-no-futuro-diz-estudo.html
30/09/2016 13h22 - Atualizado em 30/09/2016 13h29

Funcionário de siderúrgica morre após aspirar monóxido de carbono

Mecânico estava sozinho e demorou duas horas até ser encontrado.
Ele estaria sem equipamento de segurança; empresa nega.

Marcos morreu após ter sofrido um acidente de trabalho em empresa de Sumaré (Foto: Reprodução / Facebook) 

Marcos morreu após ter sofrido um acidente de trabalho em Sumaré (Foto: Reprodução / Facebook)

Um funcionário da siderúrgica Villares Metals - fabricante de aços especiais -, de Sumaré (SP), morreu na madrugada desta sexta-feira (30) depois de oito dias de internação no Hospital Estadual da cidade. Marcos de Miranda Silva, de 26 anos, sofreu um acidente ao reparar uma máquina durante o serviço, no dia 22 de setembro, e estava em coma na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

De acordo com nota divulgada pela empresa ao G1 nesta sexta, no momento do acidente, o mecânico de manutenção trabalhava na bomba de um equipamento responsável pela desgaseificação a vácuo de aço, e aspirou monóxido de carbono.

Segundo o sindicato da categoria, ele estava sozinho e demorou cerca de duas horas até ser encontrado por outros profissionais.

 Sem equipamento
Um outro mecânico da empresa, que não quis ser identificado na reportagem, disse ao G1 que Marcos não usava o equipamento de segurança adequado no momento do acidente.

“Ele deveria estar utilizando uma máscara especial, mas é uma operação rotineira, ele desconectou a mangueira e foi atingido”, disse.

De acordo com o funcionário, Marcos entrou no local desacompanhado, e ficou caído após inalar o gás tóxico. Ele estaria sozinho devido a cortes de funcionários na empresa.

“Nesses lugares, estão sempre em dois, um entra e outro fica vigiando para o caso de acontecer alguma coisa”, conta o mecânico, que trabalha na mesma função.

O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sebastião Nascimento Silva, confirma que o trabalhador não utilizava o equipamento correto no momento do acidente.

“Ele não estava utilizando a máscara. Era responsabilidade da chefia checar os equipamentos”, conta Sebastião.
Acidente aconteceu em um local restrito da empresa (Foto: Reprodução/Site Oficial) 
Acidente aconteceu em um local restrito da empresa em Sumaré (Foto: Reprodução/Site Oficial)

Intoxicação grave
Marcos foi atendido pela equipe de primeiros socorros da empresa e encaminhado ao Hospital Estadual de Sumaré com um quadro grave de intoxicação, de acordo com a Villares.

O acidente aconteceu em uma área reservada, no qual o acesso seria restrito a funcionários treinados e com equipamentos adequados. A assessoria da Villares negou que Marcos estivesse sem o equipamento.

Fiscalização
Sebastião informou que a entidade está acompanhando as investigações do caso. “Temos uma fiscalização para resolver esse tipo de problema na empresa”, diz o diretor.

O velório de Marcos Silva acontece às 13h30 desta sexta. O enterro está marcado para às 16h, no Cemitério Municipal de Nova Odessa.

A Villares comunicou que está prestando apoio e assistência aos familiares do funcionário.

30/09/2016 07h35 - Atualizado em 30/09/2016 13h58

Em oito meses, Piracicaba registra mais estupros que no ano de 2015

Dados da SSP mostram que de janeiro até agosto de 2016 foram 36 casos.
No mês de agosto oito mulheres foram vítimas de violência sexual na cidade.

A psicanalista Maria Rita Kehl conversou com participantes do evento em Piracicaba (Foto: Rafael Bitencourt) 

Mulheres fizeram manifestação em frente a Delegacia da Defesa da Mulher de Piracicaba em março deste ano (Foto: Rafael Bitencourt)

O número de estupros cresceu 12,5% em Piracicaba(SP), segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). De janeiro a agosto deste ano foram registrados 36 casos do crime, contra 32 ocorrências do crime em todo ano passado.

Ainda de acordo com a SSP, em agosto de 2016 foram registrados oito casos de estupro. No mesmo mês, em 2015, a cidade teve três ocorrências do crime. O mais recente foi na última quinta-feira (22), no qual a vítima foi uma adolescente de 15 anos, que foi violentada após aceitar a carona de um conhecido. 

Para Thaís Progete, advogada e presidente do Conselho Municipal da Mulher de Piracicaba, o mais preocupante é que a maioria dos casos registrados recentemente envolvem menores e que a violência ocorre em ambiente familiar.  "Na maioria dos casos, os agressores são os próprios companheiros e familiares das vítimas", diz.

Ainda segundo Thaís, a violência sexual contra a mulher é uma questão cultural. "A tendência é de se culpar a mulher, que é a vítima, pelo crime. Isso é fruto de uma cultura machista, onde o homem é visto como um ser superior", diz.

E para advogada, o crescimento do número dos casos de estupros está relacionado a crise econômica no país."Além da falta de segurança, de punição adequada,  a crise econômica e política também influencia, já que por conta dos problemas gerados por ela, as pessoas estão ficando mais violentas, apesar disso não servir de justifica para se realizar um crime como esse, acredito que acaba influenciando", opina.

Feminicídios
Outra questão que tem preocupado os movimentos feministas de Piraciaba são os casos homicídios de mulher por ex e atuais companheiros das vítimas. Em apenas uma semana, Piracicaba registrou dois casos de mortes de mulheres, o da idosa que foi morta pelo seu marido dentro de casa e da balconista que recebeu seis tiros do ex-namorado.
Balconista de 30 anos foi morta com seis tiros em Piracicaba (Foto: Reprodução/Facebook) 
Balconista de 30 anos foi morta com
seis tiros em Piracicaba (Foto: Reprodução/Facebook)

Para Thaís, um dos problemas é que as mulheres não registram devidamente agressões e ameaças sofridas junto a polícia."Por medo ou pena dos companheiros, as mulheres chegam a registrar boletim de ocorrência na delegacia, mas não faz a reapresentação do caso, ou seja, não dá continuidade, o que impossibilita que a Justiça tome as providências de proteção a vítima".

No entanto, ela salienta que no caso da Edinalva, a medida protetiva não resolveu. "O Estado é falho nesse quesito, pois não  tem condições, muitas vezes, de oferecer a proteção necessária que a vítima precisa. Nós reivindicamos que sejam adotadas medidas como botão de pânico e tornozeleiras eletrônicas para  evitar crimes como esse".

Mas Thaís disse que a principal reivindicação dos movimentos feministas da cidade é uma melhor estrutura para Delegacia de Defesa da Mulher (DDM). " A estrutura  da DDM é precária, falta funcionários e às vezes as mulheres levam um dia inteiro para fazer um boletim, e até por isso, acabam desistindo. Também precisamos de uma casa de acolhimento na cidade", diz.

O que diz a Secretaria de Segurança
Em nota enviada ao G1, a SSP diz que 27 dos 36 casos de estupro registrados de janeiro a agosto de 2016 foram esclarecidos. Os autores dos respectivos crimes foram identificados e presos. Os outros nove casos permanecem em investigação.
Delegacia de Defesa da Mulher investiga espancamento de criança em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/ G1) 
Segundo Conselho Municipal da Mulher
estrutura da DDM é precária
(Foto: Fernanda Zanetti/ G1)

Ainda de acordo com a nota, a SSP desenvolve diversas iniciativas para combater os estupros. Foi criado um Grupo de Trabalho para discutir novos métodos de prevenção e atendimento a vítimas desse tipo de crime com a participação das Polícias Civil, Militar e Científica, do Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica (Gevid) do MP e do Conselho Estadual da Condição Feminina.

Firmou-se convênio com o MP para o aprimoramento da formação dos policiais civis e militares para tratar com vítimas de violência sexual.

Em relação aos estupros praticados em ambiente doméstico, o Grupo de Trabalho já mencionado debate a implantação de novo e mais rápido protocolo de atendimento, com maior agilidade na coleta de informações e material para perícia, a fim de subsidiar a adoção de medidas preventivas.

A SSP diz que a população também tem à disposição a 'Central de Atendimento à Mulher - 180’ para fazer denúncias sobre o tema e que foram apresentadas ao Ministério da Justiça propostas de alterações legislativas para melhor punir, restringir e reeducar agressores, além de melhorar a prevenção dos casos.

Segundo o órgão, a Polícia Militar  desenvolve ações de conscientização de jovens em relação à violência doméstica com palestras do Programa de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). O Proerd, além de orientar os jovens sobre a importância de combate à violência e a denúncia de crimes no ambiente familiar, dá margem para que esses assuntos sejam discutidos no ambiente familiar.

E que será implantado o Inquérito Policial Eletrônico, ferramenta que permitirá maior agilidade na apuração dos casos, permitindo que o delegado possa expedir virtualmente requisições e documentos ao Ministério Público e à Justiça para obter a solução mais rápida para os crimes cometidos contra as mulheres. Desta forma, será possível que o juiz expeça, por exemplo, um mandado restritivo contra um marido violento em menos de dois dias. O projeto-piloto teve início no Foro Regional do Butantã, na zona Oeste da capital paulista, e foi ampliado para a Comarca de Santos.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/09/em-oito-meses-piracicaba-registra-mais-estupros-que-no-ano-de-2015.html
30/09/2016 14h09 - Atualizado em 30/09/2016 14h10

Incêndio destrói moldes de barcos em chácara em Piracicaba

Suspeita dos bombeiros é que fogo tenha começado na estrada.
Moldes estavam em propriedade particular e não eram usados.

Fogo destrói chácara em bairro de Piracicaba (Foto: Edijan Del Santo/EPTV) 

Fogo destrói moldes para a construção de barcos em bairro de Piracicaba (Foto: Edijan Del Santo/EPTV)

Um incêndio destruiu pelo menos 20 moldes para a construção de barcos em uma chácara nas proximidades do bairro Bongue em Piracicaba (SP) nesta sexta-feira (30). A suspeita de moradores próximos é que o fogo tenha começado na estrada e se alastrado pela propriedade.

As estruturas destruídas estavam em uma propriedade particular e ficaram totalmente destruídas, assim como a vegetação do local. Ninguém se feriu e o Corpo de Bombeiros já havia controlado o fogo por volta de 12h30 desta sexta. Os moldes já não eram mais usados e estavam apenas guardados na propriedade.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/09/incendio-destroi-moldes-de-barcos-em-chacara-em-piracicaba.html
29/09/2016 14h00 - Atualizado em 29/09/2016 14h00

Venda de produtos vencidos acaba em confusão em Piracicaba

Funcionário e cliente de supermercado acabaram em delegacia.
Cliente encontrou sabão em pó vencido e queijo sem etiqueta.

Queijo com etiqueta danificada encontrado em mercado de Piracicaba (Foto: Carol Giantomaso/G1) 
Queijo com etiqueta danificada encontrado em mercado de Piracicaba (Foto: Carol Giantomaso/G1)

 Uma confusão em um supermercado no bairro Morumbi em Piracicaba (SP) acabou na delegacia na noite desta quarta-feira (28). Segundo informações da Polícia Militar, a confusão começou porque um cliente encontrou produtos fora da validade.

O conflito começou quando um cliente, um homem de 50 anos, encontrou dois potes de sabão em pó vencidos na estante do mercado e ainda dois pedaços de queijo com a etiqueta de validade danificada. Ele chamou um funcionário, de 29 anos, do estabelecimento, que comunicou à direção.

Conforme o boletim de ocorrência, o estabelecimento se desculpou pelo ocorrido e admitiu o lapso. Ofereceu também a troca dos produtos que estavam com o cliente, dizendo que ele não teria que pagar pelos mesmos. No entanto, ele não aceitou e chamou a Polícia Militar.

Ambos foram levados ao plantão policial, onde o funcionário esclareceu que não é responsável pela verificação da validade dos produtos. Disse ainda, segundo a PM, que elas podem ter sido escondidas ou alteradas com a intenção de prejudicar o mercado. O cliente se defendeu e afirmou que ele não fez a adulteração. Os produtos foram apreendidos e os dois homens liberados.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/09/venda-de-produtos-vencidos-acaba-em-confusao-em-piracicaba.html
29/09/2016 07h37 - Atualizado em 29/09/2016 19h34

Pesquisa da USP indica que casca da romã ajuda a prevenir Alzheimer

Fruta ajuda a combater sintomas da doença, como a falta de memória.
Estudo foi feito na Esalq, campus da universidade em Piracicaba (SP).

Pesquisa da USP de Piracicaba indicou benefícios da casca da romã na prevenção do Alzheimer (Foto: Reprodução/TV Globo) 

Pesquisa da USP de Piracicaba indicou benefícios da casca da romã na prevenção do Alzheimer (Foto: Reprodução/TV Globo)

Uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP), indica que a casca da romã é rica em substâncias que ajudam na prevenção do Alzheimer.

Segundo Maressa Caldeira Morzelle, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), na casca da fruta são encontrados compostos antioxidantes que trazem benefícios à saúde humana. O principal deles é a prevenção do Alzheimer.
Pesquisadora Maressa Caldeira Morzelle no laboratória da USP Piracicaba (Foto: Arquivo Pessoal) 
Pesquisadora Maressa Morzelle no laboratório da
USP de Piracicaba (Foto: Arquivo Pessoal)

Por meio do tratamento de animais com  extrato da casca de romã, verificou-se que o consumo do extrato foi capaz de inibir a atividade da enzima acetilcolinesterase, que atua de forma prejudicial nas terminações nervosas, em até 77%.

Os animais tratados apresentaram níveis de substâncias que favorecem a sobrevivência dos neurônios, e foram capazes de reduzir placas amiloides, uma das principais características da doença Alzheimer.

Além disso, os animais que consumiram a romã apresentaram uma manutenção da memória, o que não acontecia nos animais que não eram tratados com a romã.

A casca da romã, que geralmente é descartada, é a parte da fruta onde se concentra a maior quantidade das substâncias que ajudam no combate ao Alzheimer,. “A casca tem dez vezes mais dessas substâncias antioxidantes que a polpa”, diz

O estudo feito por Maressa, e orientado pela professora Jocelem Mastrodi Salgado, também analisou outras frutas, no entanto, a romã foi que apresentou melhor resultado. “Em comparação com outras frutas como o morango e blueberry,  que também são antioxidantes, a romã é a mais eficaz no combate a doenças degenerativas, pois na casca da fruta há uma alta concentração de de compostos fenólicos, os principais responsáveis pela atividade antioxidante”, explica.
Pesquisa da USP de Piracicaba indicou benefícios da casca da romã na prevenção do Alzheimer (Foto: Reprodução/TV Globo) 
Casca de romã ajuda no combate aos sintomas do
Alzheimer (Foto: Reprodução/TV Globo)

Consumo
A pesquisadora diz que no estudo foi utilizado o extrato da casca da romã, pois como ela não tem um gosto agradável seria difícil a ingestão dela pelos animais, então foi necessária a fabricação do extrato. Mas que as pessoas não precisam consumir um extrato para usufruir os benefícios da fruta.  "As pessoas podem fazer suco ou chá com a casca, que terão a ingestão desse composto da mesma forma”, conta.

Maressa ainda destaca que como o efeito da substância é preventivo, é aconselhável começar a consumir a casca da romã ainda jovem. “O ideal é que as pessoas comecem a consumir a casca da romã o quanto antes, pois assim será cada vez menor a possibilidade de desenvolver o Alzheimer", diz.

Fonte: http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/09/pesquisa-da-usp-indica-que-casca-da-roma-ajuda-prevenir-alzheimer.html
30/09/2016 13h25 - Atualizado em 30/09/2016 13h25

Campanha de multivacinação vai até as 17h desta sexta-feira

Meta da iniciativa, realizada em todo o Brasil, é atualizar as carteiras.
Público-alvo são crianças com menos de 5 anos e jovens menores de 15.

Vacina contra sarampo está disponível nos postos de saúde de Petrolina (Foto: Larissa Paim/G1) 

Objetivo é imunizar crianças e adolescentes que não estão com a caderneta em dia (Foto: Larissa Paim/G1)

Termina às 17h desta sexta-feira (30) a Campanha Nacional de Multivacinação para Atualização de Caderneta de Vacinação. A ação, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com as secretarias estaduais de Saúde desde o dia 19 de setembro, tem como objetivo imunizar crianças e adolescentes que não estão com a carteira de vacinação em dia.

A coordenadora de Imunização da Secretaria de Saúde de Pernambuco, Ana Catarina Melo, disse que ainda não tem um balanço de quantas pessoas atualizaram as cadernetas nessas últimas duas semanas. “O sistema só vai finalizar no dia 4 de outubro. E a gente não trabalha com uma meta porque o momento é para conscientizar esses faltosos”, afirmou.

O público-alvo da campanha são as crianças menores de 5 anos e adolescentes de 10 a 15 anos incompletos. Entre as vacinas disponíveis estão doses de BCG, contra hepatite B, Pentavalente, VIP, VOPb, contra rotavírus humano, Pneumocócica 10 valente, Meningocócica C conjugada, febre amarela, tríplice viral, tetra viral, DTP, Hepatite A e HPV.

É importante que pais e responsáveis não esqueçam de levar a caderneta de vacinação para que os profissionais de saúde possam avaliar a situação de cada criança e adolescente. No Dia D da ação, promovido no último sábado (24), mais de 2,3 mil postos de vacinação do estado ficaram abertos. No Recife, eram 150, envolvendo 1.800 profissionais de saúde.

Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2016/09/campanha-de-multivacinacao-vai-ate-17h-desta-sexta-feira.html
Edição do dia 30/09/2016
30/09/2016 10h44 - Atualizado em 30/09/2016 11h56

Pílulas de hoje em dia têm baixa dosagem de hormônio e são seguras

A cada ano, 15 milhões de cartelas são distribuídas pelo SUS.
A pílula melhora a cólica, reduz o fluxo menstrual e ajuda até na acne.

Do G1, em São Paulo

Metade das mulheres que engravidam no Brasil não planejaram a gravidez. E quando se trata de adolescentes, esse número é bem maior. Em alguns hospitais, até 90% das jovens dizem que não planejaram o bebê que esperam.
 
No Bem Estar desta sexta-feira (30), o médico ginecologista Doutor José Bento, consultor do programa, e a ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro falam sobre o assunto.

Há mais de 55 anos, quando a pílula anticoncepcional foi inventada, a quantidade de hormônio contida nos comprimidos era 4X maior que a atual, por isso, são vários os mitos de que ela faz mal. Atualmente, todas as pílulas disponíveis no mercado são classificadas com baixa dosagem e estão em nível seguro de hormônios.

A cada ano, 15 milhões de cartelas são distribuídas pelo SUS. A pílula melhora a cólica, reduz o fluxo menstrual e até ajuda a combater a acne.

Mas será que é para todo mundo? Esquecer a pílula é um risco até para quem está esperando a menopausa. Muitas mulheres engravidam no chamado climatério.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/pilulas-de-hoje-em-dia-tem-baixa-dosagem-de-hormonio-e-sao-seguras.html
29/09/2016 16h06 - Atualizado em 29/09/2016 16h06

Zika infecta células nervosas relativas à formação craniana, diz estudo

Área é crucial para formação de ossos e cartilagem do crânio.
Pesquisa pode ajudar a explicar a ligação com a microcefalia. 

Pesquisa identifica danos que o vírus da zika provoca no cérebro dos bebês (Foto: Rede Globo) 

Pesquisa identifica danos que o vírus da zika provoca no cérebro (Foto: Rede Globo)

O vírus da zika, que causou uma epidemia no Brasil e está se espalhando pelas Américas, pode infectar e alterar células do sistema nervoso humano que são cruciais para a formação dos ossos e da cartilagem do crânio, revelou um estudo nesta quinta-feira (29).

A pesquisa, publicada no periódico científico "Cell Host & Microbe", pode ajudar a explicar por que bebês nascidos de mães que tiveram o vírus podem ter crânios menores do que a média e feições desproporcionais.

Já se provou que o zika ataca células cerebrais fetais conhecidas como células progenitoras neurais – um tipo de célula-tronco que dá origem a várias espécies de células cerebrais.

A morte destas células é o que interrompe o desenvolvimento do cérebro e leva à microcefalia, uma malformação craniana vista em bebês cujas mães foram infectadas pelo zika durante a gravidez.

Os cientistas norte-americanos que realizaram este estudo mais recente infectando células humanas com zika no laboratório descobriram que o vírus pode contaminar outro tipo de célula conhecida como célula da crista neural – que dá origem aos ossos e à cartilagem do crânio – e fazer com que elas secretem moléculas sinalizadoras que alteram sua função.

No laboratório, os níveis elevados destas moléculas foram suficientes para induzir diferenciação prematura, migração e morte das células progenitoras neurais, disseram os pesquisadores.

"Além dos efeitos diretos do vírus da zika nas células progenitoras neurais e seus derivados, esse vírus pode afetar o desenvolvimento cerebral indiretamente por meio de um diálogo cruzado sinalizador entre tipos de células embrionárias", disse Joanna Wysocka, bióloga química e de sistemas da Escola de Medicina da Universidade de Stanford e coautora do estudo.

O zika já se disseminou por quase 60 países e territórios desde que o surto atual foi identificado no ano passado no Brasil, causando alarme por sua capacidade de provocar microcefalia e outras doenças neurológicas em crianças e adultos.

O Brasil é o país mais afetado até o momento, com mais de 1.800 casos relatados de microcefalia.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/09/zika-infecta-celulas-nervosas-relativas-formacao-craniana-diz-estudo.html
BBC27/09/2016 09h16 - Atualizado em 27/09/2016 09h18

Brasil tem menos mortes por poluição do ar que outros emergentes, mas 'tendência é de piora'

Relatório da OMS divulgado nesta terça-feira aponta que 92% da população mundial vive em áreas onde a qualidade do ar é considerada abaixo do padrão recomendado.

Camada de poluição encobre a cidade de São Paulo em vista a partir da região central, na tarde do dia 7 de julho (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo) 

Camada de poluição encobre a cidade de São Paulo em vista a partir da região central, na tarde do dia 7 de julho (Foto: Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo)

Um estudo divulgado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta terça-feira (27) revela que 92% da população mundial vive em áreas que excedem os níveis de poluição recomendados. Os países pobres e em desenvolvimento são os que mais sofrem com o problema.

Dentre os emergentes do grupo Brics, o Brasil tem o desempenho menos negativo, com 14 mortes por ano ligadas à poluição do ar para cada 100 mil habitantes. China, Rússia, Índia e África do Sul têm respectivamente 70, 61, 68 e 39 mortes para cada 100 mil habitantes.

Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, uma matriz energética renovável, políticas de contenção de emissões e investimentos em transporte alternativo e público contribuíram para o desempenho positivo brasileiro.

A tendência, porém, é de piora nesse ranking, pois os dados base são de 2012, e, atualmente, os outros emergentes vêm dando mais atenção ao tema do que o Brasil.

Pobres e emergentes
A cada ano, cerca de três milhões de pessoas morrem por doenças associadas à poluição do ar em espaços abertos. A grande maioria desses óbitos ocorre em países pobres ou em desenvolvimento com políticas públicas que não priorizam o acesso a tecnologias limpas e onde a industrialização ocorre de maneira desregulada.

"A poluição do ar segue custando caro à saúde das populações mais vulneráveis - mulheres, crianças e idosos", lamentou Flávia Bustreo, diretora-geral assistente do órgão.

"Me impressiona muito que mais de 90% da população esteja exposta à poluição nociva", disse à BBC Brasil, o médico brasileiro Carlos Dora, coordenador do departamento de Políticas Públicas, Meio Ambiente e Determinantes Sociais de Saúde da OMS.

Dora avalia que o Brasil está em uma etapa intermediária em relação ao resto do mundo, atrás da América do Norte e da Europa, porém à frente de Ásia, Oriente Médio e África.

"O Brasil não é dos piores, mas ainda poderia melhorar bastante", afirma. Frente a outros emergentes, o país estaria numa posição mais confortável por conta, principalmente, da sua matriz energética, que é renovável, proveniente de hidroelétricas.

"A China, por exemplo, ainda queima muito carvão, o que é altamente poluente", exemplifica Dora.
Professora do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP, Maria Andrade explica que, além da questão energética, o Brasil implementou na virada dos anos 1980 para 1990 um programa nacional de controle de emissões de gases por veículos - o Proconve - que deu resultado.

"Nas áreas urbanas houve, depois do Proconve, uma redução na poluição significativa, apesar do aumento da frota. O que se precisa agora é controlar a queima de biomassa, a queima de florestas", aponta.

Andrade menciona ainda que controles nas indústrias e o desenvolvimento de tecnologias de combustíveis, para a redução das emissões de enxofre, também contribuíram à melhora nas últimas décadas.

Atualmente, as principais fontes de poluição do ar no Brasil são as queimadas no campo, as emissões de veículos nas áreas urbanas e as indústrias, elencou a professora da USP.

São Paulo
Em um ranking de grandes metrópoles emergentes, São Paulo e Buenos Aires aparecem como as que têm a melhor qualidade de ar, segundo dados do período de 2011 a 2015 da OMS.

A maior cidade da América do Sul teve um desempenho melhor que, nessa ordem, Cidade do México, Istambul, Xangai, Pequim, Mumbai, Calcutá, Dhaka, Cairo e Nova Déli. Lanterna dos emergentes, a capital da Índia chega a ter uma qualidade de ar cinco vezes pior do que a metrópole paulistana.
Veículos passam perto do Palácio Presidencial em meio à poluição em Nova Deli, na Índia. A Organização Mundial de Saúde classificou Nova Deli como a cidade mais poluída do mundo em 2015 (Foto: Tsering Topgyal/AP) 
Veículos passam perto do Palácio Presidencial em meio à poluição em Nova Deli, na Índia (Foto: Tsering Topgyal/AP)

"Quando você compara com esses lugares, você vai perceber que aqui está muito melhor", avalia Andrade.

"Mas ainda temos problemas com partículas secundárias, como ozônio, e partículas mais finas."

"São Paulo está num nível intermediário, o que é muito melhor que essas outras cidades do mundo em desenvolvimento", diz Carlos Dora.

Ele credita o bom posicionamento da capital paulista à expansão do sistema de transporte público e à implementação de alternativas verdes, como as ciclovias.

"Há varios questionamentos quanto às ciclovias, mas qualquer política que estimule meios de transportes alternativos e mais limpos é super bem-vinda do ponto de vista do meio ambiente", afirma Maria Andrade.

Tendências
Já Dora avalia que, no cenário global, o Brasil está sendo ultrapassado por outros países emergentes, como a China, que vêm dando maior ênfase à qualidade do ar.

"Existe liderança em exemplos de ações no transporte público do Brasil, mas de forma geral a China está à frente. Eles estão tomando medidas mais drásticas, inovadoras e estão avançando mais. Estão investindo muito mais", afirma.
Crianças usando máscaras contra poluição atravessam a rua em Jinan, na província de Shandong, na China, nesta quinta-feira (24) (Foto: AFP)
Crianças usando máscaras contra poluição atravessam a rua em Jinan, na província de Shandong, na China,(Foto: AFP)

"Esse investimento também é bom para os negócios. A lógica não é só ecológica."

Maria Andrade, por sua vez, vê com incerteza o futuro da "economia verde" no Brasil, dado o cenário de instabilidade política atual. "Em geral, quando se está em fase de crise econômica, (os temas ligados ao meio ambiente) passam a não ser tão prioritários."

"Não vejo tantos grupos trabalhando para sugerir ideias de melhorias (…) está tudo meio parado; prova disso é que você praticamente não vê o assunto em pauta na propaganda eleitoral", diz.

Estudo
O estudo, que revisou dados entre 2010 e 2015, apontou que apenas uma em cada dez pessoas no mundo vive em áreas cujo ar pode ser considerado limpo de acordo com os padrões da OMS.

A compilação dos dados baseou-se em amostragens provenientes de três mil localidades de perfil predominantemente urbano no planeta. Juntas, as populações das regiões estudadas somam 1,6 bilhão de pessoas, ou 43% da população urbana mundial.

As pesquisas que serviram de base ao relatório avaliaram a presença de "partículas de matéria" (PM) no ar, que tivessem um diâmetro menor que 10 ou 2,5 micrômetros (PM 10 e PM 2.5). Os principais ingredientes presentes no composto PM são sulfatos, nitratos, amônia, cloreto de sódio, carvão negro, poeira mineral e água.

O estudo reconhece que, apesar de outros componentes estarem mais comumente associados à toxicidade da poluição - monóxido de carbono, dióxidos sulfúricos e ozônio, por exemplo -, para uma comparação mundial equivalente foi necessário optar por um parâmetro universal. O composto PM é o que possui mais extensa literatura científica nesse sentido.

As partículas a partir de 10 micrômetros de diâmetro (PM 10) são consideradas extremamente nocivas, pois podem penetrar e se alojar nos pulmões, dando origem a enfermidades sérias.

Diversas doenças estão associadas de maneira ampla à poluição, mas o estudo se ateve apenas a acidente vascular cerebral (AVC, ou derrame), isquemia cardiovascular, câncer de pulmão e infecções agudas do sistema respiratório inferior (pneumonia).

O órgão das Nações Unidas vem coletando dados de PM10 e PM2,5 desde 2011, na esperança de entender melhor o problema e promover a redução do impacto da poluição global na saúde das populações.