terça-feira, 13 de outubro de 2015

12/10/2015 às 12h27

'Tive que ficar de luto por minha própria morte', diz policial que voltou de síndrome do encarceramento

None
Experiência foi 'a mais assustadora' da vida de Clodagh Dunlop
Como policial, a britânica Clodagh Dunlop já teve muitas experiências de dar medo.
Mas, após sofrer um derrame em abril, ela enfrentou um desafio ainda maior: a síndrome do encarceramento.
"Foi a experiência mais assustadora da minha vida", disse ela.
Por quase três meses, Clodagh, que é da Irlanda do Norte, não conseguia falar nem se movimentar. Ela só podia se comunicar piscando. No entanto, sua mente funcionava normalmente.
A síndrome do encarceramento é uma paralisia dos músculos do corpo que afeta uma pequena parcela das vítimas de AVCs (acidentes vasculares cerebrais) ou de traumas graves no cérebro. Não há tratamento ou cura para a doença, e a recuperação é muito rara.
Clodagh é uma dessas exceções. Na primeira entrevista à rádio que concedeu após recuperar a fala, ela disse à BBC que, enquanto seu corpo estava completamente paralisado, ela se mantinha completamente consciente de tudo que acontecia a seu redor.
None
None
Policial ganhou prêmio por seu trabalho em 2012
'Estou aqui'
"Lembro de tudo, desde a hora em que acordei na UTI", disse. "Foi uma experiência muito surreal. Eu queria gritar para todos: 'Estou aqui'. Via que minha família e meu parceiro, Adrian, estavam tristes e queria reconfortá-los, mas não podia fazer nada. Você se torna um prisioneiro em seu próprio corpo."
Foi no dia do seu aniversário, em maio, que Clodagh começou a mostrar sinais de que poderia escapar dessa prisão.
"Uma amiga minha me visitou e eu estava tentando dizer a ela que eu queria remédios", disse. "Eu tinha um quadro com letras para soletrar o que queria e piscava para dizer isso, mas ela não parava de tentar adivinhar o que eu queria."
"Fiquei com muita raiva. Gritei com ela e essa foi a primeira vez que eu consegui fazer barulho e meus braços se mexeram um pouco. Fui de brava para feliz. Foi um momento marcante."
Publicidade
Fechar anúncio
None
Luto
A síndrome do encarceramento afeta determinadas áreas do cérebro, e Clodagh teve que reaprender a fazer coisas básicas, como respirar e engolir.
Agora, ela está reaprendendo a andar, em um hospital de Belfast. No longo prazo, seu objetivo é voltar a correr mais de 6 km por dia, como costumava fazer.
"Tive que ficar de luto por minha própria morte", pondera. "A pessoa que eu era ainda está dentro de mim, mas tive que aceitar que nunca mais serei aquela pessoa. Tenho que deixar ela para trás."
"Aprendi muito sobre humildade e compaixão. Você é um observador silencioso do mundo quando está trancado em você mesmo. Quero compartilhar minha experiência para ajudar outras pessoas e fazer a diferença."
None
None
Clodagh e seu companheiro, Adrian
"Hoje, olho para trás e penso que eu era uma jovem notável. É uma chance que a maioria das pessoas não tem, elas nunca apreciam quem elas são. Sempre querem ser melhores."
Clodagh trabalhou como policial na cidade de Londonderry, a segunda maior da Irlanda do Norte, por oito anos. Em 2012, ela ganhou um prêmio de policiamento comunitário.
Ela espera, um dia, pode retornar as suas funções.
"Adoraria voltar ao trabalho. Amava Derry e as pessoas de lá. Ficaria muito orgulhosa se um dia pudesse voltar."
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/tive-que-ficar-de-luto-por-minha-propria-morte-diz-policial-que-voltou-de-sindrome-do-encarceramento-12102015

Síndrome do Encarceramento

A Síndrome do Encarceramento, ou Síndrome de Locked-In, é uma doença neurológica rara, em que ocorre paralisia de todos os músculos do corpo, com exceção dos músculos que controlam o movimento dos olhos ou das pálpebras.
Nesta doença, o paciente fica preso dentro do seu próprio corpo, sem conseguir movimentar ou comunicar, porém mantém-se consciente e intelectualmente ativo.
As causas da Síndrome do Encarceramento podem ser lesões cerebrais traumáticas, sobredosagem de medicamentos, esclerose lateral amiotrófica, traumatismos craniados, meningite, hemorragia cerebral ou mordida de cobra. Nesta síndrome, as informações que o cérebro emite para o corpo não são captadas pelas fibras musculares e o corpo não responde às ordens.
A Síndrome do Encarceramento não tem cura, porém existem procedimentos que podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Sintomas da Síndrome do Encarceramento

Os sintomas da Síndrome do Encarceramento podem ser:
  • Paralisia dos músculos do corpo;
  • Incapacidade de articular palavras;
  • Dificuldades na deglutição;
  • Incapacidade de mastigação;
  • Membros rígidos e esticados.
Geralmente, os pacientes apenas conseguem movimentar os olhos para baixo e para cima, pois os movimentos horizontais dos olhos estão comprometidos.
Os pacientes mantêm a consciência e a sensibilidade à dor, embora não consigam comunicar nem fazer qualquer movimentação.
O diagnóstico da Síndrome do Encarceramento é feito com base nos sinais e sintomas apresentados pelos pacientes e com auxílio de exames de diagnóstico, como ressonância magnética ou tomografia computadorizada.

Tratamento da Síndrome do Encarceramento

O tratamento da Síndrome do Encarceramento não cura a doença, mas ajuda a melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Atualmente, para facilitar a comunicação são utilizadas tecnologias e máquinas que conseguem traduzir através de sinais, como piscar de olhos, o que a pessoa está pensando em palavras, permitindo que a outra pessoa o entenda. Tem sido usado também a estimulação dos reflexos musculares com elétrodos, que consiste em pequenos choque elétricos nos músculos para reduzir a sua rigidez.
O prognóstico da doença é bastante reservado, pois é muito raro algum paciente conseguir recuperar alguma capacidade motora e movimento dos músculos. A maior parte dos indivíduos morre no primeiro ano após ter surgido a doença.
Fonte: http://www.tuasaude.com/sindrome-do-encarceramento/

Nenhum comentário :

Postar um comentário