domingo, 4 de outubro de 2015


24/09/2015 19h48 - Atualizado em 24/09/2015 19h48

Hospital de SP desmente rumor de mortes por causa de feijão com larva

Boato divulgado na internet afirma que 10 teriam morrido por diarreia.
Hospital citado divulgou nota esclarecendo que história não é verdadeira.

Do G1, em São Paulo
Pesquisadores descobriram 30 variedades de feijão que sobreviveriam ao aquecimento global (Foto: CGIAR/Divulgação) 
Boato divulgado na internet fala sobre mortes ocorridas após consumo de feijão com bichos; hospital citado em relato desmentiu ocorrência de mortes (Foto: CGIAR/Divulgação)
 
O Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo, afirmou que não é verdadeiro o relato que tem circulado na internet de que 10 pessoas teriam morrido devido a uma contaminação por feijão com larva, incluindo uma médica da instituição.
O boato – que tem sido divulgado nas redes sociais e em mensagens de WhatsApp – afirma que “feijões com bichos” estariam provocando uma “epidemia de diarreia” e alerta as pessoas a deixarem o feijão de molho no vinagre antes de cozinhá-lo. Na mensagem que tem circulado, a autora cita que o caso foi relatado por uma cunhada que trabalharia no “Hospital Santa Joana”.
Nesta quinta-feira (24), a instituição publicou uma nota de esclarecimento sobre o assunto: “O Hospital e Maternidade Santa Joana esclarece que a informação que está circulando nas redes sociais sobre um possível problema com consumo de feijão dentro da instituição não é verdadeira. Não há nenhuma morte de colaborador fora ou dentro do hospital relacionada a qualquer surto de gastroenterite.”
A mesma imagem usada para ilustrar a mensagem sobre a falsa epidemia foi usada em 2013 associada a outro boato: o de que pessoas estariam contraindo doença de Chagas ao consumir feijão.
O médico nutrólogo Carlos Alberto Nogueira, diretor da Associação Brasileria de Nutrologia (Abran) afirma que, caso a história fosse verdadeira, seria uma situação de muita exceção. "Uma larva qualquer, a pessoa vai mastigar, engolir e ela vai virar comida. Comemos larvinhas de goiaba, por exemplo, a vida inteira e não acontece nada. Se existe algum tipo de larva que carregue em si uma bactéria nociva, não tenho conhecimento. Trabalho com alimentos há 18 anos e para mim seria uma coisa nova, ainda que teoricamente possível."
Dois tipos de contaminação possíveis
Ele esclarece que existem basicamente dois tipos de contaminação por alimentos que podem causar diarreia e vômito. Ela pode ser provocada pela ingestão de toxinas produzidas por bactérias ou fungos presentes nos alimentos. É o caso da maionese estragada, por exemplo. Nessas situações, o paciente começa a apresentar os sintomas pouco tempo depois de ingerir o alimento, pois a toxina já está pronta.
O outro tipo de intoxicação é quando o alimento contém micro-organismos patogênicos que, quando ingeridos, se instalam no organismo do paciente, onde se multiplicam e começam a produzir toxinas que provocam os sintomas. Nesses casos, a reação ocorre até dois dias depois da ingestão do alimento. É o caso das contaminações por Escherichia coli, por exemplo.

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