sábado, 10 de outubro de 2015

Carnes processadas podem ser uma ameaça à fertilidade masculina

Estudo mostra que os homens que consomem esse tipo de alimento têm menos sucesso nos tratamentos de fertilização in vitro

- Atualizado em

A taxa de sucesso da fertilização in vitro nos homens que comiam menos carne processada foi 28% maior em comparação com aqueles que comiam menor quantidade deste tipo de carne(Thinkstock/VEJA)
O hábito de comer carne processada, como bacon, salsicha e presunto, faz com que os homens tenham menos sucesso nos tratamentos de fertilização in vitro (FIV), em comparação àqueles que mantém uma dieta sem esse tipo de alimento. É o que diz um estudo publicado recentemente no periódico científico Fertility & Sterility.
O trabalho, liderado pela a equipe de Wei Xia, pesquisador da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, analisou os resultados da fertilização in vitro de 141 homens submetidos ao tratamento, no Hospital Geral Massachusetts. Os participantes forneceram informações detalhadas sobre sua dieta.
Os resultados mostraram que a taxa de sucesso na fertilização in vitro foi 28% maior para os homens que comiam pouca carne processada, quando comparados àqueles que incluiam esse tipo de alimento na dieta do dia a dia. Estudos recentes já haviam comprovado que o consumo diário de carne processada aumenta a incidência de morte precoce em 20%.
"Nosso trabalho sugere que o tipo de carne pode influenciar a capacidade do esperma fertilizar um óvulo", disse Rebecca Sokol, presidente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva.
No entanto, especialistas ressaltam que ainda são necessárias mais pesquisas para encontrar os "mecanismos biológicos" de causa e efeito que justifiquem que o consumo elevado de carne processada prejudique a fertilidade masculina.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/carnes-processadas-podem-afetar-a-fertilidade-masculina 

27/10/2015 às 13:10 – 7.091 visualizações

Indústria da carne diz que vai investir bilhões para que as pessoas esqueçam alerta da OMS

Especialistas financeiros preveem queda no setor.
 
Não demorou mais que 24 horas após o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o consumo de carne para que a reação da indústria começasse. Nessa segunda-feira (26), a divisão da Organização das Nações Unidas (ONU) para a saúde colocou carnes processadas no mesmo grupo que o cigarro quando o assunto é risco para o desenvolvimento de câncer (relembre aqui). A carne in natura foi colocada no mesmo patamar que alguns componentes de pesticidas.
A reação foi imediada. Entidades ligadas à produção de carnes de todo o mundo emitiram notas repudiando o documento da OMS que, por sua vez, já avisou que a classificação é definitiva e que não vai voltar atrás sobre isso.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), na qual figuram JSB-Friboi, Marfrig e outros grandes matadouros, disse que “os benefícios nutricionais à saúde humana já foram comprovados”, mas ignorou o fato de que o documento da OMS reúne mais de 800 estudos e é o resultado de um grupo de trabalho de 22 cientistas de 10 países. É um documento conclusivo, não é apenas mais um estudo.
Já a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa empresas como a JBS-Friboi, Marfrig, Minerva e BRF (Sadia e Perdigão) emitiu uma nota genérica onde afirma que “os produtos cárneos processados feitos no Brasil são seguros e seguem as mais rígidas normas internacionais de segurança alimentar”. No entanto, a OMS não diz em seu documento que a forma de produzir carnes processadas é a causadora de câncer, e sim o produto em si. Na mesma nota, a ABPA tenta desviar o foco da questão e tranquilizar os consumidores de carnes afirmando que “diversos fatores influenciam a ocorrência da doença em questão, como genética, hábitos alimentares, tipos de dieta e outros”.
O North American Meat Institute (Instituto Norte-americano da Carne) soltou uma nota dizendo que o documento da Organização Mundial da Saúde (OMS) é “dramático e alarmista”. Betsy Booren, representante do instituto, disse em entrevista ao jornal britânico The Independent, que “levará décadas e bilhões de dólares para mudar” o que as pessoas pensam sobre a carne após a OMS dizer que ela é cancerígena.
Nilo Chaves de Sá, diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), acredita que a notícia não afetará as vendas de carne de porco. “A proteína animal é uma fonte importante para a nutrição humana.” – disse ao Jornal da Tarde. Demonstrando total falta de informação sobre o conteúdo, o método e a importância do documento da OMS, Nilo emendou: “Parece que ainda é necessário mais pesquisa para que seja algo definitivo.” – disse.
Na Austrália, o Ministro da Agricultura, Barnaby Joyce, fez piada com o alerta da OMS e pediu cautela a respeito do documento.“Se você pegar tudo que a OMS diz que é cancerígeno e tirar do seu dia a dia, bem, você terá que voltar para uma caverna.” – disse.
Na contramão desse aparente otimismo da indústria, a Revista Fortune publicou uma matéria nesta terça-feira (27) onde afirma que o consumo de carne nos Estados Unidos já está em queda desde 1970, quando teve seu ápice. A matéria afirma ainda que, após a publicação da OMS, a indústria pecuária deverá sofrer ainda mais com as quedas nos números (veja aqui, em inglês).
A Swiss Meat Industry Association (Associação Suíça das Indústrias da Carne) limitou-se a dizer que há estudos provando que a carne faz bem. França, Uruguai e diversos outros países seguiram a mesma linha. Muitos enfatizaram que a OMS condena o consumo de carnes se esse for em excesso. Mas a verdade é que a OMS é bem clara em relação a isso e afirma que bastam 50 gramas por dia de bacon, salsicha, presunto, peito de peru, linguiça ou outro produto similar para ter uma probabilidade 18% maior de desenvolver câncer no cólon ou no reto. O documento da OMS diz que carnes processadas causam câncer, e não que podem causar câncer.
 
Fonte: https://vista-se.com.br/industria-da-carne-diz-que-vai-investir-bilhoes-para-que-as-pessoas-esquecam-alerta-da-oms/ 

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