PE registrou 54 mortes por chikungunya em 2016, o maior número do país
No ano passado, foram notificados mais de 263,5 mil casos no Brasil. Pacientes sofrem com diagnóstico difícil e longo tratamento da doença.
No ano passado, foram notificados 263.598 casos de chikungunya no
Brasil, até o dia 10 de dezembro, de acordo com o Ministério da Saúde.
Houve 159 mortes por causa da doença, sendo 54 só em Pernambuco.
O
estado é o que registra o maior número de óbitos causados pelo vírus,
seguido pela Paraíba (32), Rio Grande do Norte (25), Ceará (21), Rio de
Janeiro (9), Alagoas (6), Bahia (4), Maranhão (5), Piauí (1), Sergipe
(1) e Distrito Federal (1).
Os pacientes sofrem com o diagnóstico difícil e o longo tratamento da
doença. Os hospitais recebem gente com sintomas todos os dias. Os
principais são: febre alta e persistente, dor e inchaço nas articulações
(mãos, punhos, joelho, pés e tornozelos) e manchas na pele (a partir do
terceiro dia). Especialistas afirmam que 40% dos pacientes desenvolvem a
forma crônica da doença, com sintomas que duram mais de três meses.
A representante comercial Patrícia Aquino nem imaginava que ia poder
andar normalmente de novo. Depois de dez meses, deu o primeiro passeio
com a família. “Eu não conseguia nem me levantar, nem andar sozinha.
Tinha que ser realmente com ajuda”, lembra, afirmando que ainda não se
sente curada. “Até hoje quando eu me levanto sinto muita dor nos pés e
nas pernas. E, de vez em quando, ainda tenho dor nas articulações”.
O sofrimento da médica Rosane Ramalho é mais recente, tem 20 dias. Nos
primeiros sintomas, ela procurou atendimento, mas geralmente todos os
casos de doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti são tratados da mesma
forma: repouso, hidratação e analgésico. Não adiantou e o jeito foi
procurar um especialista. “Para conseguir caminhar e fazer minhas
atividades diárias normais, porque até um banho eu tinha dificuldade de
tomar”, conta.
“Essa é uma doença que pela intensidade da dor articular os pacientes
têm que procurar atendimento para que seja feita a medicação adequada. E
surgindo os sinais de alarme, deve procurar de imediato a unidade de
saúde para receber atenção e realizar os exames necessários. Essa dor
crônica é uma consequência da doença, mas com uma medicação específica,
essa dor e essa inflamação da articulação são bloqueadas e a pessoa
volta a ter sua vida normal”, afirma o médico Carlos Brito.
Muitos pacientes buscam na água um alivio para esses sintomas que se
arrastam por meses. Eles dizem que a hidroterapia ajuda porque traz um
conforto para as articulações castigadas pela chikungunya. A
recepcionista Vanessa França conta que melhorou bastante quando começou
os exercícios na piscina. “Dormia bem, acordava melhor. Não tomei mais
remédio e fiquei só com a hidroterapia mesmo”.
"A água é aquecida a 33, 34 graus. Essa temperatura atua nas
terminações nervosas. Aliviando os sinais de dor e também diminuindo os
edemas”, explica o fisioterapeuta Rogério Antunes.
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