terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Sofrimento emocional pode levar a problemas cardiovasculares

Atriz Debbie Reynolds, de 84 anos, sofreu um AVC e morreu nesta quarta-feira um dia depois da morte de sua filha Carrie Fisher.

 
A relação próxima entre sofrimentos emocionais intensos e a ocorrência de problemas cardiovasculares pode explicar alguns dos casos em que um paciente tem um mal súbito pouco tempo depois da morte de uma pessoa próxima. 

É o que pode ter ocorrido com a atriz Debbie Reynolds, de 84 anos, que morreu nesta quarta-feira (28) apenas um dia depois de sua filha, a atriz e escritora Carrie Fisher. Debbie sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e seu quadro chegou a ser classificado como de moderado a grave, mas ela acabou não resistindo. 

Segundo o cardiologista José Ibis Coelho das Neves, do Hospital BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo), um AVC pode ser desencadeado por um estresse emocional agudo. “Um evento de estresse pode ser o gatilho do aparecimento desse processo. Por isso vemos pessoas que passaram por um estresse grande e tiveram AVC logo em seguida." 

Outra ocorrência comum entre pessoas que sofreram uma grande perda, como a morte de alguém querido ou o fim de um relacionamento, é a chamada síndrome do coração partido, que também pode acometer quem sofreu um trauma como um assalto ou um acidente, por exemplo. “Essas circunstâncias podem desencadear uma descarga hormonal muito intensa que afeta o coração causando essa síndrome que se apresenta como um infarto, com fibrilação atrial e até parada cardíaca”, explica o especialista. 

Os sintomas da síndrome são dor no peito e falta de ar. No eletrocardiograma, o caso é muito similar ao infarto. Somente o ecocardiograma será capaz de diagnosticar a síndrome, cuja característica mais marcante é que o ventrículo esquerdo do coração fica no formato de um vaso. É por isso que a síndrome é também chamada de tako-tsubo, nome em japonês que se refere a um vaso usado para capturar polvos. 

O problema pode aparecer em pessoas que nunca tiveram histórico de doenças cardiovasculares e é mais incidente em mulheres de meia idade. “Felizmente, na grande maioria das vezes há reversão completa do quadro, sem deixar sequela”, diz Neves. 

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