Gerontecnologia a serviço do envelhecimento
A telemedicina, que inclui consultas virtuais, é uma nova fronteira cuja expansão deverá ser explosiva nos próximos anos, principalmente devido aos custos crescentes dos serviços de saúde. Por meio de videoconferência, Ryan Woollrych, professor da Universidade de Heriot-Watt (Escócia) e da Universidade Simon Fraser (Canadá), participou do 10º Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia e cravou: “não se trata de apenas monitorar e prevenir doenças, mas também de manter o idoso ativo mental e fisicamente; controlar uma dieta saudável; e engajá-lo a adotar comportamentos e hábitos para a prevenção de enfermidades”.
No
chamado ambiente doméstico assistido, é possível fazer o monitoramento
remoto do paciente. Já existem dispositivos e sensores para acompanhar a
atividade física, as condições de saúde e a segurança dos indivíduos
dentro de casa e no seu entorno. Esses sensores de ambiente ou que
possam ser usados (wearables)
são capazes de monitorar sinais vitais ou mudanças no padrão de
atividade, indicando alterações nas condições do idoso. Além disso,
interfaces inteligentes providenciariam informação, apoio e
encorajamento para as pessoas se manterem ativas. O sistema pode ser
compartilhado por diferentes observadores, incluindo familiares e
cuidadores.
No
entanto, na sua apresentação, o professor Ryan Woollrych lembrou que é
preciso um trabalho de conscientização e convencimento para garantir a
adesão dos pacientes: “a aceitação da tecnologia é indispensável, para
não ser encarada como vigilância. Ela não pode gerar uma sensação de
invasão, ou forçar as pessoas a realizar as atividades diárias”. Como
exemplo, citou um desses dispositivos de emergência: um bip pendurado no
pescoço da pessoa, como um pendente: “pesquisa com usuários mostrou que
desagradava aos idosos porque remetia a uma situação de fragilidade.
Uma das mulheres, de 72 anos, dizia que sempre gostou de se arrumar e
não gostaria de carregar no pescoço um bip, e sim uma joia. Outra, de 78
anos, também reagiu dizendo: ‘não quero que meus parentes e amigos me
vejam como dependente. Usar esse tipo de coisa é quase um carimbo que
mostra que você é velho’”.
Nenhum comentário :
Postar um comentário