quinta-feira, 1 de junho de 2017

Tabagismo mata mais de 156 mil pessoas por ano em 2015

Prejuízo anual chega a quase R$40 bilhões somente com gastos médicos.

Campanha contra o cigarro durante apresentação do Ministério da Saúde (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1) 
Campanha contra o cigarro durante apresentação do Ministério da Saúde (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)  

Pela primeira vez, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgaram dados sobre os prejuízos causados pelo tabagismo no país. De acordo com os dados, o consumo do tabaco causou, em 2015, um prejuízo de R$56,9 bilhões ao país. Sendo que R$39,4 bilhões deles são de custos médicos diretos, enquanto R$17,5 bilhões são de custos indiretos, com perda de produtividade e incapacitação de trabalhadores. 

O ministro Ricardo Barros, por videoconferência, disse que é importante continuar trabalhando com campanhas pela redução do consumo de tabaco. Segundo o estudo, o consumo do tabaco é responsável por 156 mil mortes por ano.

"É muito importante que o país continue a ser uma referência positiva no combate ao uso do tabaco. 

Gastamos quase R$40 bilhões em assistência médica. É importante frisar que, por mais que se aumente o preço do cigarro, mais aumenta o contrabando e, consequentemente se reduz o controle de qualidade do produto vendido no Brasil. Por isso, as campanha são importantes", disse o ministro. 

Nesta quarta-feira (31) foi aberta a campanha de combate ao uso do tabaco, no Rio. Segundo Barros, medidas como esta estão sendo tomadas para reduzir o consumo de tabaco, como o reforço dos alertas nos maços de cigarros, campanhas e a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal pra retirar dos cigarros aditivos de sabor, que atraem os jovens. 

"Há uma resolução da Anvisa que está sob julgamento no Supremo, que visa retirar o sabor do cigarro, para reduzir o número de pessoas que experimentam o tabaco", disse o ministro. 

De acordo com o Inca, embora o Brasil seja o segundo maior produtor de tabaco do mundo, foi o país que obteve a maior redução do consumo entre 195 países avaliados. 

A política de controle do tabaco reduziu em 35% a prevalências de fumantes nas capitais brasileiras entre 2006 e 2016. 

O ministro destacou ainda que há uma proposta para aumentar em 50% os impostos sobre cigarros. Mas que é importante combater também o contrabando, que hoje já representa mais de 50% do consumo de tabaco no país. 

A diretora do Inca, Ana Cristina Pinho, fez questão de destacar que além da campanha contra o uso do tabaco, é importante que todos se mobilizem para a aprovação no Supremo, do projeto de lei que proíbe que os cigarros tenham sabor. A proposta vai ser julgada no dia 21 de junho. 

"Essa medida está entre as mais importantes no combate ao uso do tabaco. Porque andando pelos corredores do Inca a gente percebe que o tabagismo é uma doença pediátrica, já que a maioria dos fumantes foi apresentada ao cigarro na infância ou na adolescência. Acabar com o sabor, que atrai os jovens para a experimentação do tabaco, vai ser um grande passo no que se refere à saúde pública", disse a diretora do Inca. 

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