Tabagismo mata mais de 156 mil pessoas por ano em 2015
Prejuízo anual chega a quase R$40 bilhões somente com gastos médicos.
Pela primeira vez, o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional do
Câncer (Inca) divulgaram dados sobre os prejuízos causados pelo
tabagismo no país. De acordo com os dados, o consumo do tabaco causou,
em 2015, um prejuízo de R$56,9 bilhões ao país. Sendo que R$39,4 bilhões
deles são de custos médicos diretos, enquanto R$17,5 bilhões são de
custos indiretos, com perda de produtividade e incapacitação de
trabalhadores.
O ministro Ricardo Barros, por videoconferência, disse que é importante
continuar trabalhando com campanhas pela redução do consumo de tabaco.
Segundo o estudo, o consumo do tabaco é responsável por 156 mil mortes
por ano.
"É muito importante que o país continue a ser uma referência positiva
no combate ao uso do tabaco.
Gastamos quase R$40 bilhões em assistência
médica. É importante frisar que, por mais que se aumente o preço do
cigarro, mais aumenta o contrabando e, consequentemente se reduz o
controle de qualidade do produto vendido no Brasil. Por isso, as
campanha são importantes", disse o ministro.
Nesta quarta-feira (31) foi aberta a campanha de combate ao uso do
tabaco, no Rio. Segundo Barros, medidas como esta estão sendo tomadas
para reduzir o consumo de tabaco, como o reforço dos alertas nos maços
de cigarros, campanhas e a pressão sobre o Supremo Tribunal Federal pra
retirar dos cigarros aditivos de sabor, que atraem os jovens.
"Há uma resolução da Anvisa que está sob julgamento no Supremo, que
visa retirar o sabor do cigarro, para reduzir o número de pessoas que
experimentam o tabaco", disse o ministro.
De acordo com o Inca, embora o Brasil seja o segundo maior produtor de
tabaco do mundo, foi o país que obteve a maior redução do consumo entre
195 países avaliados.
A política de controle do tabaco reduziu em 35% a prevalências de fumantes nas capitais brasileiras entre 2006 e 2016.
O ministro destacou ainda que há uma proposta para aumentar em 50% os
impostos sobre cigarros. Mas que é importante combater também o
contrabando, que hoje já representa mais de 50% do consumo de tabaco no
país.
A diretora do Inca, Ana Cristina Pinho, fez questão de destacar que além
da campanha contra o uso do tabaco, é importante que todos se mobilizem
para a aprovação no Supremo, do projeto de lei que proíbe que os
cigarros tenham sabor. A proposta vai ser julgada no dia 21 de junho.
"Essa medida está entre as mais importantes no combate ao uso do
tabaco. Porque andando pelos corredores do Inca a gente percebe que o
tabagismo é uma doença pediátrica, já que a maioria dos fumantes foi
apresentada ao cigarro na infância ou na adolescência. Acabar com o
sabor, que atrai os jovens para a experimentação do tabaco, vai ser um
grande passo no que se refere à saúde pública", disse a diretora do
Inca.
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