segunda-feira, 13 de abril de 2015

hanseniase 

Hanseníase

O QUE É?

A hanseníase, também conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae. Foi descoberta em 1873 por um cientista chamado Hansen, o nome dado a ela é em homenagem ao seu descobridor. Entretanto, esta é uma das doenças mais antigas já registradas na literatura, com casos na China, Egito e Índia, antes de Cristo.
A doença é curável, mas se não tratada pode ser preocupante. Hoje, em todo o mundo, o tratamento é oferecido gratuitamente, e há várias campanhas para a erradicação na doença. Os países com maiores incidência são os menos desenvolvidos ou com condições precárias de higiene e superpopulação. Em 2011, o Ministério da Saúde registrou no Brasil mais de 33 mil casos da doença.
A transmissão do M. leprae se dá através de contato íntimo e contínuo com o doente não tratado. Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do paciente.
Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O período de incubação é prolongado, e pode variar de seis meses a seis anos.

SINTOMAS

A hanseníase acomete primeiro a pele e os nervos periféricos, e pode atingir também os olhos e os tecidos do interior do nariz. O primeiro e principal sintoma são o aparecimento de manchas de cor parda, ou eritematosas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos.
Nas áreas afetadas pela hanseníase, o paciente apresenta perda de sensibilidade térmica, perda de pelos e ausência de transpiração. Quando lesiona o nervo da região em que se manifestou a doença, causa dormência e perda de tônus muscular na área.
Podem aparecer caroços e/ou inchaços nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos e cotovelos; e pode haver alteração na musculatura esquelética causando deformidades nos membros.
 
Aparecimento de caroços ou inchados no rosto, orelhas, cotovelos e mãos.
 
Entupimento constante no nariz, com um pouco de sangue e feridas.
 
Redução ou ausência de sensibilidade ao calor, ao frio, à dor a ao tato.
 
Manchas em qualquer parte do corpo, que podem ser pálidas, esbranquiçadas ou avermelhadas.
 
Partes do corpo dormentes ou amortecidas. Em especial as regiões cobertas.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm

Além disso, são identificadas quatro formas clínicas da doença:

Hanseníase indeterminada

Estágio inicial da doença e muito comum em crianças. Quando começa nesse estágio, apenas 25% dos casos evoluem para outras formas.

Hanseníase Tuberculóide

Forma mais leve da doença. A pessoa tem apenas uma ou poucas manchas pálidas na pele. Ocorre quando a patologia é paucibacilar (com poucos bacilos), 5 lesões na pele ou apenas 1 tronco nervoso acometido, ou seja, não contagiosa. Alterações nos nervos próximos à lesão, podem causar dor, fraqueza e atrofia muscular.

Hanseníase Tuberculóide Reacional, placas eritematosas, de aparecimento abrupto com limites bem definidos e regulares. De permeio pele normal, sem sinais de infiltração. A baciloscopia nesses casos pode ser fracamente positiva, principalmente na vigência do surto reacional. A sensibilidade está alterada; porém, pode ser normal na face, devido à intensa irrigação nervosa.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm


Hanseníase Dimorfa – Este caso poderia ser classificado clinicamente como Hanseníase Tuberculóide, entretanto no histopatológico, já se observa granulomas frouxos e baciloscopia de +++. Isto tem importância pelo fato de ser a única lesão deste paciente, onde o atual tratamento ROM, para casos com lesão única, tem de ter sua aplicação revista.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm

  
Hanseníase Dimorfa Tuberculóide  em Reação : Várias placas de aparecimento rápido ( cerca de 03 meses ) de tom eritêmato hipocrômico, limites bem definidos, com sensibilidade alterada. Neste caso a classificação final depende:  da baciloscopia cutânea ( aqui, fracamente positiva ), do teste de Mitsuda ( aqui, 4mm ), do histopatológico, e por fim da evolução do paciente. A reação neste caso é a do tipo 1, isto é, por imunidade celular.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm

 
Hanseníase Tuberculóide com Mal Perfurante Plantar: Paciente neste caso já com alta medicamentosa há anos , entretanto houve agressão de tronco nervoso ( Ciático Popliteo Externo E. ),levando à diminuição de sensibilidade do pé E, com isso, por microtraumatismos em áreas de maior pressão, como a base do quinto metatarsiano, ocorre o aparecimento de úlceras de bordos calosos, totalmente anestésicas . A conduta nestes casos reside em cuidados locais e adaptações de calçados com técnicas simples para uma melhor distribuição do peso do corpo.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm

 
Hanseníase Dimorfa em Reação – Placas generalizadas pelo dorso, de tom eritematoso. Paciente está em tratamento PQT/MB ,na vigência da sétima dose supervisionada, apareceram-lhe placas reacionais por todo o corpo.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm

Hanseníase Borderline

Forma intermediária da doença. Há mais manchas na pele e cobrindo áreas mais extensas, em alguns casos é difícil precisar onde começa e onde termina.
Entre a forma tuberculoide e a virchowiana estão as intermediárias, chamadas de borderlines ou dimorfas, que se caracterizam por lesões com limite muito nítido na área central e pouco nítido na periferia. São lesões em fóvea com a aparência de um queijo cheio de furos (imagem 4).

Fonte: http://drauziovarella.com.br/entrevistas-2/hanseniase-2/

Hanseníase Virchowiana

Forma grave da doença, multibacilar, com muitos bacilos, e contagiosa. Os inchaços são generalizados e há erupções cutâneas, dormência e fraqueza muscular. Nariz, rins e órgãos reprodutivos masculinos também podem ser afetados.

Hanseníase Virchowiana com nódulos reacionais tipo Eritema Nodoso: Paciente do sexo feminino, com infiltração difusa de todo o tegumento. Aqui na foto, mostra detalhe de nódulos eritematosos dolorosos, no MSD, com febre e mal estar geral. A reação neste caso é a do tipo 2, isto é, por imunidade humoral.
Fonte: http://www.inf.furb.br/sias/parasita/Textos/hanseniase.htm

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da hanseníase é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. O exame identifica se a hanseníase é paucibacilar, com pouco ou nenhum bacilo; ou multibacilar (mais de 5 lesões na pele ou mais de um tronco nervoso acometido), com muitos bacilos.
É importante lembrar que a hanseníase é uma doença totalmente curável, e não há motivo para preconceito. É importante ficar atento aos sinais e procurar o dermatologista, ele prescreverá o tratamento adequado.

TRATAMENTO

O Tratamento é gratuito e fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Antibióticos são usados para tratar as infecções, mas o tratamento completo é em longo prazo. Nas formas mais brandas (paucibacilar) demora em torno de seis meses, já nas formas mais graves (multibacilar) o tempo é de um ano ou mais.
Há alguns medicamentos específicos e combinações que são prescritas pelo médico. Alguns não podem ser tomados por grávidas, por isso avise o médico em caso de gravidez.
É fundamental seguir o tratamento, pois é eficaz e permite a cura da doença, caso não seja interrompido. A primeira dose do medicamento já garante que a hanseníase não será transmitida.

PREVENÇÃO

A melhor forma de prevenir a doença é mantendo o sistema imunológico eficiente. Ter boa alimentação, praticar atividade física, manter condições aceitáveis de higiene também ajudam a manter a doença longe, pois, caso haja contato com a bactéria, logo o organismo irá combatê-la.
Outra dica importante é convencer os familiares e pessoas próximas a um doente a procurarem uma Unidade Básica de Saúde para avaliação, quando for diagnosticado um caso de hanseníase na família. Dessa forma, a doença não será transmitida nem pela família nem pelos parentes próximos e amigos.
Fonte: http://www.sbd.org.br/doencas/hanseniase/

Queridos leitores, a Hanseníase Lepramatosa são lesões nodulares, doença que acomete os nervos simetricamente.
Há a presença de BAAR abundantes, Bacteremia Contínua.
O Teste Cutâneo é Negativo, a evolução é malígna e progressiva.

A Hanseníase Tuberculóide evolui para a benignidade, não é progressiva.
As lesões cutâneas são maculares, há a presença de BAAR em pequeno número.
Doença que acomete os nervos assimetricamente.
O Teste Cutâneo é Positivo.

Na Hanseníase Tuberculóide (HT), há predomínio de células T CD4+ no infiltrado inflamatório das lesões cutâneas, quando comparada com a forma wirchowiana.
Observa-se que o padrão de citocinas produzido pêlos línfócitos T e do tipo l (IL-2 e IFN-gama, ativadoras da imunidade celular) nas lesões tuberculóides, enquanto nas virchowianas é do tipo - (IL-4. IL-5 e IL-10. supressoras da imunidade celular).
Recentemente, o papel da IL-10 tem sido revisado
  1. citoquinas tipo 1 estimulam a ativação de receptores pedágio-símile (toll-like receptors), que participam da resposta inata imune aos microrganismos, localizados em monócitos e celulas dendríticas derivadas de monócitos
  2. citocinas tipo 2 - suprimem esses receptores na hanseníase. A frequência de monócitos e células dendríticas expressando receptores pedágio-sírnile, que reconhecem lipoproteínas triacetiladas microbiánas, é maior na HT do que na HV.   
    Os doentes com Hanseníase Virchowiana (HV) são imunologicamente tolerantes ao M. leprae, apresentando imunidade humoral elevada que não determina resistência.
    A incapacidade de desenvolver imunidade celular ao bacilo pode depender de fatores genéticos; observou-se que a suscetibilidade à hanseníase na população do Brasil está associada com marcadores:
    1. HLA-DQA,
    2. D17S1868
    3. D20S88915.
    O Mycobacterium leprae é um parasita intracelular obrigatório (uma bactéria), ou seja, necessita do ambiente intracelular de um organismo vivo para se reproduzir.
    Taxonomicamente, o Mycobacterium leprae M leprae) pertence à ordem ActinomyceIalis e familia Mycobaderiaceae. Apresenta-se sob a forma de bacilo reto u levemente encurvado, com extremidades arredondadas, medindo aproximadamente de 1 a 8 mm de comprimento e 3 min de diâmetro.
    0 M. leprae, ou bacilo de Hansen, é um parasita intracelular obrigatório, predominante em macrófagos onde podem ser observados formando aglomerados ou globias, em arranjos paralelos que lembram um maw de cigarro. A reprodução ocorre pelo processo de divisão binária, é gram-positivo  e fortemente álcool-ácido resistente quando submetido à coloração de Ziehl-Neelsen, na qual apresentam-se na maioria deles, corados de forma irregular ou granular Este aspecto foi observado por Hansen e posteriormente confirmado por outros pesquisadores.

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