01/04/2016 15h30
- Atualizado em
01/04/2016 19h52
Mutirão descarta 95 casos notificados de microcefalia em 116 exames em PE
Resultado dos primeiros testes deixou aliviado o secretário de Saúde.
Nesta sexta (1º), 14 casos foram confirmados e sete seguem em análise.
Um mutirão realizado pela Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES) começou a revelar, nesta sexta-feira (1º), uma mudança no quadro de acompanhamento dos casos suspeitos de microcefalia associada ao vírus da zika. Em cerca de nove horas de trabalho, na Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD), na área central do Recife, médicos avaliaram 116 bebês notificados com microcefalia. E concluíram que 95 deles não tinham a malformação cerebral, com o se acreditava antes. Dos 116 casos analisados, 14 foram confirmados com microcefalia e sete seguem em análise.
O resultado dos primeiros testes deixou aliviado o secretário de Saúde de Pernambuco,
Iran Costa. “Isso é bom para o estado e para as famílias. Esse mutirão
vai definir quem tem que cuidar e quem terá a suspeita afastada. Essa
indefinição causa muito sofrimento para as famílias. Com o mutirão,
tiramos esse estigma de cima [das famílias]”, afirmou.
Para Costa, cada passo é importante em um momento em que a doença ainda
é desconhecida. Ele lembra que Pernambuco tem um número alto de
notificações, porque começou a notificar antes dos outros estados.
“Na época, ainda incluíamos bebês com 33 centímetros de diâmetro
cefálico. O protocolo foi desenhado e com o passar do tempo as coisas
foram se estabilizando. É assim mesmo, depois vai estabilizando. Espero
que esse número [de descartes] ainda aumente bastante”, observou.
Equipe multidisciplinar realiza mutirão de exames para confirmar ou descartar casos notificados de microcefalia (Foto: Thays Estarque / G1)
MetodologiaOs exames estão sendo feitos por neuropediatras. Em quatro salas, eles submetem as crianças a testes clínicos e a ultra-sonografia. Os casos que precisaram de uma atenção maior seguem para tomografia e sorologia e de líquido céfalorraquidiano (LCR).
Nos casos descartados, os especialistas emitem laudos para atestar as boas condições do recém-nascido. Já os pacientes com malformação seguem para uma nova etapa dos exames. É preciso definir se a microcefalia tem origem infecciosa ou outra causa.
“Esse mutirão é para descobrir e aliviar essas mães”, afirmou Vanessa Van der Linden, neuropediatra da AACD , uma das primeiras médicas do Brasil a fazer a associação entre os problemas nas crianças e o vírus da zika.
Na primeira etapa do mutirão, os médicos avaliarão crianças de 72 municípios da Região Metropolitana do Recife, Zona da Mata e Agreste do estado. Ao todo, serão seis dias de exames.
De acordo com o calendário, haverá mais atividades na AACD, no próximo dia 8, no Recife. Em seguida, as equipes seguem para Caruaru, no Agreste, e Petrolina, no Sertão. Serão dois dias em cada cidade. A previsão é que esses locais sejam visitados a partir da segunda quinzena deste mês.
No total, 50 profissionais participam da ação, entre neuropediatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas. "Vamos priorizar essas crianças que estão sob a investigação. Com o diagnóstico preciso, poderemos começar o mais rápido possível a reabilitação delas", ponderou a secretária executiva de atenção à Saúde, Cristina Mota.
Fonte: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2016/04/saude-descarta-35-suspeitas-de-microcefalia-em-sete-horas-em-pe.html
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