01/04/2016 11h54
- Atualizado em
01/04/2016 18h01
Ribeirão tem 24,4 mil casos de dengue e registra maior epidemia da história
Em março, Secretaria de Saúde confirmou 4.344 casos da doença.
Duas mortes por H1N1 foram registradas no mês passado.
O secretário de Saúde, Stênio Miranda, em coletiva sobre os números da dengue (Foto: Reprodução/EPTV)
Dados da Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto (SP) divulgados nesta sexta-feira (1º) mostram que 24.476 casos de dengue foram registrados de janeiro a 15 de março deste ano na cidade. Segundo o secretário Stênio Miranda, esta é considerada a maior epidemia da doença no município. O recorde havia ocorrido em 2011, quando 23.384 ficaram doentes no ano todo."Ribeirão Preto registrou números de casos que nunca tínhamos registrado anteriormente. De casos suspeitos, já temos quase 50 mil só este ano. Vamos chegar aos 60 mil até o fim de abril", afirmou.
Em março, Ribeirão Preto registrou 4.344 casos da doença, crescimento de 788% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com o secretário, os dados referentes aos meses de janeiro e fevereiro também foram atualizados, uma vez que muitas confirmações ocorreram após o fechamento de cada mês -- janeiro foi fechado com 8.494 casos e fevereiro com 11.638 casos.
Apesar de ter havido queda nos casos registrados no mês passado em relação aos anteriores, os números da doença ainda são considerados altos, segundo Miranda. Os levantamentos divulgados nesta sexta-feira mostraram 2.879 suspeitas apenas no período de 13 a 19 de março, cerca de 400 por dia.
H1N1 preocupa Ribeirão
Outra situação que preocupa a Secretaria de Saúde é a ocorrência do vírus H1N1, que passou a ser notada em fevereiro na cidade. Segundo especialistas, os surtos ocorrem geralmente entre maio e julho, com mais incidência nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, consideradas mais frias.
Em março, Ribeirão Preto registrou duas mortes pela doença e outros quatro casos foram confirmados entre 58 suspeitos.
Apesar da circulação antecipada do vírus, o secretário afirma que a cidade não vive um surto e que o cenário é menos preocupante, diante da proximidade da vacinação para o H1N1 prevista para abril, e da disponibilidade de um medicamento para evitar complicações.
Além disso, Miranda disse que há um grande número de pessoas imunizadas desde 2015.
"No ano passado, alcançamos 80% das pessoas consideradas do grupo de risco e isso significa que temos um grande número de pessoas imunizadas. Isso cria uma barreira impeditiva da circulação do vírus no município", afirmou.
A orientação da secretaria é que crianças de até 5 anos, idosos, gestantes, obesos e profissionais da saúde, não vacinados no ano passado, procurem os postos de saúde para tomar a injeção. Após 30 dias, eles deverão receber a dose referente a este ano para que haja eficácia na imunização.
Zika vírus
Os números da zika mostraram uma ligeira queda em relação a fevereiro deste ano. Em março foram registrados 2.091 casos suspeitos da doença, enquanto em março o total foi de 1.710 notificações. Nenhum caso de bebês nascidos com microcefalia foi registrado até o momento.
Entre gestantes, houve 216 notificações, sendo dois casos confirmados por exame laboratorial.
No entanto, a expectativa do município é de alta nos registros. Segundo o secretário, o provável é que se confirme um paciente com zika para cada pessoa com dengue em Ribeirão.
"Muitos médicos diagnosticaram como dengue casos que, na realidade, eram zika. Não por incapacidade ou insuficiência técnica, mas são doenças muito semelhantes e não há exame diferencial que possa definir o prognóstico final", disse.
Chikungunya
No mês passado, um caso de chikungunya foi confirmado e seis suspeitas foram registradas. Ao todo, Ribeirão Preto já tem este ano cinco pessoas com a doença, das quais uma em fevereiro e três em janeiro - destas, dois casos foram contraídos fora do Estado, segundo a secretaria.
Para Miranda, os dados alertam sobre a necessidade de combater os criadouros do mosquito Aedes aegypti.
"Os casos confirmados significam que o vírus chikungunya já está circulando entre nós, o que reforça a necessidade do aumento de controle do mosquito".
Polo Dengue fechará à noite
Além de divulgar os números, o secretário anunciou nesta sexta-feira que o Polo Dengue - criado para atender exclusivamente pacientes com suspeita do vírus 24 horas por dia - não funcionária mais depois das 22h.
Miranda justificou que, após esse horário, o local fica ocioso. A partir de segunda-feira (4), a unidade estará aberta ao público apenas das 7h às 22h.
A equipe médica que atuava fora desse expediente será distribuída para outras unidades da rede pública sobrecarregadas no pronto-atendimento.
"Ainda temos muitas pessoas com dengue e com zika. Até o final de abril, pelo menos, o Polo deve continuar funcionando", afirmou.
Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/04/ribeirao-tem-244-mil-casos-de-dengue-e-registra-maior-epidemia-da-historia.html
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