15/04/2016 07h17
- Atualizado em
15/04/2016 07h36
Granja de Itirapina produz 52 milhões de ovos para a vacina contra o H1N1
Antes de chegar aos postos de saúde, dose passa por longa produção.
Galinhas têm tratamento especial e botam em média 268 mil ovos por dia.
A produção da vacina contra a gripe H1N1 passa por um complexo processo que começa em uma granja de Itirapina (SP). Lá, um exército de galinhas coloca 52 milhões de ovos, cerca de 268 mil por dia, que servem como ponto de partida para o desenvolvimento das doses no Instituto Butantan, em São Paulo.
Quando nascem, as aves vão para uma granja, onde recebem cuidados específicos. Ao atingirem 17 semanas, são levadas para Itirapina. As cerca de 150 mil aves recebem cuidados rigorosos. Passam por exames de saúde, como coleta de sangue e fezes, a cada 15 dias e têm alimentação com ração de origem vegetal.A estrutura da granja também é adaptada com telha isotérmica. A temperatura e a umidade são controladas, tudo para manter o ambiente em um clima fresco. Para ter acesso ao local, é preciso passar por um processo de higienização. São pelo menos dois banhos e todo material deve ser desinfectado para não contaminar as aves.
Ovos
Dos ovos podem ser feitos vários tipos de vacina, mas hoje toda a produção é voltada para o H1N1. Assim que galinha bota, os ovos vão para uma esteira e depois para uma sala onde são selecionados.
O produto vai para uma máquina e a operadora só coloca a mão nos ovos que tiveram algum tipo de problema, como os trincados, por exemplo. Depois, os ovos que estão em boas condições vão para a câmara de desinfecção.
Ovos precisam ter embriões vivos para produção
da vacina contra o H1N1 (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
da vacina contra o H1N1 (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
A próxima etapa é a incubadora mecânica, que faz o trabalho da galinha. A máquina choca os ovos para que os embriões cresçam. Eles ficam ali por dez dias e somente então são analisados em outra cabine, onde é usada uma luz especial que permite enxergar dentro do ovo.
Embriões vivos
Para produzir a vacina, só servem os ovos que tiverem embriões vivos. “É importante porque ele vai reagir com o vírus inoculado para gerar o produto final que é a vacina”, explicou a veterinária Nayara Magnusson.
A equipe da EPTV pôde acompanhar todo o processo porque os ovos selecionados já foram enviados para o instituto. Agora, aves que ficaram em Itirapina serão retiradas do local para que a granja seja desinfectada.
Em julho, todo o processo recomeça para a produção dos ovos que vão ser usados para a campanha de vacinação do ano que vem. “É gratificante poder colaborar e saber que a partir daqui é que vai dar sequência ao produto final que é a vacina. A responsabilidade é grande”, afirmou a veterinária.
Galinhas recebem cuidado especial para produção de ovos em Itirapina (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
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