14/09/2016 07h14
- Atualizado em
14/09/2016 07h20
Pesquisadores da USP trabalham em aplicativo contra o Aedes aegypti
Equipe do ICMC em São Carlos vai receber 500 mil dólares para pesquisa.
Armadilha identifica mosquito da dengue, chikungunya e do vírus da zika.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos
trabalham no desenvolvimento de um aplicativo para monitorar o Aedes
aegypti. A tecnologia vai operar junto a uma armadilha que ajuda a
mapear o mosquito fêmea, transmissor da dengue, chikungunya e do vírus
da zika. O projeto é o único brasileiro a receber uma bolsa do governo
norte-americano de 500 mil dólares (cerca de R$ 1,6 milhão) para
pesquisas no combate às doenças.O objetivo é que em breve a armadilha esteja pronta para venda. O mais importante é que as pessoas percebam que o mosquito está por perto. “A gente está em uma fase de redução da verba de pesquisa por causa da crise econômica. Ter uma verba que vem de fora é uma forma diferente de angariar fundos para continuarmos”, disse o pesquisador do ICMC Gustavo Batista.
App vai ajudar moradores a monitorar mosquito
transmissor no ambiente (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
transmissor no ambiente (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
Batista criou um sensor que identifica o mosquito pelo barulho que ele faz.
“Isto está mais ou menos relacionado com o número de asas que ele tem, o formato, o tamanho do corpo. Um inseto muito grande como a borboleta tende a bater asas bem devagar. Já um mosquito bate asas 600 vezes por segundo. Então, como diferentes insetos têm diferentes frequências, a gente acaba fazendo reconhecimento por essa informação”, explicou.
O Aedes aegypti bate as asas muito mais rápido que outros mosquitos e quando passa pela luz de laser da armadilha inteligente, o barulhinho fica registrado e ainda é possível saber se o mosquito é macho ou fêmea e quantos entraram. Depois é preciso transformar tudo isso em dados, explicou o doutorando André Gustavo Maletzke. “Ele consegue identificar qual a espécie e gênero do inseto. A ideia é conseguir contabilizar isso de modo que essa informação possa depois ser repassada para o usuário”, explicou.
Mapeamento do mosquito
Com o aplicativo, os pesquisadores querem chamar a atenção para que os moradores, ao saberem da presença do mosquito, tomem medidas para fazer o controle. O sistema permite que se faça um comparativo da quantidade de mosquitos capturada de cada espécie no ambiente ao longo do tempo.
Sensor criado pelo pesquisador identifica mosquito
pelo barulho que ele faz (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
pelo barulho que ele faz (Foto: Wilson Aiello/EPTV)
"É importante que as pessoas saibam que o mosquito voa pouco. Então se
ele está presente dentro da casa ele provavelmente nasceu lá dentro. A
gente vai utilizar o aplicativo móvel por celular, a armadilha vai
informar às pessoas sobre a quantidade de mosquitos que estão presentes e
vai instruir como fazer o controle de forma correta", disse.
Segundo Batista, a armadilha não é cara, já que os equipamentos eletrônicos usados são simples e fáceis de achar. A expectativa é que entre um a dois anos já exista um protótipo que possa ser inserido no mercado.
Segundo Batista, a armadilha não é cara, já que os equipamentos eletrônicos usados são simples e fáceis de achar. A expectativa é que entre um a dois anos já exista um protótipo que possa ser inserido no mercado.
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