Juízes de futebol são banidos pelo Estado Islâmico por seguirem a Fifa acima das leis islâmicas
Grupo terrorista aceita o esporte mas reformula regras de acordo com sua interpretação da lei islâmica
O futebol pode ser o esporte das multidões, mas o EI (Estado Islâmico),
adepto deste esporte, quer, antes da Fifa e da International Board,
fazer da prática o esporte do terror, mudando as regras do jogo.
O grupo radical está banindo os árbitros nos territórios que conquistou
na Síria, já que eles obedecem as regras da Fifa, o que para os
militantes é uma violação dos mandamentos de Alá, da Sharia, leis
islâmicas baseadas no Alcorão, e da Sunnah, outra importante legislação
islâmica.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado no Reino Unido,
afirmou que já havia sido elaborada uma lista de novas regras para
jogadores machucados, seguindo as diretrizes da Sharia.
As regras internacionais do futebol, segundo observadores, foram
abolidas na região de Deir ez-Zor, tomada pelos combatentes do EI. A
ideologia extremista, aprovada em tribunais do grupo, já está permitindo
a retribuição "na mesma moeda" para os que machucam adversários em
divididas.
É a velha lei "pão, pão, queijo, queijo", do milenar Código de Hamurabi.
Um sistema de "Qisas" (retribuição justa, segundo a Sharia) para
futebolistas lesionados também foi trazido, na base do sistema de
justiça retributiva, baseada na compensação ou vingança.
Será a inclusão das atrocidades no futebol local. As penas, portanto,
não serão suspensões, cartões amarelos ou vermelhos. Nem provocarão
polêmicas em debates esportivos.
Os punidos por quaisquer infrações alegadas pelo grupo terão penas como
flagelação, fuzilamento, decapitação e queimaduras fatais.
Além do futebol, o grupo está furioso em relação a hábitos do mundo
moderno e busca punir severamente o fumo, o uso de antenas parabólicas, a
dança, o contato com TVs estrangeiras e o acesso à Internet privada.
A proibição mortífera no futebol, porém, está próxima de ter um fim, já
que o EI busca com dificuldades manter o controle da cidade de Deir
ez-Zor em meio a uma ofensiva das forças leais ao presidente Bashar
al-Assad.
Uma série de derrotas significativas se abateu sobre o grupo, que vem
perdendo territórios em toda a Síria e no Iraque, tendo sofrido uma
importante baixa com a morte de Abu Muhammad al-Adnani (foto), chefe de
propaganda do grupo, morto na terça-feira (30) em ataques dos EUA ou de
frentes contrárias ao EI.
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