Edição do dia 25/09/2015
25/09/2015 23h24
- Atualizado em
25/09/2015 23h54
Ex-viciado ajuda médico nas ruas como forma de agradecimento
Há seis anos, Estêvão foi paciente de Dr. Sandro, que atende moradores de rua todos os domingos em praça de Sorocaba. Hoje, ele distribui sopa no local.
Precisamos de mais exemplos como esse de Médicos no Brasil. Menos glamour e mais Sandros, mais humanidade.
Sandro é médico em Sorocaba, interior de São Paulo.
Sandro Dini, médico: Você poder aliviar o sofrimento
de uma pessoa, isso, pra mim é fabuloso, você poder escutar de uma
pessoa que ela não está sentindo mais dor. Porque, quando a pessoa sente
dor, ela esquece do mundo, ela esquece de tudo.
Globo Repórter: Você é apaixonado pela tua profissão?
Sandro Dini: Doido, maluco. Eu sou extremamente apaixonado pela medicina, pelo ser humano. A medicina foi só uma ferramenta. Talvez não seja somente a medicina, seja querer ajudar. De alguma maneira, a medicina apareceu na minha vida, e se fosse engenharia também ajudava, com o direito também ajudava, mas a medicina foi a que mais se encaixou comigo.
No domingo, a Praça da Matriz se transforma. O vai e vem diminui, e as pessoas, que durante a semana passam despercebidas no meio da multidão, esperam para receber atenção. E é em frente à praça, debaixo de uma marquise, que o médico monta o consultório. Todo domingo o doutor Sandro bate ponto ali. Já faz cinco anos, e ele nunca falhou.
“É o maior consultório do mundo! Não tem parede, e quem quiser chega e é atendido. Lá, eu trato de tudo”, conta Sandro Dini.
Os moradores de rua fazem fila.
“Eu dou nota mil. Ele que é o milagre da gente. É um disse de pessoa”, diz uma paciente.
E Estêvão sempre aparece para ajudar. Ele conheceu o doutor Sandro na praça. Durante a semana, Estêvão trabalha no zoológico da cidade e ainda estuda psicologia. Ele também recebeu carinho e atenção no consultório da praça. Ele já foi paciente do doutor Sandro. Era viciado em crack. Morou na rua por oito anos. Há seis, mudou de vida.
Estêvão Santos da Silva, tratador de animais: Graças a Deus estou estabilizado, estou casado, trabalho, estudo, faço faculdade. Acho que minha vida deu uma guinada.
Globo Repórter: Está feliz?
Estêvão Santos da Silva: Muito feliz. Grato. Muito grato por isso.
Globo Repórter: Qual o segredo? Qual a palavra que você acha que motivou essa transformação na sua vida?
Estêvão Santos da Silva: A esperança. O exemplo.
Globo Repórter: De quem?
Estêvão Santos da Silva: Do Sandro, das pessoas, dos voluntários.
Globo Repórter: Voltar pra rua não passa mais pela sua cabeça?
Estêvão Santos da Silva: Só se for pra tirar alguém de lá! Mas voltar pra lá, não. Não cabe mais na minha vida isso.
Há quatro anos, o Estêvão e Cínthia, mulher dele, começaram a distribuir sopa na mesma praça toda quinta-feira.
“A maior alegria do morador de rua é você chamar ele pelo nome dele. Foi assim comigo. A pessoa me chamou, ‘Oi, Estêvão’. Nossa, eu existo. Porque quando a gente está na rua a gente começa a ser invisível, a gente passa a acreditar que a gente não existe mais”, contou Estêvão.
Globo Repórter: Qual é a diferença de atender no seu consultório particular e atender no meio da praça?
Sandro Dini: Nenhuma. Atendo da mesma maneira. O mesmo carinho, obviamente os recursos são diferentes. Mas o carinho, o falar com a pessoa é idêntico. É idêntico. Isso não muda.
E carinho cura. É o principal remédio que o doutor Sandro oferece.
Fonte: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2015/09/ex-viciado-ajuda-medico-nas-ruas-como-forma-de-agradecimento.html
Globo Repórter: Você é apaixonado pela tua profissão?
Sandro Dini: Doido, maluco. Eu sou extremamente apaixonado pela medicina, pelo ser humano. A medicina foi só uma ferramenta. Talvez não seja somente a medicina, seja querer ajudar. De alguma maneira, a medicina apareceu na minha vida, e se fosse engenharia também ajudava, com o direito também ajudava, mas a medicina foi a que mais se encaixou comigo.
No domingo, a Praça da Matriz se transforma. O vai e vem diminui, e as pessoas, que durante a semana passam despercebidas no meio da multidão, esperam para receber atenção. E é em frente à praça, debaixo de uma marquise, que o médico monta o consultório. Todo domingo o doutor Sandro bate ponto ali. Já faz cinco anos, e ele nunca falhou.
“É o maior consultório do mundo! Não tem parede, e quem quiser chega e é atendido. Lá, eu trato de tudo”, conta Sandro Dini.
Os moradores de rua fazem fila.
“Eu dou nota mil. Ele que é o milagre da gente. É um disse de pessoa”, diz uma paciente.
E Estêvão sempre aparece para ajudar. Ele conheceu o doutor Sandro na praça. Durante a semana, Estêvão trabalha no zoológico da cidade e ainda estuda psicologia. Ele também recebeu carinho e atenção no consultório da praça. Ele já foi paciente do doutor Sandro. Era viciado em crack. Morou na rua por oito anos. Há seis, mudou de vida.
Estêvão Santos da Silva, tratador de animais: Graças a Deus estou estabilizado, estou casado, trabalho, estudo, faço faculdade. Acho que minha vida deu uma guinada.
Globo Repórter: Está feliz?
Estêvão Santos da Silva: Muito feliz. Grato. Muito grato por isso.
Globo Repórter: Qual o segredo? Qual a palavra que você acha que motivou essa transformação na sua vida?
Estêvão Santos da Silva: A esperança. O exemplo.
Globo Repórter: De quem?
Estêvão Santos da Silva: Do Sandro, das pessoas, dos voluntários.
Globo Repórter: Voltar pra rua não passa mais pela sua cabeça?
Estêvão Santos da Silva: Só se for pra tirar alguém de lá! Mas voltar pra lá, não. Não cabe mais na minha vida isso.
Há quatro anos, o Estêvão e Cínthia, mulher dele, começaram a distribuir sopa na mesma praça toda quinta-feira.
“A maior alegria do morador de rua é você chamar ele pelo nome dele. Foi assim comigo. A pessoa me chamou, ‘Oi, Estêvão’. Nossa, eu existo. Porque quando a gente está na rua a gente começa a ser invisível, a gente passa a acreditar que a gente não existe mais”, contou Estêvão.
Globo Repórter: Qual é a diferença de atender no seu consultório particular e atender no meio da praça?
Sandro Dini: Nenhuma. Atendo da mesma maneira. O mesmo carinho, obviamente os recursos são diferentes. Mas o carinho, o falar com a pessoa é idêntico. É idêntico. Isso não muda.
E carinho cura. É o principal remédio que o doutor Sandro oferece.
Fonte: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2015/09/ex-viciado-ajuda-medico-nas-ruas-como-forma-de-agradecimento.html
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