16/7/2016 às 08h25 (Atualizado em 16/7/2016 às 08h35)
Governo turco diz que retomou controle do país e apoiadores saem às ruas para comemorar
Na noite de sexta-feira, militares tentaram dar um golpe de Estado no país
A tentativa de golpe militar na Turquia que aconteceu nesta sexta-feira
(15) deixou pelo menos 194 mortos, sendo 104 militares rebeldes e 90
membros das forças de combate leais ao governo, e mais de mil feridos.
Acima, um policial checa o estado de um militar agredido durante a confusão.
Acima, um policial checa o estado de um militar agredido durante a confusão.
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, 2.839
militares rebeldes foram presos e outros oito militares, que podem ter
participado da tentativa de golpe, desembarcaram de um helicóptero na
Grécia neste sábado (16) e pediram asilo ao país.
Na manhã deste sábado (16), muitos apoiadores do governo saíram às ruas para comemorar o fracasso do golpe militar.
Hoje também surgiram imagens do Parlamento em Ancara, que teve algumas salas destruídas.
Golpe
Na noite de sexta, o Estado-Maior do Exército da Turquia anunciou que tomou o controle do país, em um golpe contra o primeiro-ministro Binali Yildirim e o presidente Recep Tayyip Erdogan.
Na noite de sexta, o Estado-Maior do Exército da Turquia anunciou que tomou o controle do país, em um golpe contra o primeiro-ministro Binali Yildirim e o presidente Recep Tayyip Erdogan.
"Para recuperar nossos direitos humanos, constitucionais e democráticos,
estamos oficialmente assumindo o controle do país", dizia uma
declaração da ala das Forças Armadas responsável pela revolta, que
mantém o antigo chefe do Estado-Maior como refém.
Os militares fecharam as duas pontes sobre o estreito de Bósforo, em
Istambul, no sentido Ásia-Europa - no caminho inverso, o tráfego seguiu
fluindo.
Em meio aos conflito entre populares e militares, um homem deitou em
frente a um tanque do exército local, no aeroporto Ataturk, em Istambul.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, aacusou o movimento Gülen,
liderado pelo clérigo exilado nos Estados Unidos Fethullah Gülen, de
estar por trás da revolta.
Gülen lidera uma ampla organização que se diz laica, mas prega uma
vertente moderada do Islamismo. Considerado um dos muçulmanos mais
influentes no mundo, o clérigo era aliado do presidente, mas rompeu com
ele em 2013 após o governo ter fechado instituições de ensino gülenistas.
Acima, a população certa tanque em Ancara, capital da Turquia.
Militares turcos discutem com manifestantes na Praça Taksim,
em Istambul.
A população foi às ruas para protestar.
Nas ruas de Ancara, capital do país, um veículo foi capotado.
A Turquia convive com a ameaça do terrorismo do Estado Islâmico e de
grupos separatistas curdos. O partido AKP, fundado por Erdogan, é
acusado de interferir na justiça para abafar casos de corrupção e de
censurar a imprensa. Para isso, fechou jornais opositores e afastou
juízes tidos como "adversários".
Erdogan foi primeiro-ministro até 2014, mas no fim de seu mandato foi
eleito presidente, mantendo o poder em suas mãos, apesar de a Turquia
ser parlamentarista.
Nos últimos meses, vinha tentando emplacar uma mudança para o regime presidencialista, o que lhe daria ainda mais força.
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