29/06/2016 11h37
- Atualizado em
29/06/2016 12h30
Empresas tiram 14.893 toneladas de sódio de alimentos desde 2011
Quantidade equivale a 3.723 caminhões carregados com 10 t de sal.
Em 2017, Saúde anuncia corte de sal de requeijão, linguiça e empanados.
O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (29) que 14.893 toneladas de sódio foram retirados de alimentos brasileiros desde 2011. A redução se deve a acordos firmados entre a pasta e a representantes da indústria alimentícia nacional.
De acordo com a pasta, a quantidade de sódio equivale a 3.723 caminhões carregados com 10 toneladas de sal. Se colocados um atrás do outro, isso formaria uma fila de 52 quilômetros. O sódio é um conservante encontrado no sal de cozinha e na maioria dos alimentos processados e é prejudicial à saúde, se consumido em excesso.Segundo o ministério, nesta etapa do acordo entre o governo e as empresas foram analisados o teor de sal em 202 produtos, como margarinas, cereais matinais, caldos e temperos, de 22 empresas. Esses setores conseguiram tirar 7.241 toneladas da substância de seus produtos.
De acordo com a pasta, 5,5% dos produtos monitorados mostravam no rótulo quantidade maior de sódio do que de fato continham. As empresas foram notificadas e se ajustaram, disse o ministério.
Os resultados desta etapa se juntam aos das anteriores. Na segunda fase, 5.793 toneladas do sódio foram tiradas de batatas fritas e salgadinhos. Na primeira, foram 1.859 toneladas de alimentos como massas instantâneas e pães de forma.
Em 2017, o ministério deve anunciar a quantidade de sal retirada de alimentos do tipo requeijão, linguiça, empanados e hambúrgueres. A meta é retirar 28.562 toneladas de sódio da cesta de produtos vendidos no Brasil.
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante entrevista nesta quarta-feira (29) em Brasília (Foto: Gabriel Luiz/G1)
O consumo médio do brasileiro é de 12 g de sódio por dia, enquanto a orientação da Organização Mundial de Saúde é de apena 5 g por dia. O sal, em quantidades maiores do que a recomendada, aumenta a pressão arterial, podendo alterar o ritmo cardíaco. Com o desequilíbrio, a pessoa corre mais riscos de sofrer infarto e problemas circulatórios.
De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde feita com 54 mil entrevistados por telefone, 24,9% da população brasileira sofria de hipertensão. Há dez anos, o percentual era de 24,9%. O número é considerado alto pelo ministério, enquanto só 14,9% da população consideram que consomem sal em excesso.
“Temos que ter cuidado especificamente com o sal e o açúcar adicionado em casa”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros. De acordo com o ministério, 75% do sal consumido é adicionado pelo indivíduo. Em relação ao açúcar, o número é de 66%.
O ministro Ricardo Barros também adiantou que o governo pretende, assim como o sal, reduzir o nível de açúcar dos alimentos brasileiros. No entanto, ele não deu previsão para quando um acordo com as empresas alimentícias pode chegar a ser firmado. As análises do teor de açúcar dos alimentos deve começar em 2017.
“Eu sei que vocês da indústria têm que desenvolver técnicas para substituir o sal e o açúcar. Não é só adicionar. Eles têm um efeito também na composição e no sabor dos alimentos. É preciso de uma tecnologia para que seja substituído. Não é simples, não é uma coisa elementar para a indústria reduzir sal e açúcar sem perder o sabor, o paladar do consumidor”, declarou o ministro, ao afirmar que a Agência de Vigilância Sanitária monitora a qualidade dos alimentos e das substâncias inseridas nos produtos.
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