‘Pâncreas artificial’ deve estar disponível até 2018
Equipamento monitora glicemia e injeta insulina automaticamente, pondo fim às injeções
por O GLOBO

Novas tecnologias vão substituir os monitores glicêmicos e as injeções diárias de insulina
- Joerg Sarbach / AP
Atualmente, as tecnologias disponíveis permitem que bombas de insulina façam injeções nos pacientes após a leitura dos monitores glicêmicos, mas os dois componentes não são conectados. De acordo com os autores do experimento, Roman Hovorka e Hood Thabit, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, é a união desses dois dispositivos que fecham o circuito e formam o “pâncreas artificial”.
“Em testes até o momento, os pacientes fizeram avaliação positiva sobre como o uso do ‘pâncreas artificial’ permite um descanso do controle do diabetes, já que o sistema gerencia os níveis de açúcares no sangue de forma efetiva, sem a necessidade de monitoramento constante”, afirmam os autores.
A maior dificuldade encontrada pelos pesquisadores é a variação da necessidade de insulina pelos pacientes, que depende de uma gama de variáveis, como a dieta e os níveis de atividade física. Outro problema é a velocidade de ação da insulina, que não alcança o seu pico antes de 0,5 a 2 horas após a injeção, com o efeito durando entre 3 e 5 horas, o que torna difícil o monitoramento preciso das necessidades imediatas do medicamento.
Existem alternativas para o tratamento do diabetes tipo 1, como o transplante de pâncreas e e células-beta, responsáveis pela produção de insulina. Entretanto, o primeiro procedimento envolve cirurgia e ambos necessitam do uso de drogas imunossupressoras para evitar a rejeição. Dessa forma, o “pâncreas artificial” se coloca como uma solução com menos riscos. Inúmeros testes clínicos estão em andamento, e muitos demonstraram controle glicêmico tão bom ou melhor que o feito com as tecnologias atuais.
“Testes clínicos prolongados, com 6 a 24 meses, e estudos piloto estão em andamento ou em preparação para adultos e crianças. E como esses aparelhos podem ser vulneráveis a ameaças cibernéticas como interferências com protocolos wireless e acesso não autorizado aos dados, a implementação de protocolo de comunicação seguro é essencial”, dizem os pesquisadores.
Já existe um equipamento em análise pela FDA, agência americana responsável pela liberação de medicamentos e alimentos, com aprovação prevista para o início do ano que vem. Um estudo recente do Instituto Nacional de Pesquisas em Saúde do Reino Unido informou que sistemas automáticos devem aparecer no mercado europeu até o fim de 2018.
“Este cronograma será dependente das aprovações regulatórias e da garantia de que a infraestrutura e apoio estarão prontos para os profissionais de saúde”, dizem os pesquisadores. “Dados os desafios para o transplantes de células-beta, essas tecnologias estão, com a inovação contínua, destinadas a fornecer alternativa viável às atuais terapias com bombas de insulina ou de múltiplas injeções diárias”.
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