18/08/2016 13h00
- Atualizado em
18/08/2016 13h02
Zika afeta células-tronco de cérebro de camundongo adulto, diz estudo
Cientistas continuarão pesquisa para investigar efeito em humanos.
Estudo foi publicado na revista 'Cell Stem Cell'.
Imagem feita com crioscopia eletrônica do vírus da zika (Foto: Universidade Purdue/Divulgação)
A infecção causada pelo vírus da zika afeta células-tronco neurais de
camundongos adultos, segundo estudo publicado nesta quinta-feira (18) na
revista “Cell Stem Cell”. Os pesquisadores ainda devem analisar se o
efeito tem consequências a médio e longo prazo para a saúde dos
roedores.
Cientistas da Universidade Rockefeller e do La Jolla Institute for
Allergy and Immunology dizem que os adultos têm pequenas populações
dessas células afetadas em comparação com um embrião em desenvolvimento.
No caso da zika, a maioria dos seres humanos não apresenta sintomas
quando infectados, além de uma febre ou erupções na pele.
"Nós nos perguntamos se o vírus da zika teria mais efeito nos neurônios
recém-gerados do que em quaisquer outras partes do cérebro adulto",
disse Joseph Gleeson, um dos médicos que estudam distúrbios cerebrais na
Universidade Rockefeller. "Descobrimos que há algo especial nessas
células precursoras que permite que o vírus consiga entrar e afetar
dramaticamente a sua proliferação."
Gleeson trabalhou em conjunto com Sujan Shresta, que estuda doenças
infecciosas no La Jolla Institute for Allergy and Immunology. Ela já
havia feito pesquisas de dengue com camundongos.
O laboratório de Shresta criou camundongos com imunidade debilitada.
Eles injetaram, então, uma versão do vírus da zika na corrente
sanguínea. Três dias mais tarde, os cérebros dos camundongos foram
analisados. Os investigadores observaram que partículas virais se
concentraram em torno das células-tronco - houve uma redução de 4 a 10
vezes na reprodução dessas células.
"Ainda não sabemos o que isso significa em termos de doenças humanas,
ou se comportamentos cognitivos de um indivíduo podem ser afetados após a
infecção", disse Shresta. Os pesquisadores continuarão os estudos para
apontar os efeitos na saúde dos camundongos e nas células-tronco de
seres humanos.
Nenhum comentário :
Postar um comentário