quarta-feira, 26 de outubro de 2016

26/10/2016 15h52 - Atualizado em 26/10/2016 15h53

Fiocruz expandirá uso de Aedes com bactéria para combater dengue e zika

Soltura de mosquitos impactará 2,5 milhões de pessoas no Rio e Niterói.
Projeto é parte de iniciativa internacional liderada por universidade australiana.

Fiocruz vai soltar Aedes aegypti com bactéria que impede que mosquito transmita dengue (Foto: Gutemberg Brito/Fiocruz/Divulgação) 

Fiocruz vai expandir a soltura de mosquitos Aedes aegypti com bactéria que impede transmissão de dengue, zika e chikungunya (Foto: Gutemberg Brito/Fiocruz/Divulgação)

O uso de mosquitos com bactéria Wolbachia para combater a transmissão de dengue, zika e chikungunya deve ser expandido no Brasil e também na Colômbia. Em um prazo de três anos, a liberação de mosquitos que contêm a bactéria deve se estender para uma área da cidade do Rio de Janeiro e de Niterói onde vivem cerca de 2,5 milhões de pessoas. O início das liberações deve ocorrer em 2017.

A bactéria Wolbachia, que é inofensiva aos humanos, impede os mosquitos de transmitirem os vírus.

A iniciativa faz parte de um projeto internacional chamado “Eliminate Dengue: Our Chalange” (ou Eliminar a Dengue: Nosso Desafio), liderado pela Universidade de Monash, na Austrália, e trazido para o Brasil pelo pesquisador Luciano Moreira, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A instituição já liberou mosquitos com a bactéria em duas regiões em projetos piloto desenvolvidos entre agosto de 2015 e janeiro de 2016: em Tubiacanga, na Ilha do Governador, na cidade do Rio, e em Jurujuba, em Niterói. Os bairros do Rio de Janeiro e Niterói que serão contemplados pela expansão do projeto ainda estão sendo definidos. Já na Colômbia, a liberação dos mosquitos será feita no estado de Antioquia.

Os resultados dos projetos piloto mostram que a Wolbachia está presente em mais de 80% dos mosquitos Aedes aegypti encontrados nos dois bairros onde a pesquisa foi feita. Outra conclusão foi que a fêmea com a bactéria transmite naturalmente a Wolbachia para os filhotes. Além disso, se a fêmea não tem a bactéria, mas é fecundada por um macho com a Wolbachia, ela fica estéril: os ovos não viram novos mosquitos.

A expansão do projeto foi anunciada nesta quarta-feira (26) na Reunião Anual Grand Challenges, em Londres, iniciativa da Fundação Bill & Melinda Gates, uma das instituições que financia o projeto “Eliminate Dengue”, que está presente em cinco países: Austrália, Brasil, Colômbia, Vietnã e Indonésia. A Fundação Bill & Melinda Gates e a instituição global Welcome Trust financiarão US$ 18 milhões do projeto, segundo a Reuters.
No Brasil, a iniciativa tem financiamento da Fiocruz, do Ministério da Saúde, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e do CNPq.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/10/fiocruz-expandira-uso-de-aedes-com-bacteria-para-combater-dengue-e-zika.html

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