27/10/2016 12h25
- Atualizado em
27/10/2016 20h06
Taxa de mortalidade infantil em SP cai 65% nos últimos 25 anos, diz governo
Taxa em 2015 foi de 10,7 mortes por mil crianças nascidas, menor índice.
São José do Rio Preto teve a menor taxa; a Baixada Santista, a maior.
O governo do estado de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (27) que a
taxa de mortalidade infantil caiu 65% nos últimos 25 anos, período de
gestão de governadores do PSDB e do PMDB. A queda da taxa é uma
tendência em todo o país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
O estudo realizado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
(Seade) aponta em 2015 foi atingido o menor nível de mortalidade já
registrado no estado. Em 2014 foram 11,4 óbitos por mil criancas
nascidas, enquanto em 2015 foram 10,7 mortes por mil crianças nascidas.
O índice considerado como aceitável pela Organização Mundial da Saúde
(OMS), no entanto, é de dez mortes para cada mil nascimentos.
A região de São José do Rio Preto apresentou o melhor índice no último
ano, com 8,4 óbitos por mil nascidos vivos, seguida por Ribeirão Preto,
com 8,6, Campinas e Sao João da Boa Vista, ambas com 9,1.
O maior índice foi verificado na Baixada Santista, com 14,6 óbitos, em
Sorocaba, com 11,7, e em Araçatuba, com 11,5. A Seade informou ainda que
dos 645 municípios paulistas, 178 não registraram mortalidade infantil.
O estudo também mostrou que as causas das mortes mudaram. No passado, a
mortalidade infantil era causada principalmente por doenças
infecciosas, transmitidas facilmente entre as pessoas. Hoje os óbitos
estão relacionados, principalmente, à gestação, no período compreendido
entre o sétimo mês de gestação e os primeiros dias de vida do
recém-nascido, que pode apresentar malformação congênita, que
ocorre quando o bebê nasce com problemas de desenvolvimento nos órgãos e
sistemas do organismo.
As malformações e doenças congênitas estão relacionadas,
principalmente, à gravidez indesejada associada ao uso abusivo de álcool
e drogas e a doenças infecciosas, como HIV, sífilis e Zika vírus.
O governador Geraldo Alckmin e o secretário de Saúde, David Uip,
explicaram os dados em visita ao Hospital Maternidade Leonor Mendes de
Barros, no Belenzinho, na Zona Leste da capital.
"Nós tínhamos a meta de atingir o número 10 nesse índice. Hoje estamos
em 10,7. Do ano passado para este ano caiu 6%. Se cair 6% no ano que
vem, a gente ainda não atinge um único digito. Precisa cair uns 8% para
chegar a 9,8 ou 9,9", reconheceu Alckmin. "O fato é que estamos em uma
curva de queda", continua.
Sobre o maior registro de mortes na Baixada Santista e o menor na
região de Rio Preto, o governador afirma que o fator econômico é
determinante. "É dinheiro. Onde tem dinheiro tem mais saúde, onde tem
pobreza tem menos. Não vamos melhorar saúde só com médico, hospital e
remédio. São políticas públicas para melhorar a qualidade de vida das
pessoas", explica.
Redução da mortalidade infantil no país
Em novembro de 2015, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) divulgou que o número de mortes de crianças até 5 anos caiu 90%
no Brasil de 1974 a 2014 e explicou que o processo de redução teve
inicio na década de 1940 devido a melhorias nas condições de vida, de
higiene pública, acesso e a medicamentos e aperfeiçoamento da medicina
preventiva.
A pesquisa ressaltou também a influência de outros fatores, como o
aumento da escolaridade feminina, a elevação do percentual de domicílios
com esgotamento sanitário, água potável e coleta de lixo, e maior
acesso da população aos serviços de saúde.
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