segunda-feira, 10 de agosto de 2015

9/8/2015 às 00h10

Veja os cuidados que devem ser tomados para evitar a compra de medicamentos falsos

Anvisa faz uma série de recomendações, para que o paciente adquira um remédio seguro e confiável
O comércio de medicamentos falsos tem gerado enormes prejuízos aos pacientes que, muitas vezes, por falta de esclarecimento, acabam obtendo medicamentos de origem duvidosaConheça o R7 Play e assista a todos os programas da Record na íntegra!
O comércio de medicamentos falsos tem gerado enormes prejuízos aos pacientes que, muitas vezes, por falta de esclarecimento, acabam obtendo medicamentos de origem duvidosa.
Em nota ao R7, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta que, para evitar este tipo de dor de cabeça, que pode até levar à morte, são necessárias as seguintes precauções 
Em nota ao R7, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) alerta que, para evitar este tipo de dor de cabeça, que pode até levar à morte, são necessárias as seguintes precauções.
A compra dos produtos deve ser feita apenas em estabelecimentos licenciados ou autorizados para esta atividade, sob vigilância sanitária, como farmácias e drogarias. Não devem ser comprados em feiras, camelôs ou sites suspeitos  
A compra dos produtos deve ser feita apenas em estabelecimentos licenciados ou autorizados para esta atividade, sob vigilância sanitária, como farmácias e drogarias. Não devem ser comprados em feiras, camelôs ou sites suspeitos.
Se houver necessidade da compra pela internet, procure sites farmácias e drogarias autorizadas pela Anvisa e, preferencialmente, em estabelecimentos já conhecidos e próximos à sua residência  
Se houver necessidade da compra pela internet, procure sites de farmácias e drogarias autorizadas pela Anvisa e, preferencialmente, em estabelecimentos já conhecidos e próximos à sua residência.
Exija sempre a nota fiscal dos produtos. E guarde a embalagem e a cartela (ou frasco) do medicamento, já que são comprovantes para eventuais queixas de irregularidades  
Exija sempre a nota fiscal dos produtos. E guarde a embalagem e a cartela (ou frasco) do medicamento, já que são comprovantes para eventuais queixas de irregularidades.
Preços muito baixos podem indicar que o produto tem origem duvidosa, que tenha perdido a garantia da sua qualidade ou até mesmo que pode ser falsificado ou roubado. Portanto, desconfie de promoções e liquidações  
Preços muito baixos podem indicar que o produto tem origem duvidosa, que tenha perdido a garantia da sua qualidade ou até mesmo que pode ser falsificado ou roubado. Portanto, desconfie de promoções e liquidações.
Não compre medicamentos com embalagens amassadas, lacres rompidos, rótulos que se soltam facilmente ou que estejam apagados e borrados  
Não compre medicamentos com embalagens amassadas, lacres rompidos, rótulos que se soltam facilmente ou que estejam apagados e borrados.
Não esqueça de conferir se o nome do medicamento está bem impresso e facilmente legível, pois falhas de impressão podem caracterizar produtos falsificados  
Não esqueça de conferir se o nome do medicamento está bem impresso e facilmente legível, pois falhas de impressão podem caracterizar produtos falsificados.
Em relação a soros e xaropes, verifique se possuem lacre íntegro, pois isso é obrigatório para todos os medicamentos líquidos  
Em relação a soros e xaropes, verifique se possuem lacre íntegro, pois isso é obrigatório para todos os medicamentos líquidos.
Rejeite o produto se a bula for uma cópia ou xerox, pois o medicamento deve conter a bula original  
Rejeite o produto se a bula for uma cópia ou xerox, pois o medicamento deve conter a bula original.
Conheça e confira os dois principais elementos de segurança, na embalagem do medicamento, para constatar a sua autenticidade  
Conheça e confira os dois principais elementos de segurança, na embalagem do medicamento, para constatar a sua autenticidade.
Um é a tinta reativa (que deve ser raspada para verificação do número) e o outro é a inviolabilidade (lacre ou selo de segurança)  
Um é a tinta reativa (que deve ser raspada para verificação do número) e o outro é a inviolabilidade (lacre ou selo de segurança).
Veja também se existe o número do registro do medicamento no Ministério da Saúde 
Veja também se existe o número do registro do medicamento no Ministério da Saúde.
Se o medicamento deixar de fazer efeito, procure o seu médico  
Se o medicamento deixar de fazer efeito, procure o seu médico.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/fotos/veja-os-cuidados-que-devem-ser-tomados-para-evitar-a-compra-de-medicamentos-falsos-09082015#!/foto/14 

9/8/2015 às 00h10

"Fico me perguntando se vale a pena ser honesto nesta vida", diz vítima de remédio falsificado

Agência alerta que é preciso estar atento e não comprar medicamentos em feiras ou em camelôs
 
Remédios caros são os maiores alvos de falsificação Reprodução/Facebook 
 
Em 2003, o engenheiro equatoriano Julio Cahuano, resolveu dar um presente ao pai, Cezar Augusto Cahuano. Instalado desde 1994 no Rio de Janeiro, onde atua há mais de vinte anos em uma empresa de porte, via sinais de envelhecimento no pai e o convidou para vir do Equador ao Brasil, a fim de ser submetido a uma operação de catarata.
Cézar e a esposa vieram. E o que prometia ser um alívio para os seus olhos se tornou um drama para a vida da família. Cézar recebeu aplicações de metilcelulose, colírio que protege em operações de catarata, mas o medidamento era falsificado. Resultado: ele ficou cego do olho esquerdo e teve a visão do direito comprometida. Retornou para o Equador sem nunca mais querer pisar no Brasil. Ao R7, Cahuano lamenta.
— Queria ajudar meu pai, não o via há algum tempo. Ele e minha mãe chegaram felizes. E saíram muito chateados, depois de terem ficado meses sem poder deixar o País, por causa das questões judiciais. E eu não podia fazer nada. Meus irmãos, por um bom tempo, me rejeitaram.
Até hoje ele está para receber a indenização determinada pela Justiça à família: R$ 25 mil mais 40% de um salário mínimo por mês. O caso ocorreu há quase 13 anos e não houve punição. Por isso ele, hoje com 50 anos, não vive mais em paz depois do ocorrido, por não ter visto os culpados serem punidos.
— A empresa que comercializou e distribuiu o medicamento não tinha alvará. Agora vejo o seu antigo proprietário solto, comercializando outros produtos. Amo o Brasil e o Rio de Janeiro, mas algumas coisas que acontecem, não só aqui, nos deixam sem chão. Quando o mínimo de dignidade humana não é respeitado, me pergunto: vale a pena ser honesto, quando essas pessoas má intencionadas se beneficiam e saem vitoriosas? Acho que vale, mas muita gente não vê desta maneira.
Cézar morreu há cerca de três anos, amargurado. E o filho diz que sente pelo fato de não poder fazer o tempo voltar. Para ele, a sorte foi que, podendo retornar sempre ao Equador, continuou vendo o pai, que não o acusou, e se reconciliou com os irmãos. Mesmo assim Cahuano não esconde uma ponta de tristeza.
— Ele (o pai) colocou uma prótese, mas nunca mais se conformou. Ficou revoltado com o que houve. Era uma pessoa independente que, com problemas de visão, começou a se fechar. Foi até se desinteressando da vida. Confesso que penso se eu poderia ter feito algo a mais por ele. Mas não consigo ver o que. Minha mãe também ficou traumatizada. Hoje ela tem um problema no joelho. Cheguei a sugerir que ela viesse para cá se tratar. Ela me disse: cirurgia nunca mais. Ainda mais no Brasil.
Efeitos da falsificação
Cahuano conta ainda que cerca de outros 50 pacientes tiveram o mesmo problema que o do seu pai. Mas apenas dois, incluindo ele, entraram na Justiça. Muitos sentem o efeito mas não conseguem detectar que a causa foi o uso de um remédio falso, algo que vem cresendo no País.
A falsificação de medicamentos no Brasil é uma realidade que, apesar da tecnologia para rastreamento, ganha números cada vez maiores no Brasil. Lotes com produtos de origem criminosa já ocupam 20% do comércio de remédios no País, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) ameaçando os usuários com um tratamento ilusório de uma doença, podendo provocar efeitos colaterais e, muitas vezes, a morte.
Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os medicamentos mais falsificados são os mais caros. Em nota ao R7, a agência informa que entre os produtos identificados com maior frequência pode-se destacar medicamentos para a impotência, medicamentos oncológicos e hormônios de crescimento.
O aumento deste tipo de atividade no Brasil, segundo o biólogo Amilcar Lopes, presidente da empresa Rastreabilidade Brasil, decorre do fato de o mercado farmacêutico brasileiro estar crescendo e, por ironia, da evolução científica que tem propiciado remédios cada vez mais avançados, muitos deles descobertos recentemente.
— Há medicamentos que começaram a ter maior valor agregado. A evolução da indústra farmacêutica fez surgir remédios mais caros e sofisticados. E é lógico que os falsificadores vão atuar em cima deste tipo de produto.
Se os usuários têm enormes prejuídos, os criminosos obtêm lucros exorbitantes com a falsificação: foram R$ 13 bilhões movimentados em 2014 no Brasil, segundo Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade (FNCP).
Em vez das substâncias adequadas, medicamentos podem ter tinta, giz, farinha e até cimento em sua composição. Material barato, sem gastos com pesquisas e livre de impostos. Para o presidente da Interfarama (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa), Antônio Britto, a internet também tem sido um meio de propagação dessa atividade ilícita.
— É preciso muito cuidado, especialmente no caso de compras pela internet. Estima-se que até 50% das compras online de medicamentos sejam de remédios falsos ou roubados. O consumidor deve ficar atento a sites de procedência desconhecida, especialmente quando eles oferecem medicamentos por preços abaixo da média de mercado. Para as compras fora da internet, recomenda-se dar preferência para farmácias e drogarias, em especial as já conhecidas.
Na tentativa de evitar as falsificações, a Anvisa informa que, além dos esforços na busca dos produtos falsificados, é importante que o usuário tenha consciência e evite comprar remédios em feiras ou em camelôs. O correto é adquiri-los em farmácias e drogarias com alvarás sanitários e reputação reconhecida. Outra iniciativa importante é decifrar o código na lateral da embalagem, que precisa ser raspada.
Para explicar a dificuldade em chegar aos falsificadores, a Anvisa afirma que os remédios são falsificados fora do país.
— Nas ações de fiscalização e investigações realizadas não foram identificadas atividades de fabricação de medicamentos no Brasil. As informações obtidas indicam que estes produtos irregulares têm sido fabricados no exterior e são contrabandeados no Brasil. Em muitos casos, os blisters (que armazenam comprimidos) são comercializados soltos ou acondicionado em embalagens falsificadas.
A esperança no rastramento
Uma nova tecnologia, conhecida como Datamatrix, deverá ser um fator fundamental para diminuir os índices de falsificação. A Anvisa já estipulou as normas para o rastreamento, que estão à espera de uma implementação formal desde 2009. Pelo sistema de rastreamento, composto de um código e de imagem, fica possível, por meio de um banco de dados, saber toda a movimentação do produto.
Segundo Lopes, os laboratórios já se adequaram a esta lei, que criou esse sistema, denominado SNCM (Sistema Nacional de Controle de Medicamentos), já existe e só falta um acordo no Senado Federal para que outro projeto não substitua sua implantação definitiva, que deverá ser totalmente incorporada aos laboratórios, após espera de mais de seis anos, em janeiro de 2017.
— Países que adotaram esse rastreamento reduziram as falsificações a algo entre 1% e 4%. Isso inclusive barateia o medicamento, pois a bula pode ser lida por um aplicativo, não necessitando de papel. O fim da necessidade de contratar um seguro específico também reduz o custo. E quando um número rastreado não conferir, é certo que houve falsificação. Essa lei trará muitos benefícios ao consumidor.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/fico-me-perguntando-se-vale-a-pena-ser-honesto-nesta-vida-diz-vitima-de-remedio-falsificado-09082015 

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