Mutação ligada a doença pode ser benéfica para atletas, diz estudo
Mutações do gene HFE são mais comuns em atletas de alto desempenho.
Foram avaliados atletas de judô, esqui cross-country e remo.
Remadores
praticam esporte no canal Teltow em Berlim, em 25 de setembro: mutação
prelacionada a doença pode beneficiar atlegas de remo, judô e esqui
cross-country, segundo estudo (Foto: AFP PHOTO/Odd Andersen)
Mutações genéticas geralmente associadas a uma doença que se traduz
pelo acúmulo excessivo de ferro no organismo, podem ser benéficas para
alguns esportes como o judô, o esqui cross-country ou o remo - é o que
diz um estudo francês divulgado nesta quinta-feira (1º).
Realizado pelo Instituto de Pesquisa Biomédica e de Epidemiologia do Esporte (Irmes), o estudo publicado na revista "Biochimie", testou 170 atletas de alto desempenho, mulheres e homens, todos membros das equipes nacionais de remo, judô e esqui cross-country para mais de uma dezena de mutações genéticas relativamente frequentes.
Mutação do gene HFE
A pesquisa mostrou que a frequência das mutações do gene HFE, associadas à hemocromatose, era muito maior entre os atletas de alto desempenho do que entre a população geral.
A hemocromatose é uma doença genética muito frequente. Ela se traduz por um aumento da absorção intestinal do ferro e termina por acumular um excesso do elemento químico no organismo que, caso não seja tratado, pode acarretar em diferentes complicações (cirrose, diabetes, problemas cardíacos, etc.).
A doença manifesta-se sobretudo quando os cromossomos recebidos do pai e da mãe levam todos os dois uma mutação do gene HFE.
Cerca de um quarto da população francesa apresenta uma mutação apenas sobre um dos dois cromossomos e geralmente não manifesta a doença. Cerca de 80% dos atletas testados apresentavam pelo menos uma mutação do gene HFE.
Aumento da absorção de ferro
Os pesquisadores avançam a ideia de que estas mutações que aumentam a absorção do ferro poderiam compensar as perdas que ocorrem nestes esportes muito "físicos" por múltiplos mecanismos, melhorando a eficácia do transporte de oxigênio, aumentando a produção de energia e facilitando uma recuperação mais rápida após um sangramento, assim como a regeneração muscular.
Mas "uma carreira esportiva não pode ser prevista unicamente com base numa sequência de DNA", alertaram os cientistas em comunicado conjunto publicado nesta quinta-feira pelo Irmes e os outros financiadores do estudo (dentre os quais a universidade Paris Descartes).
O comunicado diz ainda que "a complexidade das interferências entre genes não permite prever o impacto de suas interações", mesmo que possamos tirar do estudo que "as mais altas performances (...) são apoiados por combinações de genes favoráveis que aparecem em situações de tensão muito forte, tais como a do esporte de alto nível".
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/10/mutacao-ligada-doenca-pode-ser-benefica-para-atletas-diz-estudo.html
Realizado pelo Instituto de Pesquisa Biomédica e de Epidemiologia do Esporte (Irmes), o estudo publicado na revista "Biochimie", testou 170 atletas de alto desempenho, mulheres e homens, todos membros das equipes nacionais de remo, judô e esqui cross-country para mais de uma dezena de mutações genéticas relativamente frequentes.
Mutação do gene HFE
A pesquisa mostrou que a frequência das mutações do gene HFE, associadas à hemocromatose, era muito maior entre os atletas de alto desempenho do que entre a população geral.
A hemocromatose é uma doença genética muito frequente. Ela se traduz por um aumento da absorção intestinal do ferro e termina por acumular um excesso do elemento químico no organismo que, caso não seja tratado, pode acarretar em diferentes complicações (cirrose, diabetes, problemas cardíacos, etc.).
A doença manifesta-se sobretudo quando os cromossomos recebidos do pai e da mãe levam todos os dois uma mutação do gene HFE.
Cerca de um quarto da população francesa apresenta uma mutação apenas sobre um dos dois cromossomos e geralmente não manifesta a doença. Cerca de 80% dos atletas testados apresentavam pelo menos uma mutação do gene HFE.
Aumento da absorção de ferro
Os pesquisadores avançam a ideia de que estas mutações que aumentam a absorção do ferro poderiam compensar as perdas que ocorrem nestes esportes muito "físicos" por múltiplos mecanismos, melhorando a eficácia do transporte de oxigênio, aumentando a produção de energia e facilitando uma recuperação mais rápida após um sangramento, assim como a regeneração muscular.
Mas "uma carreira esportiva não pode ser prevista unicamente com base numa sequência de DNA", alertaram os cientistas em comunicado conjunto publicado nesta quinta-feira pelo Irmes e os outros financiadores do estudo (dentre os quais a universidade Paris Descartes).
O comunicado diz ainda que "a complexidade das interferências entre genes não permite prever o impacto de suas interações", mesmo que possamos tirar do estudo que "as mais altas performances (...) são apoiados por combinações de genes favoráveis que aparecem em situações de tensão muito forte, tais como a do esporte de alto nível".
Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2015/10/mutacao-ligada-doenca-pode-ser-benefica-para-atletas-diz-estudo.html
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