terça-feira, 27 de outubro de 2015

27/10/2015 às 14h01

Partes de Londres têm incidência de tuberculose maior que o Iraque

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Tuberculose mata 1,5 milhão de pessoas por ano, segundo OMS
As milhões de vítimas anuais da tuberculose não se concentram apenas nos países subdesenvolvidos. Algumas regiões da capital britânica, Londres, têm registrado índices surpreendentes que superam até os de países como Iraque e Ruanda.
Um terço das subprefeituras londrinas sofre com altas taxas de tuberculose, com média de 40 casos a cada 100 mil habitantes, segundo um relatório divulgado pela Assembleia Municipal de Londres.
Os dados locais contrastam bastante com os números de tuberculose da própria Inglaterra, que tem 13 casos em média para cada 100 mil habitantes. Enquanto a taxa de incidência de tuberculose no Reino Unido tem caído, entre os londrinos ela tem aumentado.
Segundo o relatório, presos, moradores de rua, usuários de drogas, refugiados e imigrantes estão entre os grupos mais vulneráveis à doença. "Londres também tem um número significativo de pessoas com doenças pré-existentes, como HIV e diabetes, que aumentam o risco de desenvolvimento da tuberculose", diz o relatório.
A persistência da doença na capital britânica é atribuída também a focos de más condições de moradia e nutrição. E mais de 80% dos casos de tuberculose entre londrinos ocorrem em pessoas nascidas no exterior.
Há, inclusive, algumas regiões de Londres com taxas ainda mais expressivas do que a média geral. A subprefeitura de Londres com a maior incidência de tuberculosos é Newham (leste), com 107 casos por 100 mil habitantes. Números da OMS de 2013 mostram que Ruanda, por exemplo, tem 69 casos por 100 mil habitantes, e o Iraque tem 45.
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No Brasil, houve uma redução recente de casos de tuberculose, mas o país ainda ocupa a 17ª posição no ranking dos países que mais têm casos da doença no mundo. A média brasileira é de 33,5 casos a cada 100 mil habitantes.
Há lugares, porém, onde as condições são mais precárias, e as taxas de tuberculosos são muito maiores. É o caso da favela da Rocinha, no Rio, por exemplo, que contabiliza 372 casos por 100 mil habitantes – índice 11 vezes maior do que o do país.
A doença matou em 2013 cerca de 1,5 milhão de pessoas no mundo, segundo a OMS.
Prevenção
A bactéria causadora da tuberculose é a Mycobacterium tuberculosis. Algumas variações da doença já são resistentes a antibióticos, e o custo para o tratamento nesses casos pode chegar ao equivalente a mais de R$ 3 milhões por paciente.
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Bactéria Mycobacterium tuberculosis é a causadora da doença
Diante disso, a Assembleia Municipal de Londres está pedindo ao prefeito Boris Johnson que promova campanhas de prevenção e educação sobre a tuberculose, justificando que muitas pessoas na capital inglesa não têm informações sobre a doença nem sabem como ela se espalha.
Mais da metade dos londrinos disse achar que a doença se transmite pelas gotas de saliva expelidas ao tossir. Mas, na verdade, a tuberculose só se espalha em caso de contato prolongado com alguém que esteja tossindo e espirrando constantemente.
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"A prevenção é ruim, e as pessoas ainda não têm consciência da doença. (Há desinformação) até entre profissionais da medicina", disse Onkar Sahota, chefe do comitê de saúde da Assembleia Municipal de Londres.
Segundo ele, o tratamento para as variações "resistentes" da doença é "caro e complicado".
Apesar de a vacina contra a tuberculose ser recomendada para todos os recém-nascidos, muitos postos de saúde londrinos não oferecem a vacinação.
A Assembleia destacou que é "inaceitável que crianças sejam colocadas em risco de desenvolver uma doença potencialmente fatal apenas por terem ‘nascido na subprefeitura errada’".
A prefeitura ainda não se manifestou sobre o relatório.
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Vacinação ainda é um problema, tanto em Londres, quanto no Brasil - nem todos os postos de saúde oferecem a vacina BCG
Situação no Brasil
Em março deste ano, o Ministério da Saúde brasileiro divulgou dados positivos sobre a diminuição da tuberculose nos últimos 10 anos. Houve uma redução de 22,8% na incidência entre 2004 e 2014 – eram 43,4 casos a cada 100 mil habitantes e agora são 33,5.
O ministério assumiu o compromisso de reduzir em 95% as mortes causadas por tuberculose no país até 2035, e em 90% a incidência da doença.
Ainda assim, há regiões bastante críticas. O Rio de Janeiro tem a maior média de casos do país, com 68,64 a cada 100 mil habitantes.
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Os sintomas mais comuns da tuberculose são tosse com secreção, febre, suor noturno, falta de apetite, cansaço e dores musculares. O tratamento tradicional consiste em antibióticos ingeridos diariamente, por seis meses.
No Brasil, uma das dificuldades para diminuir a incidência da tuberculose é a distribuição da vacina BCG entre recém-nascidos. Mas não há postos de saúde em todos os Estados do país que disponibilizem a vacinação contra a doença.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/partes-de-londres-tem-incidencia-de-tuberculose-maior-que-o-iraque-27102015

29/10/2015 às 00h22 (Atualizado em 29/10/2015 às 08h20)

Tuberculose rivaliza com Aids em número de mortes, alerta OMS

1,1 milhão de pessoas morreram de tuberculose em 2014

Pela primeira vez, as infecções de tuberculose rivalizam com as de HIV/Aids como a principal causa de mortes por doenças infecciosas, anunciou a OMS (Organização Mundial da Saúde) em um relatório divulgado nesta quarta-feira (28).
A organização apontou que 1,1 milhão de pessoas morreram de tuberculose em 2014, enquanto que no mesmo período, o HIV/Aids matou 1,2 milhão em todo mundo, incluindo 400 mil pessoas que foram infectadas com as duas doenças.
O diretor do programa de tuberculose da OMS, Mario Raviglione, afirmou que o relatório reflete os grandes ganhos em acesso ao tratamento contra o HIV na década passada, o que ajudou muitas pessoas infectadas a sobreviver. No entanto, o documento também reflete disparidades no financiamento relacionado às duas doenças globais.
"A boa notícia é que a intervenção contra a tuberculose salvou cerca de 43 milhões de vidas desde 2000", mas uma vez que a maioria dos casos pode ser tratado com êxito, o índice de mortes continua "inaceitavelmente alto", disse Raviglione em entrevista por telefone.
O relatório traz informações de 205 países e territórios sobre todos os aspectos da tuberculose, incluindo formas resistentes a medicamentos, pesquisa e financiamento.
Entre os estimados 480 mil casos de tuberculose resistente a medicamentos em 2014 — uma superbactéria da doença que resiste às duas mais potentes drogas contra a tuberculose — somente um em quatro foi diagnosticado.
A diretora interina do Médicos sem Fronteiras, Grania Brigden, declarou que o relatório "deve servir como um chamado de alerta de que muito trabalho ainda é necessário ser feito para reduzir os danos dessa doença antiga, mas curável".

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