24/10/2016 09h05
- Atualizado em
24/10/2016 09h05
AP pode ter de devolver R$ 10 milhões não investidos em ações de saúde
Verba foi enviada pelo Governo Federal para o setor de vigilância em saúde.
Estado diz que uso é 'limitado' e busca liberação para compra de veículos.
Recurso serve para mobilização de ações contra
doenças, como a dengue (Foto: Agência Alagoas)
Fiscalizações feitas pela Controladoria-Geral da União (CGU)
identificaram que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) corre o risco
de ter de devolver mais de R$ 10 milhões destinados pelo Ministério da Saúde (MS) para ações de vigilância em saúde.A vistoria apontou que os valores repassados estão “parados” na conta do governo, e não estão sendo usados para as atribuições da vigilância, entre elas, a compra de insumos, orientação e mobilização junto aos municípios para o combate do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, vírus da zika e chikungunya.
A CGU verificou que a Sesa não executa o dinheiro na proporção em que os repasses são feitos pelo ministério. Segundo o órgão, em dezembro de 2015 o valor total destinado foi de R$ 7.285.875,27 e em março de 2016, estavam depositados R$ 10.080.142,97. Prestação de contas da própria Sesa mostrou que no período em questão foram gastos R$ 391.224 pela vigilância.
Romel Oscar Tebas, chefe da Controladoria-Geral
da União no Amapá (Foto: John Pacheco/G1)
da União no Amapá (Foto: John Pacheco/G1)
“O valor não usado corresponde a 79,5% do recurso repassado para a vigilância. Está havendo uma inoperância do Estado em relação isso, em Macapá e no estado todo. Esse dinheiro é para ser gasto e bem gasto. Há carência de pessoal, de insumos, de organização e também investimento em campanhas publicitárias”, detalhou Tebas.
A Sesa justificou que houve um grande aumento no repasse de recursos para o setor ao mesmo tempo em que aconteceu um decréscimo nas atividades da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (CVS). A secretária da pasta, Renilda Costa, disse que a CVS não atua diretamente no combate a endemias, e que essa atribuição é dos municípios.
A gestora completa que esses recursos também podem ser aplicados para Vigilância Sanitária, combate à Aids e saúde do trabalhador, mas apenas para atividades de conscientização e mobilização, o que impede o uso do recurso para compra de veículos ou material, por exemplo.
Renilda Costa, titular da Secretaria de Estado
da Saúde (Foto: Ascom/Alap)
da Saúde (Foto: Ascom/Alap)
Até o fim do ano, o governo prevê usar quase a metade desse valor na contratação temporária de 646 agentes de endemias e 73 supervisores de área para atuação nos 16 municípios visando o Plano de Ações Integradas para o Controle do Vetor Aedes aegypti. Renilda disse que a seleção foi realizada e a chamada dos profissionais acontecerá após o período eleitoral.
“A contratação desses agentes é responsabilidade dos municípios, mas vamos usar esse recurso para contratar, pois a quantidade de agentes que eles têm é muito inferior à necessidade, mesmo que o combate ao Aedes seja por conta dos municípios”, falou.
Mesmo após a primeira negativa do Ministério da Saúde, a secretária diz que o Estado vai buscar novamente em Brasília a permissão para usar os repasses à vigilância para a aquisição de bens e evitar a “sobra” desses valores. Segundo ela, a mesma reclamação é feita por outros estados.
Fonte: http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/2016/10/ap-pode-ter-de-devolver-r-10-milhoes-nao-investidos-em-acoes-de-saude.html
Nenhum comentário :
Postar um comentário