Paciente corre risco de perder braço enquanto aguarda cirurgia em hospital de SP
Médicos do Hospital do Mandaqui informaram que faltam materiais para fazer procedimento
Luiz corre o risco de perder o braço enquanto aguarda por cirurgia; no corredor, ele era o número 7
Montagem/ R7/ Arquivo Pessoal
Era por volta das 17h de sexta-feira (23/9), quando Luiz saiu do trabalho e precisou passar num endereço ali perto. Ele se perdeu e, quando subiu numa rua de terra, acabou se desequilibrando e caindo. A moto ficou em cima do braço esquerdo dele. De acordo com Ana Paula de Almeida Barros, mulher do supervisor, o homem nem conseguiu se levantar e foi socorrido por uma pessoa que passava na rua.
Luiz foi levado ao Hospital de Parelheiros, mas a unidade de saúde não tinha máquina de raio X e transferiu o paciente horas depois para o Hospital do Grajaú, também na zona sul da cidade. Já no segundo hospital, ele fez uma radiografia que mostrou fratura em três partes do braço e no cotovelo. Luiz precisaria passar por uma cirurgia urgente, porém, o especialista só estaria na unidade na semana seguinte. Além disso, não havia material para a realização do procedimento. Então, o casal decidiu trocar de hospital, informou Ana Paula.
— Como a gente mora na zona norte de São Paulo, pedimos para ele ser transferido para o Hospital do Mandaqui, que é referência na região. Mas não tinha vaga lá e mandaram ele para casa.
O corredor do Hospital Mandaqui está lotado de pacientes
Arquivo Pessoal
Somente no dia 7 de outubro, Luiz conseguiu ser internado e a cirurgia
foi marcada para terça-feira (11). O paciente passou por todo o
procedimento pré-cirúrgico, mas a intervenção foi cancelada por falta de
materiais, segundo Luiz.
— Os médicos informaram que faltam pinos e placas, e que não há previsão para fazer a cirurgia.
Após o cancelamento da cirurgia, Luiz ficou dias numa maca no corredor do hospital, ao lado de dezenas de pacientes. O supervisor tem medo de perder o braço.
— Eu tomo medicamento duas vezes por dia [por causa da dor]. Mas o médico falou que o braço está necrosando. Eles tiraram a tala para eu tentar movimentar o braço para evitar que eu perca os movimentos.
Os ossos já estão calcificando.
Para organizar o caos no corredor, os enfermeiros pregaram na parede, logo acima das macas, folhas com a numeração de cada paciente. Luiz era o número 7. O casal acionou a ouvidoria do Hospital do Mandaqui e conseguiu vaga para Luiz num quarto na noite de quinta-feira (13). A ouvidoria tem 20 dias para responder sobre a cirurgia.
Segundo Luiz, a situação está caótica no hospital. Na última quarta-feira (12), ele presenciou um homem morrer na sua frente.
— O rapaz teve parada cardíaca no corredor e morreu. Ele foi sepultado na sexta-feira (14).
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que “o material necessário para a realização da cirurgia do paciente é um item específico, adquirido mediante demanda. Portanto, é errado falar em "falta" de material, porque não se trata de item de prateleira”.
Ainda segundo a pasta, “por ser uma unidade pública de administração direta, o Conjunto Hospitalar do Mandaqui deve obedecer obrigatoriamente a Lei de Licitações, válida para todo o País no processo de aquisição de materiais e insumos, sob risco de sanções por parte do Tribunal de Contas e questionamentos por parte do Ministério Público”.
Por fim, a secretaria disse que “o processo de aquisição do material já foi iniciado. A previsão é que a cirurgia do paciente seja realizada o mais breve possível”.
Fonte: http://noticias.r7.com/sao-paulo/paciente-corre-risco-de-perder-braco-enquanto-aguarda-cirurgia-em-hospital-de-sp-15102016
— Os médicos informaram que faltam pinos e placas, e que não há previsão para fazer a cirurgia.
Após o cancelamento da cirurgia, Luiz ficou dias numa maca no corredor do hospital, ao lado de dezenas de pacientes. O supervisor tem medo de perder o braço.
— Eu tomo medicamento duas vezes por dia [por causa da dor]. Mas o médico falou que o braço está necrosando. Eles tiraram a tala para eu tentar movimentar o braço para evitar que eu perca os movimentos.
Os ossos já estão calcificando.
Para organizar o caos no corredor, os enfermeiros pregaram na parede, logo acima das macas, folhas com a numeração de cada paciente. Luiz era o número 7. O casal acionou a ouvidoria do Hospital do Mandaqui e conseguiu vaga para Luiz num quarto na noite de quinta-feira (13). A ouvidoria tem 20 dias para responder sobre a cirurgia.
Segundo Luiz, a situação está caótica no hospital. Na última quarta-feira (12), ele presenciou um homem morrer na sua frente.
— O rapaz teve parada cardíaca no corredor e morreu. Ele foi sepultado na sexta-feira (14).
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou que “o material necessário para a realização da cirurgia do paciente é um item específico, adquirido mediante demanda. Portanto, é errado falar em "falta" de material, porque não se trata de item de prateleira”.
Ainda segundo a pasta, “por ser uma unidade pública de administração direta, o Conjunto Hospitalar do Mandaqui deve obedecer obrigatoriamente a Lei de Licitações, válida para todo o País no processo de aquisição de materiais e insumos, sob risco de sanções por parte do Tribunal de Contas e questionamentos por parte do Ministério Público”.
Por fim, a secretaria disse que “o processo de aquisição do material já foi iniciado. A previsão é que a cirurgia do paciente seja realizada o mais breve possível”.
Fonte: http://noticias.r7.com/sao-paulo/paciente-corre-risco-de-perder-braco-enquanto-aguarda-cirurgia-em-hospital-de-sp-15102016
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