Militares brasileiros tentam abrir estradas para chegar a cidades isoladas por furacão no Haiti
Fuzileiros navais foram posicionados em cidade do sul antes do país ser atingido por furacão
Fuzileiros navais tentam reabrir estradas para chegar a cidades isoladas no sul do Haiti
MINUSTAH
O furacão Mathew foi classificado como categoria quatro, em uma escala que vai até cinco, quando atingiu o Haiti.
Jeanne, o último grande furacão que devastou o país, em 2004, era um pouco mais fraco: tinha categoria 3. Mesmo assim, deixou aproximadamente 3 mil mortos — a maioria na cidade do Gonaives, no norte. Mais de três meses após a tragédia, corpos ainda eram encontrados. As tropas do Brasil já estavam no Haiti na época e participaram do socorro a Gonaives.
A região mais afetada do Haiti dessa vez foi a península de Tiburon, no sul. Ao menos 50 dos mortos foram registrados só na cidade de Roche-a-Bateau, que fica naquela região.
Forças da ONU dizem acreditar que uma das regiões atingidas com maior gravidade tenha sido a da cidade de Jeremie - que tem 30 mil habitantes e permanecia isolada até a noite desta quinta-feira. Acredita-se que 80% das construções da cidade foram destruídas.
Segundo a equipe do comandante das forças da ONU no Haiti, o general Ajax Porto Pinheiro, uma tropa de fuzileiros navais e engenheiros do Brasil foi posicionada, antes da chegada do furacão, na cidade de Miragoane, na região sul. Além de militares armados, a unidade possui máquinas pesadas para a desobstrução de vias.
Isso permitiu que os militares começassem quase imediatamente a reabrir as estradas e prestar ajuda emegencial após a passagem do furacão.
Entre terça-feira e quinta-feira, eles conseguiram abrir caminho até Les Cayes, uma das maiores cidades do sul. O objetivo deles é chegar até Jeremie, mas diversos obstáculos entre as duas cidades (em Camp-Perrin) ainda mantém a região isolada.
Cólera
Enquanto os militares brasileiros tentam reabrir estradas e garantir que as equipes de ajuda humanitária trabalhem em segurança, médicos de organizações internacionais estão chegando de helicóptero às áreas mais afetadas.
Mas, além de socorrer os feridos, há uma preocupação com o cenário pós-furacão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Panamericana de Saúde estão prevendo o resurgimento de uma epidemia de cólera no Haiti após a passagem do Mathew.
O país já havia registrado 28 mil casos em 2016 só antes da passagem do furacão.
A OMS afirmou que já enviou epidemiologistas para a região e acompanha a situação de perto. Após o terremoto de 2010, foram registrados 790 mil casos de cólera no país, que resultaram em mais de 9.300 mortes.
Fonte: http://noticias.r7.com/internacional/militares-brasileiros-tentam-abrir-estradas-para-chegar-a-cidades-isoladas-por-furacao-no-haiti-07102016
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