Nova cepa de vírus da gripe aviária tem potencial para pandemias, diz pesquisa
Vírus H7N9 foi primeiramente identificado na China em 2013 e matou 40% dos infectados. Pesquisadores identificaram que vírus está mais suscetível a adaptações para transmissão entre humanos.
Por G1
Cientistas demonstraram que uma nova cepa do vírus da gripe aviária, o
H7N9, identificada pela primeira vez em 2013 na China, é capaz de se
replicar eficientemente nos pulmões de animais e são transmitidos
facilmente através de gotículas respiratórias emitidas durante um
espirro, por exemplo.
Os achados, segundo os pesquisadores, também indicam que o H7N9 está
mais próximo de adquirir adaptações para ser transmitido entre humanos
e, por isso, têm potencial pandêmico. Também são necessárias poucas
cópias do vírus para que as infecções ocorram.
Os achados foram publicados na revista "Cell Host & Microbe" na
quinta-feira (19). Desde a primeira identificaçao do vírus, em 2013, um
total de 1562 casos foram confirmados. Cerca de 40% das pessoas
confirmadas com a infecção do vírus H7N9 da Ásia morreram.
A maioria das infecções humanas com vírus H7N9 ocorreram após a
exposição a aves e a maioria dos pacientes apresentou doença
respiratória grave, como pneumonia.
"Até agora, não foi documentada transmissão sustentada de vírus H7N9 ou
H5N1 entre seres humanos. No entanto, uma maior adaptação desses vírus a
humanos pode resultar em vírus transmissíveis com potencial pandêmico",
diz Yoshihiro Kawaoka, principal autor do estudo e pesquisador da
Universidade de Tóquio e Universidade de Wisconsin-Madison (EUA).
"Nossos dados sugerem que os vírus H7N9 podem estar mais próximos de adquirir transmissão eficiente em seres humanos e, portanto, têm maior potencial pandêmico do que os vírus H5N1".
Kawaoka e sua equipe avaliaram a capacidade de replicação,
patogenicidade e transmissibilidade da cepa H7N9 isolada em casos fatais
em humanos.
Eles demonstraram que o vírus se replicou de forma eficiente em células
humanas, de camundongos, de furões e de primatas não-humanos. Eles
viram também que a quantidade necessária de vírus para iniciar as
infecções é pequena, o que aumenta o seu poder de transmissão.
"O trabalho é muito preocupante em termos das implicações do que o H7N9 poderá ter ", disse Michael Osterholm, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, à Reuters.
Kawaoka e sua equipe também avaliaram a eficácia de medicamentos
anti-influenza. Eles descobriram que os medicamentos apresentaram
eficácia limitada contra esses vírus nos modelos animais.
Um tratamento possível, testaram, são os medicamentos que bloqueiam uma
proteína "a polimerase viral". Chamado de favipiravir, testes sugeriram
que o medicamento pode ser uma opção de tratamento eficaz.
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