MÚSCULOS DA PAREDE DA BOCA
MÚSCULO LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR E DA ASA DO NARIZ
ORIGEM – processo frontal maxilar
INSERÇÃO – lábio superior
AÇÃO – eleva e realiza protusão com lábio superior e abertura da asa do nariz (mostra a gengiva)
MÚSCULO ZIGOMÁTICO MAIOR
ORIGEM – zigoma, osso zigomático
INSERÇÃO – ângulo da boca
AÇÃO – eleva o ângulo da boca
MÚSCULO ZIGOMÁTICO MENOR
ORIGEM – zigoma (sob orbicular do olho)
INSERÇÃO – lábio superior (parte lateral)
AÇÃO – eleva lábio superior
MÚSCULO DEPRESSOR DO ÂNGULO DA BOCA
ORIGEM – mandíbula, abaixo do ângulo da boca
INSERÇÃO – ângulo da boca
AÇÃO – ato de tracionar para baixo os ângulos da boca
MÚSCULO ORBICULAR DA BOCA
ORIGEM – numerosas camadas de fibras musculares circundando o orifício da boca
INSERÇÃO – maior parte da pele e membrana mucosa externa
AÇÃO – fechamento dos lábios, protusão para frente (assobiar)
OBS.: pode citar que origina e insere nos processos alveolares das maxilas
MÚSCULO BUCINADOR
ORIGEM – superfície externa dos processos alveolares maxila e mandíbula
INSERÇÃO – ângulo da boca, fundindo–se com orbicular da boca
AÇÃO – ato de pressionar as bochechas firmemente de encontro aos dentes (lateral), ato de tracionar para trás o ângulo da boca
Obs.: este músculo não aparece no desenho acima, mas pode ser visto numa figura mais ainda acima.
MÚSCULO MENTAL
ORIGEM – fossa incisiva da mandíbula
INSERÇÃO – tegumento do mento
AÇÃO – protusão do lábio inferior eleva a pele do mento
MÚSCULO RISÓRIO
ORIGEM – fáscia sobre o masseter, no próprio masseter
INSERÇÃO – pele do ângulo da boca
AÇÃO – traciona o ângulo da boca para cima e para fora
MÚSCULO ELEVADOR DO LÁBIO SUPERIOR
ORIGEM - borda infra-orbitária
INSERÇÃO – lábio inferior entre as fibras do elevador do ângulo da boca e da asa do nariz e elevador do ângulo da boca
AÇÃO – eleva o ângulo da boca
ALGUNS ELEMENTOS DE ANATOMIA DO TRIGÊMIO
A inervação dentária é provida pelo nervo trigêmeo. O nervo trigêmeo, 5º par de nervos cranianos, se origina aparentemente na porção ântero - lateral da ponte, no tronco encefálico.
O nervo trigêmeo emite três ramos oftálmico, maxilar e mandibular.
Dentre esses os ramos maxilar e mandibular são de suma relevância para o
profissional cirurgião dentista e serão eles aqui vistos com algum
detalhe. O nervo maxilar emite ramos para
dentes superiores e formações anexas e o nervo mandibular para os dentes
inferiores e formações anexas além de inervar os músculos da mastigação. Na
maxila os ramos alveolar anterior, médio e posterior e os nervos
nasopalatino e palatino maior são responsáveis pela sensibilidade dos
dentes superiores e estruturas anexas.
Os nervos alveolar inferior, lingual e bucal são ramos do nervo mandibular. O
nervo alveolar inferior se distribui pelas raízes dos dentes
inferiores. O nervo lingual ocupa uma posição mais anterior e medial em
relação ao nervo alveolar inferior, se distribui pelos 2/3 anteriores da
língua, gengiva lingual e pela mucosa do assoalho bucal. O
nervo bucal se distribui pela gengiva vestibular da região de molares. O
estudo da inervação dentária e sua aplicação prática é conteúdo da
disciplina anatomia odontológica. Face à relevância do tema na formação
do aluno de odontologia, o presente estudo vai procurar esclarecer o
posicionamento de tal nervo da forma mais clara e mais simples possível.
Lembremos
que nervos sensitivos (aferentes) são os que contêm somente fibras
sensitivas, que conduzem impulsos dos órgãos sensitivos para o sistema
nervoso central. Nervos motores (eferentes) são os que contêm somente
fibras motoras, que conduzem impulsos do sistema nervoso central até os
órgãos efetuadores (músculos ou glândulas). Nervos mistos contêm tanto
fibras sensitivas quanto motoras.
Dos três ramos do trigêmio acima referidos somente o mandibular é misto. Os demais (oftálmico e maxilar) são sensitivos.
Origem do Trigêmio.
A
origem real da parte motora encontra-se na ponte, no núcleo motor do
trigêmio. As três porções sensitivas tem origens reais respectivamente
nos núcleos do trato espinal (medula oblonga), sensitivo principal
(ponte) e raiz mesencefálica (mesencéfalo).
A origem aparente ocorre na ponte, na região de transição entre esta e o pedúnculo cerebelar médio. Nesta região se encontra o gânglio trigeminal ou de Gasser.
Ponte - É a porção do tronco encefálico situada entre o bulbo (medula oblonga) e o mesencéfalo, ventralmente ao cerebelo.
Raiz sensitiva - Formada pelos prolongamentos centrais de corpo celulares constituídos do gânglio trigeminal.
Função: Sensibilidade da cabeça (são esses que teremos que bloquear por ocasião da anestesia odontológica).
Raiz Motora -
Provém de grupamento celular, o núcleo motor do trigêmeo, situado na
ponte, e dispõe-se medialmente à raiz sensitiva (inverva os músxculos
mastigadores vistos na aba "Anatomia 3").
Função: movimentos da mandíbula, principalmente.
Gânglio Trigeminal ou Semilunar ou de Gasser
Contido em desdobramento da dura-máter, conhecido como cavo trigeminal ou de Meckel,
repousa na impressão do Trigêmeo, localizada na face anterior da porção
petrosa do osso temporal, próximo à porção terminal do canal
carotidiano.
Cada uma das três raízes, em seu trajeto, atravessam os seguintes forames do osso esfenóide na base do crânio: o ramo oftálmico emerge da fissura orbital superior, o ramo maxilar emerge do forame redondo e o ramo mandibular, do forame oval. Abaixo: osso esfenóide (vista cerebral)
Nervo maxilar:
é o segundo ramo do nervo trigêmeo. Saindo do forame redondo ele cruza a
fossa pterigopalatina como se fosse um cabo aéreo para introduzir-se na
fissura orbital inferior e penetrar na cavidade orbital, momento em que
passa a se chamar nervo infra-orbital.
O
nervo infra-orbital continua a mesma direção para frente transitando
pelo soalho da órbita, passando sucessivamente pelo sulco, canal e
forame infra-orbital e através desse último se exterioriza para inervar as partes moles situadas entre a pálpebra inferior (n. palpebral inferior), nariz (n.nasal) e lábio superior (n. labial superior).
O nervo infra-orbital (ramo terminal do nervo maxilar) fornece como ramos colaterais o nervo alveolar superior médio e o nervo alveolar superior anterior, que se dirigem para baixo.
Os nervos alveolares superiores anteriores, em número de dois ou três, deixam o nervo infra-orbital e seguem um trajeto intra-ósseo na parede anterior do seio maxilar, inervando sua mucosa e se dividindo, a seguir, em ramos que atingem a polpa (ramos dentais), papila interdental, periodonto e osso alveolar vizinho dos dentes incisivos e canino superiores do mesmo lado (ramos peridentais).
Em
resumo, os ramos dos três nervos alveolares superiores formam um plexo
sobre os ápices dos dentes. É desse plexo que partem ramúsculos para os
dentes: os que vão para os incisivos e o canino são provenientes dos alveolares superiores anteriores; para os pré-molares e raiz mésio-vestibular do primeiro molar são do médio; e para os molares, incluindo a raiz mésio-vestibular do primeiro que tem dupla inervação, são dos posteriores.
Como vimos, o
nervo maxilar abandona o crânio através do forame redondo e logo
alcança o alto da fossa pterigopalatina. Aí se ramifica dando origem ao
nervo palatino.
O nervo palatino é um ramo descendente do nervo maxilar.
Em seu início, atravessa o gânglio pterigopalatino sem, entretanto,
manter relações funcionais com ele. Ainda no interior desse gânglio ou
pouco acima, fornece os ramos nasais posteriores superiores, que penetram na cavidade nasal pelo forame esfenopalatino. Destes, um de seus ramos mediais é o nervo nasopalatino, que se dirige à mucosa da região anterior do palato duro,
compreendida entre canino e incisivo central, e da mucosa da região
anterior do septo nasal. Em seu trajeto, o nervo nasopalatino vai do
teto da cavidade nasal em direção inferior e anterior, percorrendo o
septo nasal, até alcançar e atravessar sucessivamente o canal e o forame incisivo.
Depois
de passar pelo gânglio pterigopalatino, o tronco do nervo palatino
desce pela fossa pterigopalatina, penetra no canal palatino maior e
divide-se em três ramos, os nasais posteriores inferiores, que
inervam as porções posteriores da cavidade nasal e seu septo, e os
nervos palatinos maior e menores.
O nervo palatino maior traspassa
o forame palatino maior e logo se divide em, pelo menos, dois ramos, os
quais correm para frente, nos sulcos que ficam entre as espinhas
palatinas e no meio de duas camadas, o periósteo e a mucosa do palato duro.
A
maioria das fibras do nervo palatino maior dá sensibilidade à mucosa do
palato duro desde a região do canino até o limite anterior do palato
mole. Essa ramificação envolve a gengiva lingual dos dentes posteriores.
Ainda
no interior do canal palatino maior, o nervo expede as fibras
constituintes dos nervos palatinos menores que, após atravessar os
forames do mesmo nome, se dirigem à mucosa e às glândulas do palato
mole.
Mais à frente, o
nervo maxilar dá origem aos nervos alveolares superiores posteriores
(posterior e médio), que inervam a polpa e o periodonto dos dentes
molares superiores e o revestimento da porção posterior do
seio maxilar. Esses nervos são constituídos por dois ou três pequenos
ramos que, após transporem os pequenos forames (foraminas) alveolares na
tuberosidade da maxila, ocupam canais delgados localizados nas paredes
lateral e posterior do seio maxilar.
Alguns
filetes nervosos não têm trajeto intra-ósseo e se dirigem à gengiva
vestibular da região dos molares e podem ser chamados de ramo gengival.
Na ausência do nervo alveolar superior médio, os nervos alveolares
superiores posteriores formam, com as fibras dos nervos alveolares
superiores anteriores, um plexo nervoso responsável pela inervação de
todos os dentes superiores e seus tecidos de suporte.
Trajeto do ramo mandibular
Esta divisão do trigêmeo faz com que ele (o trigêmio) seja caracterizado como nervo misto,
pois é a única a possuir, em seu interior, componentes funcionais
sensitivos e motores. Os axônios que estão agrupados na porção mais
volumosa do nervo mandibular pertencem a neurônios sensitivos alojados
no interior do gânglio trigeminal. Sua porção menor, motora, possui
axônios de neurônios localizados no interior do tronco encefálico, no
núcleo motor do trigêmeo. A porção motora pode ser identificada
medialmente próxima à origem aparente do nervo trigêmeo (ver figura),
ficando a seguir inferiormente ao gânglio trigeminal. Abaixo do forame
oval, as porções sensitiva e motora não podem ser diferenciadas
visualmente.
No trajeto aproximado de 1 cm
a partir do forame oval, o nervo mandibular emite seus ramos motores,
que recebem a denominação dos músculos a que se destinam. 01) Nervo
massetérico 02) Nervo temporal 03) Nervo pterigóideo medial.
Como essa descrição visa à aplicação na neuroanatomia à anestesiologia
valos limitar nossa descrição à parte sensitiva do nervo mandibular.
Ramos sensitivos do nervo mandibular
Nervo bucal - outro ramo do nervo mandibular dá sensibilidade à mucosa e à pele da bochecha e gengiva vestibular dos dentes molares inferiores. Suas
fibras gengivais podem estender-se desde a região de pré-molares ou
ficar restritas a uma pequena área dos molares; eventualmente, podem
alcançar também a gengiva vestibular dos molares superiores. Todas essas
fibras constituem ramificações do nervo bucal.
Em
seu trajeto descendente, faceia a superfície medial do ramo da
mandíbula, próximo aos tendões do músculo temporal ao nível da base do
processo coronóide, antes de se espalhar pela bochecha e gengiva. Na
bochecha, passa sobre a face lateral do músculo bucinador enviando ramos para suprir a pele e depois perfura o músculo para inervar a mucosa da bochecha.
Os ramos mais calibrosos do nervo mandibular são o nervo alveolar inferior e o nervo lingual, dispostos, respectivamente, mais posterior e lateral, o primeiro, e anterior e medial, o segundo.
A
sensibilidade proveniente da polpa dos dentes de cada lado da
mandíbula, bem como das papilas interdentais, periodonto e tecido ósseo
vizinho aos dentes, é transmitida através do nervo alveolar inferior.
Fibras
nervosas sensitivas para a pele do mento, mucosa e pele do lábio
inferior e mucosa e gengiva vestibular dos dentes anteriores são dadas
pelo nervo mentoniano (ou mental).
Surge ele da mandíbula pelo canal e forame do mesmo nome, após se desligar (se bifurcar) do nervo alveolar inferior. Este
nervo que lhe dá origem (alveolar inferior) ocupa toda a extensão do
canal da mandíbula, alcançando-o através do forame da mandíbula, após
deixar a fossa infratemporal. No interior do canal da
mandíbula, o nervo alveolar inferior é acompanhado pela artéria e veia
do mesmo nome. Ele é espesso e único até o canal mentoniano e neste
ponto divide-se em dois ou três ramos que correm, por canalículos
ósseos, até a área do incisivo central. Desses pequenos ramos partem ramos dentais e peridentais para os dentes anteriores, semelhantes àqueles dos dentes posteriores.
Observação clínica
Seu
trajeto em direção superior e medial delimita uma forma em “S”, que se
distende quando a boca está aberta. Essa condição é favorável nas
anestesias tronculares do nervo alveolar inferior, uma vez que, ao
fechar a boca, uma superfície maior do nervo entra em contato com a
solução anestésica.
Além
desses componentes sensitivos, fibras motoras estão também incorporadas
ao nervo alveolar inferior, que o caracterizam como nervo misto. Essas
fibras compõem o nervo milo-hióideo, que se destaca do nervo principal
pouco acima do forame da mandíbula. Aloja-se no sulco milo-hióideo e
destina-se a inervar o músculo milo-hióideo e o ventre anterior do
músculo digástrico, interpondo-se entre eles em seu trajeto anterior.
Fibras sensitivas deste nervo, que correspondem a 30% do total,
espalham-se na pele das porções mais inferiores do mento e,
eventualmente, nos dentes incisivos.
Algumas
vezes, uma ramificação penetra na mandíbula pelo forame retromentoniano
inferior ou outro, podendo ou não participar da inervação da polpa de
incisivos. Este fenômeno, da inervação suplementar, tem comprovação
científica e importância clínica.
Nervo lingual
Na
fossa infratemporal, o nervo lingual compõe o tronco do nervo
mandibular, juntamente com o nervo alveolar inferior. Ao se separarem, o
nervo lingual coloca-se à frente do alveolar inferior e ambos
encaminham-se para o espaço pterigomandibular (entre o músculo
pterigóideo medial e o ramo da mandíbula), local onde normalmente é alcançado nas anestesias tronculares.
O
nervo lingual segue um trajeto junto à superfície medial da mandíbula
para frente e para baixo, passa pelo interstício formado pelos músculos
milo-hióideo e hioglosso, em direção ao soalho da boca, local onde se
conserva bastante superficial, coberto apenas pela mucosa. Depois se
aprofunda, segue até a área das raízes do último molar, contorna
inferiormente o ducto da glândula submandibular e divide-se em ramos
linguais (distribuem-se nos dois terços anteriores da língua) e nervo
sublingual (para a mucosa da região sublingual e para a gengiva lingual de todos os dentes inferiores).
Foi comprovado que o nervo lingual não envia ramos para o interior da mandíbula, tal como já fora aventado. Ele não tem nada a ver com a inervação de dentes, apesar de haver algumas especulações sobre essa possibilidade.
Na
constituição do nervo lingual entra, como maior contingente, fibras de
sensibilidade geral, mas também compartilham fibras aferentes
gustatórias conexas às papilas linguais dos dois terços anteriores da
língua
O
nervo lingual coloca-se muito próximo da lâmina óssea alveolar interna
do terceiro molar inferior e pode ser lesado em manobras cirúrgicas na
extração desse dente, principalmente quando estiver incluso. Lesões do
nervo lingual podem traduzir-se na perda da sensibilidade dos dois
terços anteriores da língua do mesmo lado.
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