O Músculo Tríceps Braquial possui três Cabeças: longa, com origem no Tubérculo Infraglenoidal da Escápula; lateral, com inserida na Face Posterior e Proximal do Úmero (acima do Suco do N. Radial) e; medial, inserida na Face Posterior do Úmero na região Medial e Distal (abaixo do Sulco do N. Radial). A inserção comum das Cabeças é no Olécrano.
Estratégia da Palpação: com o membro superior pendente ao lado do tronco, solicite ao paciente uma extensão do Antebraço. A Cabeça Longa é visível medialmente, começando lateralmente à Prega Axilar Posterior. Entre a Cabeça Longa e lateral é possível visualizar um Sulco e, a Cabeça Medial localiza-se na região Distal e Medial da parte posterior do Braço.
Nervo Axilar: Ramo do Fascículo Posterior do Plexo Braquial. Inerva os Músculos Deltóide e Redondo Menor, além de suprir a pele da Face Súpero-lateral do Braço. O N. Axilar não é palpável, entretanto o estudante deve ter ideia da localização do Nervo através da Pele e as estruturas que o reveste. O N. Axilar contorna o Cólo Cirúrgico do Úmero (após atravessar o Espaço Quadrangular da Axila com a A. Circunflexa Posterior do Úmero), local onde pode ser lesado por fraturas da região. Na superfície do corpo utilizamos o Músculo Deltóide como guia para sua localização. Localize a Margem Inferior da porção espinhal do Músculo Deltóide. O ponto de junção da Margem Inferior da porção espinhal do Músculo Deltóide e o Úmero é o local de projeção superficial do N. Axilar.
Nervo Radial: Ramo do Fascículo Posterior do Plexo Braquial inerva todos os Músculos Extensores do Braço, Antebraço, Punho e Dedos (inclusive o Músculo Braquiorradial, que apesar de atuar na flexão do Cotovelo, é inervado pelo N. Radial). O N. Radial não é palpável, mas devemos saber sua localização através da Pele. Aqui será descrito a parte do N. Radial encontrado no Braço. O N. Radial passa posteriormente ao Úmero, (junto da A. profunda do Braço), entre as Cabeças Lateral e Medial do Músculo Tríceps Braquial, no sentido de: proximal-medial, para distal-lateral (entre as Cabeças do Músculo Tríceps), localizando-se anteriormente ao Epicôndilo Lateral do Úmero.
Fonte: BACKHOUSE, Kenneth M.; Ralph T. Atlas Colorido de Anatomia de Superfície Clínica e Aplicada. São Paulo: Manole, 1989.
Anatomia - Prática em Laboratório de Anatomia
Músculo Tríceps Braquial
Músculos do Braço
Treino Avançado de Tríceps
Os tríceps são os maiores
responsáveis pelo volume dos braços e em muitas ocasiões, treinados
incorretamente; na maioria das vezes, comete-se o erro de treiná-los
demais, negligenciando o fato de que este grupo muscular também é
solicitado intensamente nos treinos de peito e ombros.
Nesta sugestão de treino, alguns exercícios que atingem todas as
porções dos tríceps de maneira particularmente intensa e que, se usados
corretamente dentro de uma programação de treinamento, irão
contribuir para o aumento do volume de seus tríceps.
Alguns dos exercícios e técnicas
descritas abaixo devem ser utilizadas somente por quem se encontra em um
nível intermediário ou avançado de treinamento e sob a supervisão de um
profissional da área . Exercícios de aquecimento prévio das
articulações envolvidas também devem ser feitos, diminuindo o risco de
lesões nessas áreas.
EXERCÍCIOS
|
SÉRIES
|
REPETIÇÕES
|
INTERVALO
|
TÉCNICA
|
Tríceps corda sentado
|
3
|
15 – 10
|
Até 45 seg
|
Rest-pause últ série
|
Tríceps supino modificado |
3
|
12 – 6
|
Até 1 min
|
Reps Parciais últ série
|
Tríceps francês simultâneo c/ rotação |
3
|
10 – 6
|
Até 1 min
|
|
Paralelas
|
2
|
Máx
|
Até 1 min
|
Super Slow
|
TRÍCEPS CORDA SENTADO – Em um banco ou
cadeira, frente ao aparelho, mãos segurando firmemente uma corda para a
extensão de tríceps na polia. As pernas devem estar afastadas e o tronco
ligeiramente inclinado à frente. Realizar a extensão dos antebraços,
tendo o cuidado para não direcionar o movimento para uma posição à
frente ou atrás dos joelhos, e sim diretamente entre os pés, finalizando
o movimento com ambas as mãos apontando para baixo. Um leve afastamento
das mãos é necessário, porém não se deve ter como meta afastá-las
demasiadamente, comprometendo o objetivo principal que seria a total
extensão dos tríceps. Notem que os cotovelos que estavam voltados para
trás, estão agora, ao final do movimento, voltados para fora,
possibilitando uma contração total dos tríceps (foto da direita). O uso
da corda permite que os cotovelos estendam totalmente, aproximando-se da
posição anatômica e adaptando-se às alavancas biológicas, daí
conseguirmos sentir os tríceps “queimarem” neste movimento específico.
Essa variação do exercício feito normalmente em pé, possibilita uma
maior utilização de cargas, já que a inclinação do tronco à frente
otimiza a estabilidade do tronco e favorece o pêndulo, vencendo o
momento de inércia. Após uma breve pausa embaixo, as mãos devem subir em
direção ao queixo (foto da esq. e centro), mantendo os cotovelos logo
acima dos joelhos.
TRÍCEPS SUPINO MODIFICADO – Deitado
sobre um plano horizontal, pegada na barra em pronação e cotovelos
estendidos, começar a descida da barra em direção à linha das clavículas
ao mesmo tempo em que os cotovelos são projetados para a lateral do
tronco (no alto, à dir.) O objetivo desse movimento é aproximar os
antebraços dos braços ao máximo, dando assim um ótimo pré-estiramento
aos tríceps e impedindo que os feixes anteriores dos ombros participem
do exercício, o que acontece no quando realizado da forma convencional. A
barra deve seguir sempre uma trajetória perpendicular, não devendo
oscilar para frente e trás, diminuindo o braço de resistência do
músculo-alvo. Como forma de aumentar a intensidade do exercício, pode-se
fazer com que a barra chegue antes ao peito, que os cotovelos à lateral
do tronco (foto acima, à dir.). A barra utilizada no exercício é uma
barra “W” ou “EZ”, por proporcionar uma pegada mais anatômica, mas uma
barra reta também pode ser usada, dependendo do conforto articular de
cada um. Atenção à tendência de afastar lateralmente os cotovelos,
exigindo assim a participação dos músculos peitorais e diminuindo a
eficiência do exercício.
TRÍCEPS FRANCÊS SIMULTÂNEO COM ROTAÇÃO –
Sentado em um banco inclinado a um ângulo aproximado de 80°, braços
estendidos no alto e segurando um par de halteres no alto; as mãos devem
estar com as palmas voltadas à frente, ou seja, na posição pronada, com
carga perfeitamente posicionada no ponto acima da cabeça, não
permitindo que o peso se desloque à frente do corpo. Começar o movimento
de forma lenta, descendo os halteres paralelamente, voltando as palmas
das mãos uma para a outra, até que os halteres quase toquem o banco ou a
região posterior dos ombros. Os cotovelos podem e devem ser projetados
um pouco para trás, permitindo o pré-estiramento da porção longa do
tríceps e assim uma maior efetividade do exercício. Na subida da carga,
realizar o movimento inverso das mãos, cessando a fase concêntrica
quando os halteres se encontrem na posição inicial, no alto. Atenção a
movimentos bruscos nos ombros, acarretando riscos desnecessários de
lesão e a projeção exagerada dos cotovelos para fora.
MERGULHO NAS PARALELAS – Apoiado sobre
as barras paralelas, os cotovelos estendidos e as pernas suspensas,
começar lentamente a descida do tronco, flexionando os cotovelos. Como
este é um exercício composto que, além de solicitar os tríceps, envolve a
articulação dos ombros e consequentemente os músculos que atuam nesta
articulação e movimento, é interessante realizar a flexão dos cotovelos
somente em seus primeiros graus, diminuindo a participação dos feixes
anteriores dos ombros e peitorais. Notem que a flexão dos cotovelos
cessa antes mesmo de completar 90 graus, evitando que outros músculos
participem com mais intensidade do movimento. Também não se deve
projetar os cotovelos para fora, permitindo a rotação interna dos ombros
e intensa ativação dos peitorais. Recomendo que se faça uma pequena
pausa de 1 a 2 segundos em contração máxima dos tríceps no alto, bem
como diminuir a velocidade de execução para 4 a 5 segundos nas fases
concêntrica e excêntrica. Outra opção seria realizar o exercício em um
aparelho específico ou entre dois bancos, sempre utilizando as mesmas
técnicas. Em todos os casos, é recomendando prudência a fim de evitar
traumas na região dos ombros.
Alguns dos exercícios e técnicas
descritas acima são devem somente ser utilizados por quem se encontra em
um nível avançado de treinamento. Exercícios de aquecimento prévio das
articulações envolvidas também devem ser feitos, diminuindo o risco de
lesões nessas áreas.
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