quinta-feira, 17 de novembro de 2016

17/11/2016 21h45 - Atualizado em 17/11/2016 21h45

Ibama investiga vazamento de óleo em rio em aldeia indígena em MT

Mancha de óleo no Rio Teles Pires foi avistada na divisa com o Pará.
Laudo apontando causas do vazamento não tem prazo para ser concluído.

André SouzaDo G1 MT
Mancha de óleo foi localizada no Rio Teles Pires na divisa com o estado do Pará (Foto: Divulgação/Ibama) 
Mancha de óleo foi localizada no Rio Teles Pires na divisa com o estado do Pará
(Foto: Divulgação/Ibama)
 
O Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama-MT) investiga o vazamento de óleo no Rio Teles Pires, na divisa entre Mato Grosso e Pará. A mancha de óleo foi localizada durante sobrevoo no domingo (13). A área onde o óleo foi detectado fica próxima à construção de uma usina hidrelétrica e de aldeias indígenas. Segundo o Fórum Teles Pires, que acompanha a construção e defende os direitos dos índios, a mancha de óleo afetou o abastecimento de água nas aldeias.

Em nota, a empresa de Energia São Manoel, responsável pela construção da hidrelétrica, informou que a situação está normalizada e que a área está sendo monitorada periodicamente. Além disso, segundo a empresa, galões de água estão sendo distribuídos nas aldeias indígenas.

De acordo com o Ibama, a mancha de óleo foi avista por equipes que faziam a fiscalização em áreas de desmatamento na região. Os sobrevoos foram feitos para saber a extensão da mancha de óleo. “Era uma mancha única e foi avistada até uns 5 km da barragem da usina”, disse César Soares, responsável pelo Núcleo de Emergência Ambientais do Ibama.

O órgão ainda investiga a origem do óleo. “Não sabemos se a mancha é proveniente da construção da usina ou se foi expelida de balsas garimpeiras da região”, afirmou Soares.

Segundo a antropóloga Fernanda Silva, do Fórum Teles Pires, existem pelo menos 15 aldeias indígenas ao longo do rio. “Os índios estão assustados sem saber se podem consumir a água. Além disso, eles estão preocupados por causa da pesca, que umas das principais fontes de alimentos deles”, disse.
Laudo apontando a causa do vazamento não tem data para ser concluído (Foto: Divulgação/Ibama) 
Laudo apontando a causa do vazamento não tem data para ser concluído 
(Foto: Divulgação/Ibama)
 
Uma das suspeitas do Ibama é de que a demolição de uma ensecadeira - dispositivo utilizado para a contenção temporária da ação da água e construção da barragem definitiva – possa ter contaminado a água.

“A empresa já possui um estudo de impacto ambiental que prevê a turvação da água e lançamento de sedimento na água do rio”, explicou. A distribuição de água, segundo Soares, faz parte desse plano e já estava prevista.

A representante do Fórum Teles Pires, no entanto, afirma que as comunidades indígenas estão sem água potável. “A empresa deveria fazer a perfuração de poços artesianos, o que ainda não foi feito”, afirmou.

A mancha de óleo ficou visível por dois dias e desapareceu na terça-feira (15), segundo o Ibama. Ainda segundo o órgão, não há uma previsão para a conclusão do laudo.

Fonte: http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2016/11/ibama-investiga-vazamento-de-oleo-em-rio-em-aldeia-indigena-em-mt.html

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