sexta-feira, 17 de março de 2017

17/3/2017 às 00h25 (Atualizado em 17/3/2017 às 00h25)

Jovem transgênero denuncia hospital por preconceito durante tratamento em Salvador

Roberto passou 10 dias internado na enfermaria feminina do HGE

Do R7, com Record TV Itapoan
Hospital Geral do Estado, em nota, reconheceu o erro e disse que foi um caso isolado Reprodução/Record TV Itapoan
 
Um jovem transgênero diz ter sido vítima de preconceito durante tratamento no HGE (Hospital Geral do Estado), na capital baiana. Roberto Inácio, 22 anos, trocou Palmas, no Tocantins, para viver em Salvador.

Ele veio em busca de um tratamento melhor para anemia falciforme, uma doença no sangue, mas também veio atrás de liberdade, queria viver longe do preconceito da família e de amigos.

— A ideia de mudar de estado foi para que eu pudesse me apresentar para todo mundo como Roberto e que todo mundo me respeitasse, e foi assim até chegar no hospital.


Roberto é transgênero e, de acordo com a legislação brasileira, ele tem direito a usar o nome social, que é diferente do que aparece no registro de nascimento. Mas de acordo com o jovem, não foi o que aconteceu quando passou pelo HGE e conta que houve preconceito.

— Teve preconceito quando as técnicas de enfermagem vinham me tratando no feminino e eu pedia, com educação, que me tratassem no masculino e insistiam em me tratar no feminino era preconceito, não era mais falta de conhecimento.

O jovem conta que as pessoas no hospital falaram que ele foi o primeiro paciente transexual a ser atendido na unidade e que não tinham experiência com a situação.


Roberto passou 10 dias internado no HGE. Durante todo esse tempo ele diz que foi vítima de transfobia por parte dos funcionários da unidade. O constrangimento começou logo na triagem dos pacientes.

Embora ele tenha feito várias reclamações sobre a identificação e mostrado o cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) que comprova o nome social, Roberto foi encaminhado para a enfermaria feminina.

Após as denúncias feitas em órgãos que protegem o direito dos transexuais, o Hospital Geral do Estado, em nota, reconheceu o erro e disse que foi um caso isolado. Roberto espera que o caso sirva de exemplo, mas não quer mais voltar a ser tratado no HGE. Ele conta que vai ser atendido em outro local.

— Está tudo sendo resolvido para o meu tratamento ser lá, onde todo mundo já sabe a forma de me respeitar, me tratar.

Fonte: http://noticias.r7.com/bahia/jovem-transgenero-denuncia-hospital-por-preconceito-durante-tratamento-em-salvador-17032017 

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